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Chegamos em uma loja requintada da cidade, eu reconheço o lugar, minha mãe costumava nos levar aqui para comprar vestidos para bailes importantes, precisávamos impressionar.

Assim que entramos na loja a senhora dona da loja nos cumprimenta. Primeiro Katarina e por fim eu.

— Senhorita Lester, a quanto tempo não nos vemos - a senhora diz com um sorriso amarelo.

— Sim - digo sorrindo.

— Lester? Este nome me é familiar - Katarina se questiona.

A senhora nos mostra os vestidos da última moda para Alicinha, que parece ficar encantada com tudo. Eu me sento e observo tudo.

Saímos da loja com diversos vestidos para Alicinha, no retorno para casa o silêncio é estridente, Alicinha adormeceu e Katarina parece perdida nos seus pensamentos.

— Me lembrei! - ela diz me fazendo dar um pulinho de susto — Filha de Gerald Lester, conheço sua irmã Charlote, não é isso?

Fico surpresa.

— Conhece minha irmã ?

— Se eu a conheço, é claro, nossos maridos são sócios amigos - diz animada, parece se lembrar de algo e se remexe na carruagem.

— Mundo pequeno - digo

— Muito - ela diz novamente em tom de ironia — Que destino cruel teve, sua irmã está tão feliz com Coker, afinal ele é muito rico.

— Já chega, não permito que se intrometa em minha vida e de meu marido - digo furiosa.

— Seu marido? Quando se casaram?

— Não seja amarga, não está feliz com o seu marido rico ?

Vi sua face corar e suas sobrancelhas apertarem, de alguma forma eu toquei em algo que a afeta.

— já chega, meu interesse é apenas em Alicinha, minha filha.

— Tenho certeza - digo em tom de deboche a mulher bufa e se cala.

Pareceu o caminho mais longo que já fiz, eu queria sair daquela carruagem o quanto antes, quando eu e Alicinha descemos da carruagem senti um alívio. Katarina se despediu da menina ali mesmo e retornou.

Nove dias depois Héctor retorna, Katarina está na casa de seus pais, vemos a carruagem parada na frente da casa, Héctor quer muito ver a filha mas prefere aguardar a mulher ir embora.

— Eu espero que as coisas tenham sido tranquilas por aqui - diz

— Sim, até que foi - digo forçando um sorrindo.

— Este tempo que fiquei no mar, eu andei pensando e decidi, vou impor algumas regras para Katarina.

— Regras?

— Sim, essas visitas sem datas não podem mas acontecer, teremos que combinar dias, quero ter momentos com minha filha sem precisar me preocupar com a presença dela.

Eu concordo com a cabeça, Katarina é geniosa não sei se irá ceder penso comigo mesma.

— E horários também - continua

— Quando pensa em falar com ela ? - pergunto

— Não sei ao certo, em breve.

— Está com medo dela ?

Héctor se espanta com minha pergunta

— Claro que não - diz firme

— Então o que está fazendo aqui vai até lá e fale tudo que quer dizer - digo

Ele se levanta

— tem razão - Héctor se vai com Dexter seu cachorro ao lado.

Preparo o jantar e Héctor ainda não retornou, resolvo ir ver como estão as coisas por lá.

Chegando na casa de seus pais vejo Alicinha brincar com Dexter no jardim, seu avô está fumando seu charuto sentado, ele me cumprimenta com um gesto no ar eu retribuo.

Dentro da casa vejo sua mãe na sala parece apreensiva.

— Onde está Héctor ? - Questiono ela acena para a cozinha

Me aproximo para a entrada da cozinha em passos lentos e consigo ouvir conversarem.

— O que foi Héctor, não consegue me olhar nos olhos - Katarina diz, sinto minhas mãos soarem eu me escondo na entrada da porta.

— Pare com isso - Héctor diz baixo, consigo ver Katarina segurar seu rosto, sinto meu corpo queimar de raiva.

— Eu sei que ainda sente algo por mim, não tente disfarçar, seja meu Héctor e prometo que farei o que quer.

Que absurdo estou ouvindo está mulher é uma cobra, a vontade que tenho é de esbofetear sua face até cansar, mas preciso ver o que Héctor fará, ele a beijara, não ele não faria isso.

Vejo quando seus rostos se aproximam, Héctor fecha os olhos, sim ele a deixará tocar seus lábios. É demais para mim.

— Como eu fui tola em imaginar que seria apenas meu e que me amava - esbravejo, Héctor retira as mãos de Katarina de seu rosto.

— Sofie não, não é isso que está pensando - diz apressado

— Eu vi Héctor, eu vi - grito, Héctor corre em minha direção e tenta segurar meu braço eu o puxo.

— Não toque em mim - digo alto

Sua mãe surge

— Que gritaria é essa ?

— Seu filho, pelo visto ainda tem sentimentos por essa aí - digo apontando para Katarina que está de braços cruzados.

— Não! Não é isso - Héctor diz

— Para mim já chega - digo e saio correndo

Ouço Héctor gritar meu nome mas não paro corro o mais rápido que posso. Chegando em casa tranco a porta logo atrás de mim e desabo no chão a chorar.

Não demora e Héctor bate na porta desesperado pedindo para que eu abra, sinto meu corpo sacolejar de nervoso e me tranco no quarto, afundo minha cabeça debaixo do travesseiro tentando abafar o som.

Ele insiste até que desiste, eu tinha tudo e agora me sinto como se não tivesse mais nada.

RaposaTahanan ng mga kuwento. Tumuklas ngayon