Capítulo 10

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Ucker: Estou ansioso. Nem sei dizer quando foi a última vez que tirei férias.

Dul: Ocupado demais movimentando seu dinheiro pelo tabuleiro do Banco Imobiliário?

Ucker: Está mais para Risco do que para Banco Imobiliário. — A comissária caminhou em nossa direção.

Comissária: Estamos prontos para pousar, sr. Uckermann. — O avião chacoalhou um pouco e logo deslizou pelo pavimento. A distração de Christopher acabou com a ansiedade que me dominava desde que havia decolado.

Na maioria dos dias, Keys tinha céus nublados, era quente, com chuvas ocasionais. Mas esse dia estava agradavelmente claro, dando ao ar um pouco menos de umidade do que esperava. Christopher hesitou na porta, fingindo observar algo ali fora:

Ucker: Acho que ninguém está carregando um rifle. — peguei a mão dele e o arrastei para fora de seu mundo e para dentro do meu. Val estava entre sua mãe e Meg, bem aprumado, vestindo um terno impecável. Meg acenou com entusiasmo, enquanto o vestidinho de verão esvoaçava e os cachos loiros e curtos escapavam da presilha que mal os prendia. Minha mãe olhou primeiro para Christopher, com olhos atentos, que pareceram ir lentamente dele para mim. Em seguida seus olhos apertados se abriram e ela sorriu. Soltei a mão de Christopher e corri para ela, de braços abertos.

Dul: Que saudade — disse em italiano.

Simona: Você está muito magra — Val estava ao lado, sem tirar os olhos de Christopher, enquanto Meg se aproximava para o abraço seguinte.

Meg: Ei, você!

Dul: Veja só esse bronzeado. Você está linda!

Meg: Boa comida, bom se... — minha mãe estalou a língua antes de Meg terminar de pronunciar a palavra — Bom serviço, Simona. Bom serviço!

Simona: Pare de ir àquele médico e de tomar aquelas pílulas cor-de-rosa, e então você pode falar da sua vida sexual. — me virei e encontrei Christopher travando um duelo de olhares com meu irmão. Os interrompi, entrando na linha de visão dos dois.

Dul: Não tem um beijo para a sua irmã? — Val pestanejou e sua expressão se suavizou.

Val: Estou feliz por você ter vindo, mesmo acompanhada desse canalha — disse em italiano.

Dul: Ele não é tão ruim assim — me vi defendendo-o em minha língua materna. Val resmungou.

Meg: Bem-vindo ao Sapore di Amore, sr. Uckermann — Meg disse depressa, tentando ser agradável.

Dul: Christopher, esta é a minha mãe, Simona Saviñon. Simona: Já nos conhecemos por telefone. — Telefone? O quê?

Dul: Vocês já se falaram? — Ele deu um sorriso.

Ucker: Chegamos a um entendimento. Vejo de quem a Dul puxou os olhos pensativos — Qualquer outro homem poderia mencionar a beleza, a elegância, mas não. Ela mencionou os olhos. Era o único traço que minha mãe compartilhavamos, sem sombra de dúvida. Val entrou em cena, obviamente incomodado.

Val: Tenho certeza de que minha irmã o informou sobre as regras da ilha — disse, erguendo a palma da mão. — Seu celular, Uckermann.

Ucker: Estou aqui pela Dulce. Só por isso. — Val manteve a mão estendida.

Val: A confiança precisa ser conquistada. Por favor. — Christopher pegou o celular no bolso interno do paletó e o entregou.

Ucker: Se a Tiffany ou a Bridget entrarem em contato, preciso saber. — Meg bufou.

Dul: São as secretárias dele — me vi defendendo-o pela segunda vez. Isso pareceu aliviar a postura de Meg.

Val: Tudo bem. — ele guardou o celular no bolso e olhou para o avião. — Imagino que providenciou a estada do seu piloto e da sua equipe em Miami.

OlvidarWhere stories live. Discover now