Minha. Capitulo 17

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Não é a liderança, nem o valor, nem o companheirismo onde se resumem os relacionamentos, o elemento mais essencial para isto chama-se confiança.

John C. Maxwell

Narradora

Naquele início de tarde Jennifer saiu com seu café em mãos. Havia pego um para viagem. A verdade era que queria demonstrar superioridade, não queria que Lana achasse que estava ali por ela. Não. Não depois de vê-la tão empolgada e permissiva com aquele cara. Um reles desconhecido. Estava tão distraída depois que atravessou a rua que acabou esbarrando em algo, ou melhor, em alguém.

-Oh Meu Deus, me des-cul-pa. -Falou um tanto pejosa e surpresa.

-Jennifer, não esperava ver você hoje, mas que ótimo. -Falou com um sorriso e um olhar malicioso capaz de secar até um rio.

A atriz sorriu ruborizada.

-Sebastian, oi, eu...eu tava fazendo exercícios e agora vou voltar pra o hotel, com licença. -Falou astuta de uma só vez. Ele persistente a seguiu.

Se uma coisa havia aprendido era a fugir. Se afastar automáticamente quando se sentia sobrecarregada, magoada ou simplesmente confusa.

-Você sabe que é ótimo te ver, espero que não tenha mágoas. Você sabe, daquele dia?! -Revelou cravando suas iris azuladas nos olhos esmeraldas da loira detendo toda sua atenção.

-Não vamos falar disso, Sebastián. -Falou com tom mais grave e virando a face para evitar vê-lo.

Não estava no seu melhor humor. Seu coração dizia uma coisa. A cabeça outra e estava como uma bomba relógio. Encarou o outro lado da rua onde recebeu acenos que julgou ser de fãs e colegas de trabalho.

Não queria dizer que ainda tinha muita raiva dele, tinha de manter o profissionalismo, o equilíbrio e a educação acima de tudo.

-Tudo bem, eu entendo. Ei, vi as fotos da Ava.

Nesse instante JMo olhou para ele surpresa e lançou um olhar fugaz para o celular, logo voltou a atenção para o jovem com a boca entreaberta. Ele tinha sua atenção. Será que tinha acontecido algo? Ela havia visto tudo e não tinha nada da sua família ou de Ava em suas notificações e redes cerca de uma hora atrás. Pensou.

-Ava com a pelúcia que mandei, a Julia postou essa tarde. Rsrs. Achei fofo e adivinha?! -Contou entusiasmado arrancando um sorriso orgulhoso e bobo da loira., sem perceber que ela havia ficado em sua "bolha" segundos atrás.

JMo que estava na defensiva depois daquele comentário sentiu seu corpo leve. Estava morta de saudades de sua bebê. Enxergou inocência no ato do colega em presentear sua "bebê" e em ficar feliz com uma foto dela com o brinquedo.

-Ahhhh, não, sou péssima em adivinhações. Fala?! -Pediu parando novamente no meio do caminho o detendo. O clima era descontraído.

-Vai tentando e te digo quando chegar perto. -Propôs abraçando a colega pelos ombros, a induzindo a continuarem a caminhada.

-Ahhhh, isso não vale, mas ok. -Resmungou com aquele olhar verde água enigmático e a sobrancelha direita arqueada.
Aquela pequena covinha no queixo era como o canto de uma sereia para qualquer um: hipnotizante.

-Você é ótima em tudo o que faz, sei que vai acertar. -Disse aquela primeira frase e um frio na espinha atravessou o corpo da mulher. Ela não conseguiu evitar aquela sensação de desconcerto diante de tal "elogio".

-Er... você vai adotar um cachorro? -Chutou solvendo um gole do seu café já no fim.

Ambos iam caminhando animados pela pequena cidade.

-Ta morno... meio que isso. -Revelou encarando os lábios da loira molhados de um marrom claro. Ela passando a língua nos lábios limpando-os e ao mesmo temos umedecendo.

-Okay!
Então, você arrumou uma namorada louca por cachorros? Uma veterinaria, talvez. Hahaha. -Disse assim que terminou e fez um bico. Apertou os olhos fazendo uma expressão pensativa estilo Emma Swan.

-Morno, Jen! -Falou tirando uma mecha dourada do rosto da companheira ao chegar no hotel.

-Quero conhecê-la! -Disse sorridente  entrando no elevador ficando de frente pra ele.

Stan avançou o portal do elevador que ele havia segurado por alguns segundos. O suor pingava por entre os seios da loira, resultado de muito exercício. Os olhos azuis estavam mais escuros. O romeno passou a língua umedecendo o lábio de baixo, um ato instintivo do prazer que sentira, coisa que passou despercebida pela mulher. Ele a desejava. Ele a queria. Coragem ou estupidez ele o fez. Sua boca carnuda apertou os lábios finos e molhados de forma animalesca, a jovem grunhiu em protesto quando Stan tentou aprofundar o beijo a puxando pelo quadril. A porta do elevador fechou.

O tempo pareceu lento para a loira e rápido demais para o ator que sentiu a maçã do seu rosto arder segundos depois do furtivo beijo.

-urgh! Pirou?  -Reclamou de cara fechada  e recostada no aço frio do transporte que ainda estava subindo para seu andar.

-Não, eu só... achei que você e eu ... nós podíamos... ficar co-mo antes. -Revelou ainda inquieto.

-Se quer um conselho de uma amiga? desiste. Eu já tenho alguém! O que rolou entre nós foi só uma vez. Esquece isso, eu tô em outra faz tempo! -Falou o olhando nos olhos e se esquivando do homem assim que o elevador chegou ao seu destino.

-Você vai mudar de idéia, Jen. -Afirmou baixinho sorrindo. Um sorriso atroz.

Sebastian socou o ar e passou a mão na cabeça vendo a jovem virar a maçaneta para entrar em seu quarto. Tinha que agir rápido. Pensou o homem inconformado e com ego ferido.

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QUARTO DE LANA (NOITE)

A morena estava deitada rendida as suas redes sociais, fuçando o twitter e o Instagram quando ouviu o toque cauteloso porém insistente romper sua bolha.

Esse povo não dorme?! -Resmungou baixinho jogando o lençol grosso de lado, o celular e o óculos preto que usava para ler de perto as notícias, fofocas e diálogos em seu aparelho.

Levantou com os pés descalços e foi checar o que ou de quem se tratava, não estava com humor. Foi logo abrindo a porta. Se pudesse faria como a Evil Queen: Incineraria certas coisas e pessoas em segundos. Principalmente pessoas. Abriu a porta sem muito entusiasmo.

Estava vestida em um blusão cinza com a imagem de uma coroa em tom preto e amarelo no centro, era tudo que cobria seu corpo de 1.64 de altura. Por baixo a calcinha negra fina de renda.

Só viu o vulto de um corpo ultrapassar o portal e sentiu sua mão ser puxada ligeiramente. De olhos fechados sentiu seu coração acelerar e os batimentos deste era cada vez mais audíveis. Sua boca entreaberta deixou "a sombra" sentir aquele hálito fresco de frutas vermelhas contra sua pele. Seu corpo respondeu ao toque do "invasor" quando fora prensada contra parede. Sentiu-se perdida e suas pernas bambear quando uma coxa alheia roçou no seu centro. O atrito a fez engolir em seco aquela estranha sensação de desejo, raiva, insegurança e medo.

-Tua boca é minha maior cobiça. Meu pecado.  -Segredou mordiscando os lábios grossos e macios de Lana Maria que estava entre o êxtase e o doce sabor da paixão.

Amor Sem Fim -Morrilla Where stories live. Discover now