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Depois do almoço fui limpar a cozinha, esse chão por mais que limpe no dia seguinte parece nunca ter visto água de tão engordurado, meus braços doem de tanta força que faço para limpar este chão imundo.

E para ajudar este calor não está colaborando e junto a coceira, meu corpo todo pinica e acho que peguei piolhos minha cabeça formiga.
Sinto vontade de chorar e desconto toda a minha raiva no chão esfrego sem parar.

— Ei espere o que é isso saindo do seu chapéu - um dos cozinheiros diz se aproximando, eu não o ouço direito a raiva me consumiu.

Em um gesto rápido ele puxa meu chapéu e meus cabelos caem sobre minhas costas, eu arregalo os olhos e me levanto assustada, puxo meu chapéu de sua mão.

Ele segura firme meu braço e grita.

— Uma mulher? Corra chame Jason - o homem grita para o seu ajudante que sai correndo aos berros assustado.

— Me solte - grito

— Como você conseguiu enganar a todos - o homem diz incrédulo.

Não demora Jason vem correndo junto uma cambada de homens de olhos arregalados curiosos.

— Onde ela está - Jason grita.

— Aqui, veja só - o homem me entrega para Jason

— Sam ? - Jason diz e me puxa pelo braço.

Todos os homens me olham espantados vejo Tony imóvel sem reação.

— Me solte - grito

Jason grita pelo seu capitão que sai de sua cabine sem entender nada.

— O que foi, quem está morrendo ? - Héctor pergunta furioso.

Jason me solta e fico ali imóvel em pé cercada de homens.

— Veja só uma mulher, Sam na verdade é uma mulher.

Héctor desce de sua cabine e se aproxima calado, os homens cochicham.

Héctor está furioso percebo pelas suas sobrancelhas apertadas. Ele toca meus cabelos eu me encolho trêmula.

— Isso é novidade para mim - diz seco
Ele me analisa dos pés a cabeça.
— Esses cabelos cobreados, eu acho que já a vi em algum lugar, me diga de onde eu a conheço ?

— Nunca o vi antes - digo baixo fitando o chão

Héctor segura firme meu queixo me forçando a encara-lo, sinto sua adaga encostar meu pescoço engulo seco, acho que agora este é meu fim.

— Me diga ! Ou enfiarei está adaga no seu pescoço - ele rosna

Os homens ficam em silêncio.

— So... so... Sofie Lester - consigo dizer

Ele tira sua adaga do meu pescoço e fica ainda mais furioso.

— Uma Lester na minha embarcação, seu pai sabe disso?

Balanço a cabeça em reprovação

— deveria imaginar - diz zangado. — venha !

Ele agora segura firme meu braço e me força a acompanhá-lo.

— Voltem ao seus trabalhos a festa acabou - ele ordena.

Ele abre a porta de sua cabine e me lança para dentro e tranca a porta.

Fico ali dentro sozinha por horas, o lugar tem uma enorme cama, escrivaninha, uma adega e no final do cômodo uma banheira, bem diferente do alojamento.

Fico sentada na cadeira do lado da escrivaninha chorando imaginando qual será meu fim.

Por fim ele entra no lugar de uma só vez, ele caminha de um lado para o outro.

— Preciso levá-la de volta - diz sério

— Não por favor, vá ao seu destino e de lá eu me viro, prometo que não darei trabalho - suplico ainda sentada.

Ele para a minha frente.

— Já está me dando muito trabalho, e por que não quer ficar no conforto da sua casa?

— você não entenderia - digo

— fale logo ! - grita, pulo de susto e digo de uma só vez.

— Eu não posso me casar, não com aquele homem eu não o amo.

Héctor cai na gargalhada, sinto meu rosto queimar de raiva.

— Qual é a graça - digo

— Qual seria o nome de seu futuro felizardo? - pergunta ainda rindo.

— Coker, Raimund Coker - reviro os olhos.

Héctor gargalha ainda mais alto, eu me levanto brava.

— Qual o seu problema garota, Coker é muito rico que mulher não gostaria de casar com um homem tão rico como ele - diz entre risos, eu o encaro séria

— Eu, eu não me casaria com um homem sem amor, mesmo ele sendo podre de rico - digo

Héctor fica sério.

— Amor ? Acredita mesmo nesta baboseira, amor minha cara só existem em contos e livros - diz sério e pega um uísque de sua adega e se serve.

— Já amou alguma vez capitão, me parece amargurado? - questiono

— Chega! Vou levá-la de volta, quem sabe consigo algo em troca de seu pai.

— E tenho escolha ? - digo desapontada

— não , mas antes levarei a mercadoria que prometi a ele já estou no meio do caminho.

— Tanto faz - digo

— tome um banho está fedendo, não quero que minha cabine fique fedendo - Héctor diz sério e se vai trancando a porta novamente.

Eu estava necessitada que alívio tomar um banho, mesmo que rápido e gelado.

Volto a sentar na cadeira e aguardar.
Escurece e sinto meus olhos pesarem de sono, me esforço para segurar minha cabeça e me manter sentada sem cair no chão.

Héctor entra de supetão e acordo de susto. Dexter seu cachorro também o acompanha, ele se aproxima de mim pedindo carinho eu acaricio sua cabeça.

— fique com a cama, vou dormir na rede - Héctor diz e estende a rede no final do cômodo. — vá logo para a cama antes que eu mude de ideia e te jogue no alojamento junto com os outros.

Corro para a cama e me cubro com o lençol branco.

Não demora e adormeço eu estava exausta.

RaposaWhere stories live. Discover now