Cicatrizes da Noite - 1-31

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 Quando a noite já se estendia sobre o horizonte e Emma já estava estabelecida na casa de Severus, o tempo disponível para suas atividades era limitado. Mesmo assim, houve um precioso espaço para explorar a casa.

 Ele a conduziu pelos cômodos, mostrando cada pequeno pedaço da sua vida. Entre conversas animadas e risos que ecoaram pelas paredes, ambos mergulharam em histórias pessoais, fortalecendo os laços que os uniam.

 A alegria de compartilhar essas férias tão esperadas se amplificava a cada instante, pintando o ambiente com cores ainda mais vibrantes. Naquele santuário que era a casa, pela primeira vez, Severus experimentou uma felicidade genuína, sentindo que as paredes acolhiam não apenas a sua presença e uma atmosfera fria e sombria, mas também a promessa de momentos inesquecíveis e felizes ao lado de Emma.

 A chegada de Emma à residência de Severus trouxe consigo uma noite permeada por um intrigante fluxo de ansiedade e antecipação. Enquanto seus olhos exploravam cada centímetro do quarto especialmente ajeitado para recebê-la, ela se viu envolvida por uma aura de novidade e incerteza.

 Diante da paisagem desconhecida, uma certa sensação de estar um tanto desorientada a atingiu, como se estivesse em terras inexploradas.

 Contudo, o ambiente não tardou em revelar seus encantos singulares. As paredes, adornadas com prateleiras repletas de livros que contavam histórias de épocas passadas, concediam ao cômodo um toque de sabedoria acumulada.

 Enquanto a luz suave das velas dançava delicadamente, tecendo uma tapeçaria de sombras e reflexos, uma atmosfera calorosa e acolhedora se consolidava, convidando Emma a desvendar os segredos e as promessas que essa nova etapa lhe reservava.

 Notando a hesitação que envolvia Emma, Severus se aproximou com gentileza, capturando a aura de incerteza que pairava no ar e colocando gentilmente as mãos nos ombros dela. Um sorriso terno curvou seus lábios enquanto ele compartilhava palavras cuidadosas: "Desejo que este quarto proporcione a você todo o conforto necessário." 

 Emma respondeu com um sorriso tímido, um gesto que expressava sua aprovação. "Está perfeito, Severus. Agradeço por sua hospitalidade." Suas palavras eram como um eco do reconhecimento que ela sentia, agradecendo tanto pela hospitalidade dele quanto pelo cuidado meticuloso com o qual o quarto tinha sido preparado.

 Ele concordou com um aceno suave e, em seguida, comunicou de maneira ligeiramente formal: "Para assegurar sua privacidade e conforto, optei por dormir no sofá nesta noite."

 Uma expressão de perplexidade se insinuou no rosto de Emma, enquanto seus olhos o observavam com surpresa. "Mas, Severus," ela começou, o tom suave, "não desejo afetar o seu conforto com a minha presença. Talvez seja mais apropriado que eu durma no sofá." Suas palavras refletiam uma preocupação sincera, um desejo de assegurar que ele também se sentisse à vontade em sua própria casa.

 Sua determinação era evidente, ressoando em suas palavras firmes. "Não, Emma, minha insistência permanece," ele afirmou com convicção. "O sofá é perfeitamente adequado ao meu conforto."

 Um suspiro escapou dos lábios de Emma, evidenciando sua compreensão diante da teimosa determinação dele. "Severus, por favor, considere. Não quero que você se sinta desconfortável por causa de mim. As férias são um período de descanso para você também, e não desejo que passe esse tempo dormindo em um sofá desconfortável apenas por minha causa."

 Após um breve momento de reflexão, ele ponderou, ciente do desconforto que o sofá lhe proporcionaria. No entanto, a ideia de Emma descansando ali não encontrou morada em sua mente, pois sabia que tal situação não o deixaria satisfeito. Um sorriso suave surgiu em seus lábios enquanto ele falava, uma expressão que denotava uma determinação inabalável. "Não há margem para discussão, minha querida. Você vai desfrutar da estadia na casa, sem exceções."

Para Sempre Nós - Severus SnapeWhere stories live. Discover now