06 | uma simpatia romantica

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Ele tentou tomar mais uma sacola de minhas mãos, porem eu o impedi

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Ele tentou tomar mais uma sacola de minhas mãos, porem eu o impedi.

— Jamie, não precisa disso — falei com a voz um pouco piedosa e ele inclinou a cabeça, balançando em negação.

Olhei para trás, e vi Alex passar os produtos para o caixa com uma certa preguiça, enquanto as crianças brincavam no carrinho.

— as vezes Alex, age como uma criança — ele começou a andar, então o acompanhei, no mesmo ritmo.

— Faz sentido ele não gostar de mim. Sou uma jornalista, ele um famoso em perseguição constante.

— Deveria te admirar então, é uma profissão que exige boa escrita, e a sua é perfeita.

O olhei de relance,soltando uma risada sem graça.

— Obrigada —  ele sorriu como resposta, e tomou mais uma sacola de minhas mãos quando me viu remexer a bolsa em busca das chaves. Abri o porta-malas e o moreno deixou as sacolas ali, me olhou com um sorriso ladino e sua próxima fala me fez ter certeza de que me olhava com uma segunda intenção.

— quer sair pra comer alguma coisa?

Ele falou simples, e eu parei por um momento. A ultima pessoa com quem sai foi meu ex namorado. E nós terminamos justamente por que pensava em mudar de trabalho, com isso teria que me dedicar mais e provavelmente me mudar de cidade. Além de péssimas lembranças com o mesmo. Jamie havia sido legal até agora, bonito, gosta de crianças e ainda toca guitarra.

— não precisa ser só pra comer.

—  Seria ótimo.

ele se movimentou rapidamente, pegando o celular e me olhando por cima.

— Seu número, linda?

eu andava com meus cartões e isso era irônico, já que nunca precisava entregar a ninguém, mas com isso só tive que pegar um em minha bolsa.

— serve? - ele sorriu e analisou rapidamente.

pelo o que me lembre falava sobre minha formação, meu nome e o que lhe interessava, o numero.

— Universidade de Columbia? que incrível. Além de bonita é inteligente.

— me tratando assim achou mesmo que eu ia recusar sair com você?

— você é maravilhosa, sou apenas Jamie Cook.

— Tá bom, Jamie, você me liga, ou manda uma mensagem.

— Tô indo.

pude ver ele sorrir, sem mostra os dentes e me lançar uma piscadela. Entrei no carro e suspirei aliviada, saindo do estacionamento e me infiltrando nas ruas movimentadas de Sheffield. Tinha um local que precisava ir. Já eram 6 horas da tarde e agradecia mentalmente por saber que não em atrasaria.

Fazia aquela curva em especifico pelo menos três vezes na semana, e por ser uma rua sem saída, já dava de cara com o que parecia um grande palácio rosa. Harley trabalha ali, Usa uns tutus rosas que combinam com seu cabelo loiro e carisma.

— Hay, você vai demorar? — falei ao telefone, esperando que a mesma respondesse logo, ouvindo de fundo vozes femininas conversando em um alvoroço.

— 30 minutos talvez, se eu fosse você entrava.

— Já tô indo.

desliguei o carro e antes de sair verifiquei mais uma vez as notificações, percebendo uma mensagem vindo de um numero desconhecido, mas sabia de quem era.

As portas brancas e enormes ficavam abertas, parecia e era um local de opera, onde acontecia ensaios e concertos. Além de que já última ala ficava a escola de dança onde Harley era a professora principal.

Pela minha visita constante o porteiro logo me dava o crachá de autorização, e jogávamos conversa fora algumas vezes. Uma vez até me perguntou se era namorada de Harley, por sempre a buscar.

— Boa tarde, Lewis! — dei um sorriso largo que foi retribuído pelo mesmo.

— Creio que a senhorita Brian vá demorar hoje. Sábado vai ser a apresentação das meninas.

— Tenho certeza que elas vão arrasar —.ele passou o crachá pelo buraco do vidro —  Até mais, Lewis.

— Até, Lydia!

Coloquei o em meu pescoço e segui a passos largos até a escadaria enorme. Ao lado de fora da sala, havia algumas mães que olhavam atentamente através do vidro que dava visão a aula. Algumas certamente com admiração, mas sabia por Harley que a maioria eram perfeccionista e duronas com as filhas.

— É mãe de alguma delas?

— O que?

Me virei para o lado, uma moça com um sorriso meigo e um lindo vestido violeta rodado.

—  Não... Sou muito nova pra isso - proferi uma risada fraca.

Talvez se não reparassem muito, certeza que parecia uma mãe de 40 anos, com essas roupas. E mesmo que fosse agora, teria que ter engravidado com meus doze anos para ter uma menina da idade das mesmas dançado.

— Ah me desculpe! Eu acabei nem reparando.

— Posso dizer que sou mãe da professora.

Ela sorriu, meio desentendida.

— Somos amigas, vim buscar ela.

Ela assentiu. Era uma mulher de muito bom papo, e parecia precisar de alguém para tal. Ficamos reclamando de como está o preço nos mercados e coisas parecidas, me senti uma verdadeira mulher.

As portas se abriram e por último veio Harley, com sua bolsa em mão e sua típica roupa.

— Esta tudo perfeito pra amanhã! - ela me explicou animada, ainda se despedindo das meninas que acompanhavam suas mães.

Nos seguimos até o carro, e quando contei para a loira que tinha um encontro hoje ela surtou de alegria, disse que era as coisas boas rodando nos duas.

— Deixa eu ver o que ele mandou.

Ela exigiu, pegando meu celular e vendo a mensagem de texto que Jamie mandou a alguns minutos.

— Fez bem em não responder de cara... E ele usa emoji de fogo, quem usa isso?

— Como assim?

Levantei as sobrancelhas, já lembrava de nenhum emoji de fogo.

— Olha a bio dele, amiga.

Me inclinei ao seu lado, revirando os olhos pelos detalhes que a mesma percebia.

—Ele é legal, é guitarrista de uma banda.

— Que horror. Boa sorte, e leva camisinha.

Ela deu de ombros, ligando o radio e de alguma forma me obrigando a dirigir para casa.

Fiquei pelo menos umas três horas me arrumando apenas pra sair com ele. Sabia que era um restaurante, então coloquei um vestido básico e bonito, tive um banho glorioso e esperava que tudo isso valesse a pena.

Deslizei as mãos até meus pés, ajeitando mais uma vez o salto e me levantei rapidamente quando ouvi o interfone tocar.

WET STAGE - 𝑨𝒍𝒆𝒙 𝑻𝒖𝒓𝒏𝒆𝒓Where stories live. Discover now