- Você não quer dizer estragar a sua diversão, disse Alice.

Emmett não respondeu, embora seu sorriso sugerisse que ele concordava com a declaração dela.

Subi no carro e verifiquei três vezes para ver se não faltava nada, liguei o aquecedor no máximo para não congelar. Finalmente conseguir seguir caminho rumo à escola, por algum motivo continuava com a estranha sensação que não deveria ir. Senti um arrepio que nada tinha a ver com a temperatura de fora. Tentei convencer a mim mesma que estava ficando neurótica e tentando tomar cuidado com as estradas. Nunca tinha dirigido na neve antes, mas por algum motivo não estava tendo problemas. Meu caminhão parecia não ter problemas com o gelo preto que cobria as estradas. Eu dirigi muito devagar, porém, não querendo abrir um caminho de destruição pelas ruas.

Cheguei à escola sem problemas e ao sair da caminhonete, vi o porquê tive tão poucos problemas. Algo prateado chamou minha atenção e fui até a traseira da caminhonete - segurando cuidadosamente a lateral para me apoiar - para examinar meus pneus.

Havia correntes finas entrecruzadas em formas de diamante ao redor deles. Charlie havia se levantado sabe-se lá quão cedo para colocar correntes de neve em minha caminhonete. Minha garganta de repente se sentiu apertada. Eu não estava acostumada a ser cuidada, e a preocupação silenciosa de Charlie me pegou de surpresa.

- Ela sempre cuidou dos outros. - Carlisle disse com uma voz que era cheia de admiração. Esses simples pensamentos me fizeram ficar encantado, com ela sentir tanta emoção com um gesto tão simples. Esme estava emocionada também com a relação de pai e filha crescendo a cada dia.

Senti uma vontade de proteger e cuidar desse ser humano. Ela era tão nova para ter tanta responsabilidade.

Ainda estava parada lutando para reprimir a onda de emoção que as correntes de neve me provocaram, quando ouvi um som estranho. Foi um guincho agudo e estava se tornando rápido e dolorosamente alto.

Ficamos apreensivos com isso. De repente o pressentimento da Bella simplesmente parecia ter sentido.

Olhei para cima, sobressaltada. Vi várias coisas ao mesmo tempo. Nada estava se movendo em câmera lenta, como acontece nos filmes.

Em vez disso, o jato de adrenalina parecia fazer com que meu cérebro trabalhasse muito mais rápido, e eu pude absorver simultaneamente várias coisas em detalhes nítidos.

Vários alunos estavam espalhados, o que mais me chamou a atenção foram os olhos apavorados de Edward Cullen parado a quatro carros de mim. Mas de importância mais imediata foi a van azul-escura que tinha derrapado, travado os pneus e guinchado com os freios, rodando como louca pelo gelo do estacionamento. Ia bater na traseira da minha caminhonete, e eu estava entre eles. Eu nem tive tempo de fechar os olhos.

- Não, eu disse involuntariamente. Minha mente ficou momentaneamente em branco e tudo que eu pensava era, ela não!

- Oh meu deus querido, Esme disse parecendo chateada.

Pouco antes de ouvir o estrondo da van dobrando em torno da carroceria do caminhão, algo me atingiu com força, mas não da direção que eu esperava.

Entrei em pânico ao pensar em qualquer dano acontecendo a Bella. Não podia ser verdade.

- É melhor que não seja você Edward. - Rosalie rosnou olhando para mim.

Minha cabeça bateu no asfalto gelado e senti uma coisa sólida e fria me prendendo no chão. Eu estava deitada atrás do carro caramelo estacionado ao lado do meu. Mas não tive oportunidade de perceber mais nada, porque a van ainda vinha na minha direção. Raspou com um rangido na traseira do meu carro e, ainda girando e derrapando, estava prestes a bater em mim de novo. Um palavrão baixo me deixou ciente de que alguém estava comigo e era impossível não reconhecer a voz de Edward. Duas mãos longas e brancas se estenderam protetoras na minha frente e a van estremeceu até parar atrinta centímetros do meu rosto, as mãos grandes criando um providencial amassado na lateral da van. Depois as mãos mexeram-se com tal rapidez que pareciam um vulto. Uma estava repentinamente agarrada sob a van e alguma coisa me arrastava, balançando minhas pernas como as de uma boneca de trapos, até que elas atingiram o pneu do carro caramelo. Um gemido metálico feriu meus ouvidos e a van parou, estourando o vidro, no asfalto - exatamente onde, um segundo antes, minhas pernas estiveram.

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