Capítulo dois

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Sentada sozinha no balanço do quintal, sinto o calor dos raios de sol aquecerem meu rosto

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Sentada sozinha no balanço do quintal, sinto o calor dos raios de sol aquecerem meu rosto. O vento suave sopra, trazendo consigo a sensação de vazio que permeia meu coração. Uma semana se passou desde que meu pai foi tirado de mim e ainda é difícil acreditar que ele se foi.

O nosso lar perdeu a alegria. Seu gramado bem cuidado e carros na garagem agora parecem vazios. O sorriso sincero do meu pai, que costumava iluminar cada cômodo da nossa casa, não está mais presente. Sinto falta de sua risada contagiante, de seus conselhos inteligentes e de sua presença sempre carregada de carinho. 

Os sentimentos conflituosos em relação à morte de meu pai me assolam. Por um lado, sinto uma profunda tristeza e saudade, perguntando-me como poderei continuar minha vida sem ele. A dor é avassaladora, consumindo-me por dentro. Mas também há uma raiva silenciosa que começa a brotar em mim. Por que meu pai, um homem tão bom e cheio de vida, foi tirado de forma tão cruel?

Me balanço para frente e para trás, buscando conforto na familiaridade do movimento. Sei que, apesar da dor, preciso encontrar uma maneira de seguir em frente. Meu pai gostaria que eu fosse corajosa e perseverasse. Ele sempre me incentivou a ser forte e enfrentar os desafios da vida de frente, mas tenho perdido a vontade de viver. Não quero mais estudar, sair com as minhas amigas ou ir à igreja.

A minha mãe vive enclausurada no seu próprio quarto. Se recusa a comer, tomar banho e não responde quando batemos na porta. Parecia estar em um estado catatônico.

Eu tinha a impressão que iria enlouquecer nesse lugar a qualquer momento, mas não conseguia seguir a minha vida. É uma sensação tão ruim querer fazer alguma coisa da minha vida, mas não ter forças suficientes para tomar uma atitude por mais simples que seja.

O que mantém a minha sanidade em meio a esse caos que se tornou a minha vida é o Matthew. Só ele para assumir toda essa bagagem pesada sozinho e cuidar de mim, da mamãe e das minhas irmãs.

— Em? — Ouço a voz do meu primo atrás de mim e sorrio automaticamente. — Podemos conversar?

— Se você trouxe o doce que pedi, sim, mas se veio sem nada, melhor dar meia volta e ir embora — brinco ao mesmo tempo que paro de me balançar. 

— Você é uma pessoa extremamente interesseira, Em. 

O lindo rapaz, o dono dos olhos azuis mais lindo que já vi, senta-se no balanço ao meu lado e eu me viro para encará-lo.

— Pegue o seu doce.

Não me surpreendo ao ver um pacote em sua mão e ele me entrega com um sorriso divertido na sua face.

OBSESSÃO DIABÓLICA Where stories live. Discover now