14 | cigarros e guitarras

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ALEX'S POV

Já havia um tempo que uma ideia louca percorria minha cabeça, já cheguei a passar a noite cantando melodias por causa dela. E eu não era o único preso a essa fixação.

Artic Monkeys estava de férias, eu diria, e não era de muita vontade minha compor especialmente para esta. Raramente eramos chamados a programas e coisas assim. Miles e eu estávamos conversando no telefone há alguns anos e falamos juntos o quão interessante seria fazer algo. O querido nunca foi de voltar atrás, e agora ele me encarava com as sobrancelhas franzidas enquanto eu tragava silenciosamente meu cigarro.

- Sempre foi ótimo fazer as coisas junto de você, Alex - ele falou rindo, passando os dedos nas cordas desafinados da sua guitarra.

Éramos próximos até demais, e esperava a onda de sentimentos que colocaríamos em cada música, feitos juntos, cada segundos e acorde.

- O que queremos para o novo álbum de The Last Shadow Puppets? - Resmunguei com as pernas cruzadas

- Paixão, muita bateria e seu coração.

Ele riu mais uma vez, fazia isso sempre, e era justificável pelo seu sorriso bonito que esbanjava confiança.

Não era difícil para Miles fazer uma canção de amor, ele sempre estava arrepiando alguém da forma mais genuína possível, e agora talvez não fosse possível apenas pela minha falta de contato físico com alguma mulher ou homem. A única pessoa que tive vontade de beijar dói Lydia, e agora nem mesmo ela me queria.

- Milles, você sabe o que é ser rejeitado? - perguntei baixo, engolindo a seco e ansioso pelo o que ele falaria ou iria supor.

- Claro que sim! Você não? - seus dentes rangeram e ele se levantou guardando a guitarra no gancho do estúdio. Seus olhos percorreram e percebendo que estávamos sozinho se sentou ao meu lado dando tapas no meu joelho - Quem te deu fora, Alex?

- Já recebi um fora. Mas esse é diferente. Não é como se eu fosse apaixonado por essa pessoa, e tivesse me declarado.

- Ah sim, uma rejeição de boate?

- Não. É complicado.

- Se é complicado, por que diz não estar apaixonado?

Devia fazer essa pergunta pra mim mesmo. Se não era algo por que parecia complicado? Me comia nos pensamentos, a resposta mais rápida era não.

- Por que não estou. A conheço a dias.

- Que tenso... Quanta explicação.

Miles me pegava nos pontos onde eu não gostaria de ter percebido. Era só uma jornalista bonita que tive vontade de beijar. Não poderia me trazer mais problemas.

Terminei aquele maço, guardando o restante no bolso e ajeitei minha jaqueta alegando que precisava pensar sobre as músicas, em casa. Miles riu achando tudo aquilo irônico e me deu um tchau soprado.

Faltava uma semana para um dos últimos show do nosso último álbum, e pelo o que me lembro, Lydia falou com todas as letras que Jamie havia a convidado para o evento. E algo que começou a me atormentar foi o fato de que Taylor havia seu lugar reservado lá também. Mesmo que tivéssemos terminado ela foi convidada antes, e conhecendo a loira sabia que as possibilidades dela ir era gigantescas.

Senti uma frangancia boa de laranja saindo da minha casa, e abrindo a porta me deparei com Matt mechendo com uma colherzinha sua pequena xícara de chá..

- Eai, Al. Eu tenho a chave e não tinha chá de laranja em casa.

- Nem eu sabia que tinha.

O mesmo franziu as sobrancelhas, oferecendo um pouco, recusei me deitando no sofá e certificando que ninguém estava me seguindo para descobrir onde eu morava.

Depois de AM bombou de um jeito maluco o que mais eu via eram fotos minhas na rua que nem mesmo eu sabia que foram capturadas, e por sorte a maioria dizia o quão bem eu saia nelas.

- Olha só, estamos quase no topo pra ganhar esse prêmio...

Ouvi a voz calma e ao mesmo tempo animada de Matt, logo atrás de mim, verifiquei seu celular, vendo o quanto de votos tínhamos do público.

- Nosso estúdio já tem bastante, acho que não precisamos desse.

- Você faz umas caras de como se não ligasse mas depois fica se gabando.

- Por que todos meus amigos sabem mais de mim do que eu mesmo?

Matt riu mechendo o cabelo e logo se sentando no meu sofá, era como sua casa também, e mesmo que menor e realmente menos mobiliada, parecia que todos preferiam estar ali. Meus pais, ao contrário, não. Era eu quem fugia para lá quando precisava de paz e ar fresco.

Mordi meus lábios vendo na TV passar o programa favorito de Miles, algo com morenas jornalistas e coisas que me roiam o cérebro de tantas memórias.

WET STAGE - 𝑨𝒍𝒆𝒙 𝑻𝒖𝒓𝒏𝒆𝒓Where stories live. Discover now