Emily anseia ingressar na vida religiosa como freira, no entanto, sua relação com a religiosidade se complica quando um poderoso demônio, que é obcecado por ela há séculos, decide possuir o corpo de seu primo mais velho, Matthew, e começa a exercer...
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A manhã nasceu com um céu límpido, e eu e Matthew estávamos a caminho da biblioteca pública de HellDale em seu carro. Ele usava uma camisa preta de manga comprida com uma calça da mesma cor, e eu estava vestida com um vestido branco que ia até o início dos meus joelhos.
— Será que alguém lançou uma maldição sobre nossa família, Matt? — questiono, pensativa.
— Eu não duvido de mais nada, Em. — Matthew suspira profundamente, cansado.
— Desde meu aniversário de dezoito anos, as coisas começaram a ficar estranhas, não é?
— Eu espero que não seja nada sobrenatural. — Ele bufa e balança a cabeça de um lado para o outro.
Os olhos de Matthew ficam vidrados em mim por alguns segundos e em seguida, ele abaixa a cabeça e massageia as suas têmporas como se estivesse sentindo dor de cabeça.
— Talvez deva haver uma explicação lógica para tudo isso.
— É, talvez esse desejo de estar no meio das suas pernas seja apenas uma resposta natural do meu corpo, porque você cresceu e ficou gostosa pra caralho — Matthew diz em um tom sarcástico e eu arregalei os olhos.
— Para de ser boca suja, garoto!
— Apenas comentando a nossa realidade, priminha. — Ele volta a me encarar e dá um sorriso malicioso na minha direção.
— Odeio quando você me chama de priminha.
— Por quê?
— Porque você parece um velho tarado.
— Mas eu sou um velho tarado, Em. Um velho tarado por você.
Olhei pela janela, observando as árvores que passavam, tentando ignorar as falas ridículas do meu primo mais velho.
— Ah, não fique chateada comigo. Isso me corta o coração. — A ironia é evidente na sua voz e eu suspiro fundo para evitar uma discussão desnecessária. — Não me ignore, eu sou o mais velho aqui.
— Não é hora de discutirmos sobre nós dois como um casal, Matthew. Nós sequer sabemos se essa atração sexual é real.
Ele diminuiu a velocidade do carro e o estacionou à beira da estrada, desligando o motor. Matthew virou-se para mim, segurando meu rosto com gentileza.
— Emily, não importa o que esteja acontecendo, eu sei que o que sinto por você é real.
— Nós somos primos, Matthew. Você é bem mais velho que eu… Isso é errado.
Obriguei o meu corpo a afastar-se do Matthew antes que eu cometesse algum deslize.
— Deixa eu te beijar de novo, Em. Estou sentindo falta da sua boca.