Capítulo 54

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           Levanto do sofá e me emociono ao ver as modelos entrarem pela sala com a minha coleção de lingerie

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Levanto do sofá e me emociono ao ver as modelos entrarem pela sala com a minha coleção de lingerie. Cada peça mais linda do que a outra, produzidas especificamente para serem ousadas e sexys. Os tons escolhidos foram vermelho, preto e branco. São mais de doze modelos disponíveis, entre eles corselet, harness, lingerie em couro, coleiras, e muito mais! Por um momento tive vontade de usar uma das peças com Ian, certamente ele enlouqueceria.

Conversei com Stephanie, a minha principal assistente nesse projeto, e detalhei os meus planos: o desfile deverá ter a presença de imprensa, influenciadores da área da moda, blogueiros fetichistas, além de tudo, mudei a ideia anterior de fazer um evento junto com a empresa de Ian, já que pensando melhor, quero ser reconhecida por todo esforço. Vou fazer essa empresa crescer do zero. Sem espaço para machistas dizerem que tive o reconhecimento por ter envolvimento amoroso com Ian.

— As modelos também devem ser excelentes, catwalk impecável. Não esqueça de priorizar a diversidade. — falo, vendo as modelos saírem. Todas lindas, porém nenhuma de cor preta.

— Sim senhora — ela respondeu, enquanto uma funcionária trouxe a jarra com suco.

— Obrigada. Onde está Nádia? — pergunto, ao perceber sua ausência.

— Sou a nova funcionária senhora Ana. Estou a seu dispor. — diz, curvando a cabeça em forma de respeito.

— Oh! Não sabia, seja bem-vinda....

— Miriam. — ela completa e eu agradeço pelo suco que trouxe.

Stephanie já havia anotado tudo em seu laptop e quis saber se havia algo mais a ser acrescentado. Respondi que não, nos despedimos e poucos minutos depois, ela foi embora.

Bastou que eu ficasse sozinha para pensar no que aconteceu ontem. Aquela mulher completamente estranha, e o seu olhar era tão maquiavélico, como se tivesse ódio de mim, mesmo sem eu a conhecer.
Depois que ela foi embora, Monique apareceu no banheiro e eu vomitei. Fiquei com um mau estar e Moni disse que não gostou da energia da senhora desconhecida, e me perguntou se tinha certeza que não sabia quem era.

Neguei, e achei melhor ir embora. Não queria ficar pior do que já estava na rua. Desejei a Monique uma boa viagem e disse que ela poderia contar comigo para tudo.

Quando cheguei em casa, Ian ainda estava na empresa e só chegou bem tarde, o esperei até 23h30.

Subi as escadas e fui até o nosso quarto, que não é bem nosso, visto que parte das minhas coisas ainda estão no antigo quarto, mas mesmo assim, só dormimos juntos.
Okay tecnicamente o quarto de Ian virou meu também.

Até pouco tempo quando desci ele ainda estava dormindo.

Estou na frente da porta, porém paro no lugar quando ouço sua voz:

— Eu já falei pra você como quero as coisas. Preciso falar de novo? — ouço ele dizer, imagino que deve estar no celular.
— Porra Elena, não seja teimosa, não quero aquela e pronto. Selecione duas e basta. Quero ir pessoalmente cuidar disso. — ele escuta o que ela responde e depois conclui — sim, vou dizer qualquer coisa para Ana Luísa.

Me encosto na parede, meu peito está acelerado. Respiro fundo, pensando no que devo fazer; entrar depressa e o confrontar ou ir com calma e esperar que ele diga alguma coisa.
Fiquei com a segunda escolha.

Coloquei um sorriso fraco no rosto e entrei. Ian estava colocando o celular na mesa e logo quando me viu, veio me beijar.
Correspondi o beijo, sem demonstrar minha chateação por ele chegar tarde sem avisar e também por um possível assunto que não é apropriado para um homem noivo.
Na minha cabeça já imagino mil coisas, Ian trabalha no ramo erótico, convive em uma empresa com mulheres lindas, modelos, outras que se oferecem como mercadoria, ele tem tudo aos seus pés. Não será fácil manter a fidelidade nesse momento, mas a escolha partirá dele.

Basta um vacilo e ele nunca mais me verá em sua vida.

— Estava com saudades — ele diz, me abraçando. Se ajoelha e beija também a minha barriga. — não me olha assim amor, ontem trabalhei muito. Está vindo o maior evento fetichista do ano e a minha empresa foi a única contratada pra fazer presença. Além de oferecer os melhores produtos lá, eles usarão o nosso nome pra fazer o marketing.

Seria esse o assunto? Algo me diz que não.

— Parabéns! Nunca fui, imagino que deve ter muitas pessoas interessantes.

— A que eu quero está aqui — ele diz, alisando meu cabelo .

Ian me leva para a cama e pergunta sobre a minha marca. Conto a ele como foi a primeira amostra da coleção e ele ficou muito feliz. Depois, perguntou sobre o almoço e eu me senti na obrigação de falar o mau estar que tive com  a mulher do banheiro.

Na mesma hora ele se preocupou. Quis saber toda a descrição da mulher, mas eu quase não soube dizer. Pra falar a verdade ela parecia que não queria ser reconhecida, o véu em seu rosto dificultava muito saber como de fato ela era.

Quando disse isso, Ian pegou o seu celular e contatou o chefe da segurança. Deu o nome do restaurante e pediu pra saber quem era a mulher que estava lá, nem que tivesse fosse preciso ver nas câmeras de toda a cidade. Não importava o valor que iria gastar, ele moveria céus e inferno, queria saber quem era a vagabunda.

— Oh meu Deus!! Você acha que é.... — levo minhas mãos na boca. Mas como ? Não pode ser!!

— Pago a merda do advogado para me manter informado e a porra do incompetente não serve pra me dizer o mínimo? Eu só espero que aquele lixo não tenha saído da cadeia.

Nunca o vi tão irritado. Desesperado, era a palavra. Ele tirou toda a roupa, ficou apenas de cueca. Não ia mais trabalhar. Tentei confortá-lo mas ele pediu espaço.
Depois de alguns minutos ligou novamente para o chefe de segurança e questionou se já tinha a informação, cobrou respostas pois tinha que proteger sua família.

— Foda-se! Faz a porra do seu trabalho, te pago vinte mil reais pra isso caralho! Inferno! — ele jogou o celular longe.

Sento na cama. Assustada, mas compreendo. Tudo o que essa mulher o fez passar é repugnante, o pouco que me contou, fez meu estômago embrulhar. Me fez odiá-la ao ponto de querer matá-la lentamente. Ela merece o pior, destruiu toda a sua infância.
Maldita!
Ian se sentou ao meu lado e de repente ele começa a chorar.

Eu nunca imaginei vê-lo nessa condição, visivelmente vulnerável. Seu semblante que antes era sombrio, virou uma feição triste.

— Eu estou com você meu amor. Chore o que tiver que chorar — o abracei e então ele desabou. Pediu desculpas pois era daquele jeito devido ao seu passado, que ele nunca permitiria que fizessem mal à sua mulher e filha.
Também confidenciou que ele nunca havia chorado daquela forma na frente de ninguém, mas por eu ser parte dele, ele finalmente colocou pra fora o que há muitos anos estava entalado.

Eu não me contive, me emocionei e o confortei, juntando caco por caco dele.





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Um emoji para esse capítulo: 🥺❤️‍🩹

Vocês bateram essa meta hoje mais cedo, e cá estou com novo capítulo.

O que acharam?
Até o próximo amores da mamii❤️‍🔥

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