Pista 9: Daqui até o inferno

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Cinco segundos.

Esse foi o tempo que Jimin Provenzano teve para encarar pela última vez o capitão alfa Bang Chan, antes da bomba explodir em um estrondo ensurdecedor. Na mesma medida em que os vidros estouravam e a fumaça subia, o corpo do alfa era espalhado pela sala em vários pedaços, enquanto o ômega caía contra o carpete.

A pressão no ar era intensa. Os ouvidos de Jimin zumbiam, seus sentidos estavam bagunçados, e o ar era impossível de respirar. As partículas de poeira o impedia de abrir os olhos, o corpo fraquejado não conseguia se levantar. Ele não fazia ideia de como estava o local naquele momento, nem onde ficava a saída.

Colocando o peso do tronco nos braços, o ômega começou a se arrastar lentamente, tateando com as mãos o chão por onde passava, uma vez que não conseguia abrir os olhos. Seu quadril doía, sua cabeça latejava e ele se sentia correndo contra o relógio novamente. Deveria sair rápido dali, ou uma das vigas poderia ceder, e quem sabe o prédio inteiro ir abaixo.

— Senhor? Senhor?! — O grito de um dos homens foi ouvido, mesmo que parecesse longe o bastante para ser confundido com um sussurro.

Jimin não conseguia responder, por mais que se esforçasse. Ele se sentia confuso, desorientado, e fraco. Continuou tateando o chão até encontrar algo áspero que coubesse na sua mão, deduzindo que fosse parte da estrutura. Começou a batê-la no chão com toda a força que tinha naquele momento, quem sabe fizesse algum barulho e atraísse a atenção dos colegas.

— Por favor... Por favor... — O ômega sussurrava, desejando sair dali o mais rápido possível.

— Jimin?! — Mais um grito foi ouvido, desta vez mais perto. 

O ômega continuava batucando a pedra, na esperança de ser encontrado. Com os olhos fechados, a cena se repetia de novo, e de novo. Seja o homem que você nasceu para ser, vença os preconceitos. Os últimos cinco segundos daquele alfa carismático foi para salvar a vida de  alguém, sorrindo mesmo tão perto da morte. Mesmo sabendo que ia morrer.

— Hey, Jimin está aqui! Vamos rápido antes que o prédio desabe! — Finalmente a voz podia ser ouvida ainda mais alta e clara, e o ômega teve a certeza de que havia sido encontrado.

As mãos trêmulas e hesitantes tocaram o ômega, e logo após outros colegas ajudaram a arrastá-lo para fora. Provenzano estava mole, e carregá-lo escada abaixo era tarefa difícil uma vez que o elevador foi interditado por conta do perigo. A polícia havia sido alertada, e os noticiários estavam a caminho de lá. Mais uma corrida contra o relógio iniciava, aquela de não serem descobertos pelo mundo.

E assim como a pintura a óleo Deposição Borghese, a alta renascença de 1507 era recapturada pelos olhos curiosos dos civis. Da mesma forma dramática, singela e compadecida, Jimin era carregado para fora do prédio. Não que fosse santo como Jesus, mas, alguém que assim como ele, tinha uma família que dependia de sua honra. A máfia Caccini.

Poucos minutos foram necessários para colocar o corpo do ômega no carro, do lado de trás do prédio. O lado da frente estava rodeado de pessoas curiosas, que logo foram contidas pelos policiais e bombeiros, tentando resguardá-los.

Os mafiosos seguiram para o Palácio, com o ômega enfermo no banco de trás. — Senhor, estamos voltando para o palácio urgente, precisamos de atendimento médico! — Um deles berrou ao telefone.

Namjoon não gostou da notícia, e sabia que Seokjin também não iria gostar. Para não interromper a reunião, deu as ordens para abrirem espaço até a enfermaria dali, pedindo para que dois alfas ficassem à espera e os demais espreitados com armas em punho.

Assim que o carro parou, os homens desceram depressa e puxaram Jimin para fora do veículo com dificuldade. A dupla de alfas logo se dispôs em colocá-lo na maca, e levá-lo, enquanto os demais faziam a avaliação no veículo.

SENTENÇA DE MORTE • jikook 🐺 ABOOnde histórias criam vida. Descubra agora