Capítulo nove

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— Matthew, o que você acha de fazermos um piquenique com a minha mãe e as gêmeas? — Emily pergunta ao entrar na cozinha e ao olhar para ela, vejo a sua expressão repleta de esperança de que as coisas voltem ao normal entre nós dois

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— Matthew, o que você acha de fazermos um piquenique com a minha mãe e as gêmeas? — Emily pergunta ao entrar na cozinha e ao olhar para ela, vejo a sua expressão repleta de esperança de que as coisas voltem ao normal entre nós dois. — Você anda distante de mim desde aquele dia que… Bom, você sabe muito bem o que aconteceu.

Há duas semanas, desde que aquele beijo proibido tocou nossos lábios, a culpa permanece como um eco constante em minha mente.

— Estou um pouco ocupado nos últimos dias, Emily. — Respiro fundo, forçando um sorriso e bebo os últimos goles do café no copo.

— Eu sinto sua falta, Matt.

— Também sinto saudades de vocês, mas tenho responsabilidades no trabalho.

Afastei-me de Emily, mantendo uma distância segura para evitar cair na tentação novamente.

— Se eu soubesse que você ia me provocar e depois, me culpar pelo nosso beijo, eu nunca teria deixado você me tocar.

— Eu não te culpo por absolutamente nada, Emily. Eu só sinto que não deveria ter feito aquilo com você — confesso a ela com pesar.

— Matt, eu também tive minha parcela de culpa. Foi um momento confuso para ambos. — Emily olha para mim com tristeza nos olhos.

— Vamos esquecer isso, Em. — Aproximo-me de Emily, dou um beijo rápido na sua testa e saio de casa antes que o pior volte acontecer.

***

— Matthew, você está bem? Você parece pálido. — comentou Louis ao me ver entrando na loja, com sua testa franzida de preocupação.

— Só algumas dores de cabeça, nada sério. — Tento esconder o desconforto que sinto.

As dores de cabeça persistentes têm me atormentado como se fosse uma punição interna que parece se aprofundar com o passar dos dias.

Pesadelos estranhos encharcam minha mente durante a noite, envolvendo-me em uma teia de imagens grotescas e surreais.

— Matt, você está suando frio de novo. Os pesadelos ainda estão te atormentando? — Louis indaga, olhando-me com compaixão. — Desde aquele dia que você desabafou comigo, eu fico preocupado contigo.

Esses devaneios amedrontadores parecem invadir a realidade, desfocando as linhas entre o mundo acordado e o mundo dos sonhos.

— Eu nem sei mais o que é real, Louis. Às vezes, sinto que estou sonhando mesmo acordado — admito a ele com frustração. — Estou com receio de estar desenvolvendo algum transtorno psicológico.

— Você acabou de perder seu tio Keith, Matt. É normal estar um pouco confuso.

— A ponto de sentir que não tenho controle do meu  corpo e da minha mente? Eu não lembro de dias inteiros da minha vida… Como se outra pessoa tivesse vivido a minha vida no meu lugar.

OBSESSÃO DIABÓLICA Where stories live. Discover now