A Força da Verdade - 2-16

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 Dolores Umbridge estava meticulosamente vestida em seu traje característico, um conjunto de saia e blusa que irradiava a ilusão de um sorriso doce e falso, enquanto escrevia cuidadosamente no quadro-negro. A atmosfera da sala de aula era, como de praxe, uma paisagem complexa de regras rígidas e conformidade forçada.

 A cada traço de seu giz no quadro, Umbridge estabelecia seu domínio, e seu sorriso dissimulado mascarava sua verdadeira intenção de controlar cada aspecto daquela sala. Os estudantes estavam acostumados com a sensação opressiva de suas lições, onde cada palavra era meticulosamente escolhida para moldar mentes e atitudes.

 Quando se virou para começar a explicar o conteúdo, Umbridge notou um aluno com a mão levantada, e sua expressão mudou sutilmente. Ela inclinou levemente a cabeça para um lado, seus lábios formando um sorriso que parecia amigável à primeira vista, mas guardava uma tensão inquietante por trás.

 Seu olhar, frio e penetrante, rapidamente encontrou o aluno em questão, enviando um calafrio de apreensão por toda a sala. Era como se um véu sombrio de autoridade tivesse descido, fazendo com que o aluno se sentisse como se estivesse prestes a cometer um ato de rebeldia ao levantar a mão.

 No entanto, determinado a esclarecer sua dúvida, o aluno decidiu seguir adiante, superando o receio que a presença autoritária de Umbridge inspirava. Com a voz ligeiramente trêmula, ele levantou a mão e, após um breve momento de hesitação, lançou a pergunta: "Professora Umbridge, ouvi rumores de que Você-Sabe-Quem matou Cedric Diggory. Essa informação é verídica?" O silêncio na sala se tornou quase palpável, enquanto todos os olhares se voltavam para a cena.

 Umbridge lançou um olhar penetrante ao aluno, seus olhos brilhando com malícia, como se estivesse deliciada com a oportunidade de exercer seu poder. Ela ajeitou sua saia com uma expressão de superioridade e respondeu: "Oh, não se preocupe, Sr. William, o que aconteceu com o Sr. Diggory foi apenas um infeliz acidente. Você não deve dar ouvidos a todas essas histórias que ouve, meu caro."

 A resposta de Umbridge gerou uma onda de indignação palpável entre muitos dos alunos presentes na sala de aula, que trocaram olhares de desaprovação e compartilharam murmúrios reprimidos. No entanto, nenhum deles ousou desafiar a professora, cientes das possíveis repercussões. Exceto por uma pessoa destemida: Emma Stevens.

 Emma estava determinada a se expressar e levantou a mão decididamente, ignorando o olhar preocupado que Harry lançou em sua direção, um gesto silencioso de advertência de que argumentar com Dolores Umbridge geralmente resultava em consequências desagradáveis. Ignorando o conselho de Harry, ela fez sua pergunta.

 Umbridge, com seu sorriso que beirava o sinistro, sentiu uma leve pontada de irritação ao ver Emma querendo falar, mas permitiu que ela o fizesse, talvez, momentaneamente, intrigada com a coragem da jovem. A sala de aula ficou tensa, enquanto todos aguardavam para ver como a professora reagiria à ousadia de Emma.

 "Com todo o respeito, professora Umbridge," começou Emma, mantendo seu olhar firme e determinado, "dizer que a morte de Cedric foi um 'acidente infeliz' é minimizar a gravidade do que realmente aconteceu e uma vergonha à memória dele. Ele foi morto por Voldemort." Suas palavras fluíram com confiança, sem qualquer gaguejo, enquanto ela cruzava os braços, enfatizando sua posição.

O silêncio na sala de aula tornou-se quase tangível, pesando sobre todos os presentes. Alguns alunos olhavam para Emma com admiração, admirando sua ousadia em desafiar a autoridade de Umbridge e falar a verdade.

 Outros, no entanto, estavam visivelmente apreensivos, temendo o que poderia acontecer a seguir, pois desafiar Dolores Umbridge era conhecido por resultar em punições severas.

Para Sempre Nós - Severus SnapeWhere stories live. Discover now