Uma Xícara de Chá e Um Mundo de Possibilidades - 1-12

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 Nos corredores serenos da Escola de Magia de Hogwarts, uma atmosfera tranquila e mágica predominava naquela tarde ensolarada. A cada passo, os antigos corredores de pedra pareciam murmurar segredos de séculos de sabedoria acumulada.

 Emma, uma jovem aluna, seguia seu caminho em direção à biblioteca, mergulhada em pensamentos sobre os mistérios que cercavam o mundo da magia. Seus passos leves ecoavam no corredor, quase como se ela fosse a única presença ali. No entanto, algo inesperado estava prestes a acontecer.

 No meio do caminho, seus olhos capturaram uma figura distinta aproximando-se. Não era um rosto desconhecido, mas sim o do enigmático Severus Snape. O professor de Poções sempre exalava uma aura de mistério, um homem cujas profundezas eram tão obscuras quanto o próprio castelo.

 Ele parecia estar imerso em seus próprios pensamentos, o olhar penetrante fixo em um ponto distante. No entanto, quando seus olhos encontraram os de Emma, ele parou de forma abrupta, como se o tempo tivesse congelado.

 "Boa tarde, Emma," ele cumprimentou, inclinando a cabeça em uma saudação polida, mas cheia de sombras.

 Emma piscou, surpresa por esse encontro casual. "Olá, Severus," respondeu, o som de sua voz ecoando suavemente pelo corredor. "Como está?"

 O silêncio pareceu pairar por um momento, carregado com uma tensão inexplicável. As palavras de Snape vieram como um sussurro da escuridão. "Estou bem, obrigado. E você?"

 "Também estou bem, obrigada," disse Emma, tentando decifrar as entrelinhas do diálogo enigmático.

 Um momento de incerteza seguiu-se, até que Snape rompeu o silêncio. "Se não estiver ocupada, Emma, gostaria de convidá-la para compartilhar uma xícara de chá em minha sala. Poderíamos dar continuidade às nossas discussões sobre poções e alquimia."

 O convite pegou Emma de surpresa, mas o brilho de curiosidade em seus olhos não passou despercebido. Nas últimas semanas, os dois haviam compartilhado conversas ocasionalmente intrigantes, levando-a a ver Snape sob uma luz diferente, além da fachada de frieza que ele frequentemente projetava.

 "Claro, Severus. Ficaria encantada em acompanhá-lo," respondeu ela, um sorriso tímido brincando em seus lábios.

 Com um aceno de cabeça, Snape indicou o caminho, e os dois seguiram em direção à sala do professor. Durante o trajeto, Emma não pôde deixar de notar como o castelo, tão familiar e imponente, ganhava uma aura de mistério ainda maior na presença de Snape. Finalmente, eles chegaram à sala, e Snape a convidou a se acomodar.

 O ambiente estava imbuído com um ar de antiguidade e conhecimento acumulado ao longo dos anos. Emma observou enquanto Snape preparava o chá com um toque de elegância e habilidade. Em pouco tempo, eles estavam sentados, xícaras de chá fumegante nas mãos, o aroma delicado preenchendo o ar.

 Emma tomou um gole, os olhos fixos em Snape. "Agradeço pelo convite, Severus. Estava curiosa para saber para onde nossas conversas poderiam nos levar."

 Snape acenou com a cabeça, um quase sorriso nos lábios. "Curiosidade e interesse são qualidades raras, Emma. Muitos se contentam com superficialidades, mas os que buscam a profundidade muitas vezes descobrem respostas significativas."

 Emma assentiu, contemplativa. "Sempre me senti atraída por poções e alquimia. No entanto, recentemente, tenho ponderado sobre meu futuro. Talvez considere uma carreira como alquimista ou pesquisadora de poções."

 Os olhos de Snape cintilaram com uma centelha de interesse. "Uma carreira na alquimia ou pesquisa de poções exige dedicação inabalável. Mas também é incrivelmente recompensadora. Há inúmeros segredos aguardando serem desvendados na arte da alquimia."

 Emma assentiu, sua imaginação sendo acionada por possibilidades infinitas. "Tenho um desejo ardente de explorar esses enigmas e contribuir para o vasto conhecimento mágico. Acredito que a alquimia reserva um potencial notável."

 O olhar de Snape ficou mais sério. "A alquimia é uma busca incessante por transformação e sabedoria. Requer paciência e perseverança para desvendar os mistérios que ela guarda."

 Os olhos de Emma encontraram os dele, e ela sorriu, determinada. "É por isso que estou disposta a me lançar nessa jornada, professor. Anseio aprender e descobrir, independentemente do tempo que levar."

 Um momento de silêncio pairou entre eles, até que Snape sorriu de maneira genuína, quase como se sua máscara de frieza tivesse se dissolvido por um instante. "Continue nutrindo essa paixão, Emma. O mundo mágico sempre recebe de braços abertos mentes curiosas e dedicadas."

 Uma sensação de calor preencheu o peito de Emma, uma conexão especial parecia estar se formando entre ela e Snape. À medida que a conversa fluía, ela percebeu que estava descobrindo um mentor improvável e, possivelmente, um amigo em seu professor.

 Enquanto o aroma do chá dançava no ar, Emma mudou sutilmente o foco da conversa. "Professor Snape, sempre me intrigou conhecer as escolhas que as pessoas fazem em suas carreiras mágicas. Seria possível eu lhe perguntar o que o levou a escolher o campo das poções?"

 Snape inclinou a cabeça, contemplando a pergunta. "Uma indagação perspicaz, Srta. Stevens. A seleção de uma carreira frequentemente é um intricado entrelaçamento  de inclinações pessoais e circunstâncias da vida."

 Emma assentiu, ansiosa para desvendar as motivações por trás da escolha de Snape.

 "Desde a minha juventude, fui cativado pela arte da alquimia e das poções", começou Snape. "Há uma satisfação intrínseca em transformar ingredientes simples em misturas mágicas e poderosas. As poções, para mim, representam uma extensão da própria magia, um meio de controlar os elementos naturais."

 Emma ouvia com admiração, capturando cada palavra.

 "Além disso," Snape continuou, "as poções têm aplicações práticas em diversos ramos da magia, desde cura até defesa. Foi a versatilidade desse campo que me atraiu. Eu desejava dominar algo que não apenas refletisse minha habilidade, mas que também servisse a um propósito maior."

 Emma sorriu, compreendendo a motivação subjacente à escolha dele. "Parece que a combinação de seu interesse pessoal e o desejo de impactar o mundo mágico o direcionou para esse caminho."

 Snape concordou, expressando uma notável profundidade de pensamento. "Exatamente. As poções não são apenas uma ciência exata; elas também são uma expressão da intuição e do conhecimento aprofundado. Cada poção é como um quebra-cabeça que exige precisão para ser montado."

 Emma estava cativada pelo relato dele. "É inspirador como você descreve. Acredito que cada ramo da magia possui uma beleza singular."

 "Bem, não são apenas os ramos da magia que possuem beleza única..." Ele falou quase para si mesmo, um lampejo de pensamento escapando antes que ele pudesse controlar, e quando ele percebeu o que falou, desviou o olhar e tentou disfarçar.

 Snape esboçou um sorriso quase imperceptível. "De fato, cada ramo tem sua própria magia singular. A importância reside em descobrir aquilo que ressoa com você e permite que explore seu potencial ao máximo."

 Emma sentiu-se intrigada pelo comentário enigmático do professor, mas preferiu não insistir, apenas continuou a ouvir enquanto Snape compartilhava mais sobre sua trajetória profissional e os desafios que enfrentou.

 A conversa fluiu, cada palavra acrescentando profundidade à conexão entre Emma e Snape. Ela percebeu que estava entrando na mente complexa de seu professor, compreendendo melhor os motivos e as motivações que o levaram a se tornar quem ele era.

 Com o término do chá, os olhares deles se encontraram, expressando um entendimento mútuo. Com um novo apreço por Snape, Emma saiu da sala, levando consigo uma perspectiva revigorada sobre as escolhas que moldariam seu próprio destino.

Para Sempre Nós - Severus SnapeWhere stories live. Discover now