𝐄𝐍𝐂𝐀𝐍𝐓𝐎 • 𝐠𝐚𝐛𝐢𝐠𝐨𝐥

𝟓𝟎. | 𝐂𝐇𝐀𝐏𝐄𝐈

SÁBADO - 03h13

-

Posso não estar bêbada.

Mas chapada eu tô.

O Matuê até me avisou que aqui é um lugar que tem bastante fumante então consequentemente iriam tentar me dar algum cigarro ou maconha.

Até mesmo drogas, mas eu só fumei um pouco de maconha.

E isso é o suficiente pra me deixar chapada, porque querendo ou não eu nunca havia fumado desse jeito.

Eu e Lorena estamos no banco de trás do carro, esperando que o Matuê nos leve até a minha casa.

De nós três, ele tem menos cara de quem está chapado, então vai ser ele quem dirige, é óbvio.

Finalmente já chegamos, eu desço primeiro, só quero me jogar na minha cama e dormir como nunca.

Lorena tá bem pior do que eu, diante disso, ela precisa da ajuda do namorado dela.

Desço de elevador, minha visão está muito turva para quem não fumou tanto.

No meu subconsciente sei que fumar prejudica muito a saúde, agride totalmente o pulmão dependendo da intensidade que usa, mas não sei o que passou pela minha cabeça ao aceitar os baseados.

Finalmente chego, ando meio torta e tropeçando por tudo, até tropeço no estofado que está ali ao lado do elevador.

– Merda. - falo irritada, odeio não poder enxergar as coisas.

Está tudo girando, não consigo raciocinar direito, na minha cabeça só se passa coisas super estranhas e bem bizarras, tento pensar no meu trabalho, mas não ajuda nem um pouco.

Isso só piora, os números se embaralham e o resultado dos cálculos mesmo sendo os mais fáceis do mundo, dão errados.

Pego a chave da minha bolsa, tento abrir a porta, mas pela minha visão estar uma merda, não consigo acertar aonde colocar a chave.

E o barulho de chave com ferro fica bem alto, todos os vizinhos vão reclamar horrores, é óbvio.

Ouço uma porta se abrir, logo, percebo uma pessoa ao meu lado.

– Stella? Deixa que eu abro pra você. - diz, sua voz é familiar, é o Gerson.

Me apoio em seu ombro, sei que se continuar aqui tentando me equilibrar, vou terminar dura no chão.