Capítulo 13

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Dul: Sim. Ele vinha para a ilha, trazia caixas e mais caixas de bons vinhos de presente para o meu irmão. O Val não precisava desses vinhos, mas os hóspedes pareciam gostar. — As peças do quebra-cabeça estavam se encaixando. — Supostamente, ele estava montando nosso futuro lar nos vinhedos da costa da Califórnia. Suas terras na Itália já eram prósperas... Bem, foi o que eu pensei. E, quando ele sugeriu que começássemos nossa vida juntos nos Estados Unidos, eu fiquei radiante. Eu tinha passado um tempo na Itália, mas a ideia de ficar tão longe da minha família não me agradava.

Ucker: Deixe eu adivinhar: o Alonzo contava com isso. — a observava. As emoções em seu rosto, a voz mais baixa quando falava de si mesma.

Dul: Eu era um alvo fácil. Foi só quando a Margaret e o Michael chegaram à ilha que tudo ficou claro. A Meg é a melhor amiga da Judy, irmã do Michael.

Ucker: Então, o Michael e a Meg estavam aqui de férias, e ela acabou ficando com o seu irmão? — Dulce estava sorrindo. Parte da tensão anterior deixou seu corpo.

Dul: A Meg estava aqui checando a privacidade da ilha para os clientes da Alliance. — Fazia sentido.

Ucker: Então, a Meg e o Michael vieram para a ilha. E depois?

Dul: O Michael entende muito de vinho.

Ucker: Então ele ouviu falar do vinho do Picano?

Dul: Não, não. Quando o Alonzo descobriu que o Michael estava bebendo seu vinho de rótulo falso, tornou a estadia deles aqui um inferno.

Ucker: Rótulo falso?

Dul: O Alonzo tinha terras na Itália, onde de fato tinha plantação de uvas, mas não produzia vinho. Ele usava seu suposto status de vinicultor para traficar drogas.

Ele passava as drogas com o vinho que trazia para a ilha. — ela ficou em silêncio por alguns instantes. — Eu poderia ter destruído tudo o que o meu irmão construiu aqui.

Ucker: Duvido que você soubesse alguma coisa sobre as drogas.

Dul: Mesmo assim, a culpa foi minha.

O desejo de abraçá-la era enorme. Ela quase se curvava sobre si enquanto falava, sem dar nenhuma indicação de que precisava de conforto:

Ucker: O que aconteceu depois? — ainda precisava chegar aos fatos pessoais, a parte que feriu a mulher à minha frente. Dulce abraçou os joelhos, olhando fixo para o oceano.

Dul: Enquanto a Meg, o Michael e o Val estavam na Itália em busca da verdade, eu estava alheia a tudo. O Alonzo me levou para passar o fim de semana no iate dele. — ela ficou pálida e estremeceu. Engoliu em seco e continuou: — Eu cresci nestas águas... Bem, talvez não tenha crescido, mas certamente nunca fiquei doente com elas. — percebi que ela apertava o braço da cadeira. — Desde o instante em que pisei no iate, não me senti bem. Nós comemos, bebemos... — Seu riso nervoso me deixou gelado. — Eu adormeci. Acordei para tomar uma aspirina. — Ela riu de novo, e apertei os dentes. — Ele disse que era para a minha dor de cabeça. — Ela olhava firme para a água. — Então tudo ficou borrado. — estava sentado na beirada da espreguiçadeira, muito perto da cadeira dela. Queria tocá-la, mas não o fiz. Esperei que as palavras me dissessem o pior. Sabia que a história terminaria em tragédia. — Na manhã em que nos casamos, eu estava lúcida. Bem, meio grogue, mas não posso dizer que não sabia o que estava fazendo. — Ela olhou para mim por um instante, pestanejando, mas logo desviou o olhar. — Seria mais fácil se eu soubesse que ele tinha falsificado a certidão de casamento. — Ela apoiou a cabeça nos joelhos. — "Vamos nos casar", ele disse, "hoje, agora." Ele falava que aquilo era muito romântico, e eu aceitei. — Ela suspirou. — Eu aceitei. — só consegui articular:

OlvidarWhere stories live. Discover now