Caça às Bruxas (CONCLUÍDO)

Capítulo 46

- Não aqui.

Dimitri conduz Adrian para fora da Torre.

- Freya quer falar com você.

- Eu vou vê-la.

Adrian afasta-se apressado e vai até o quarto de Freya batendo na porta.

- Quem é? - pergunta ela de dentro do aposento encostada no pedaço de madeira.

- Sou eu.

Ela abre a porta ao reconhecer a voz dele.

- O Dimitri me disse que você queria falar comigo - diz o cavaleiro entrando no cômodo.

- O Dimitri? - indaga ela franzindo a testa confusa.

- Sim.

- Eu pedi para a minha tia falar com você, mas enfim...

- O que tem para me dizer?

- Vamos partir essa noite e queria me despedir de você.

- Devo me sentir lisonjeado por isso?

- Pode ser que nós não voltemos a nos ver - diz ela dando alguns passos na direção dele, que estava parado no meio do quarto -, já que não pretendo retornar para a Corte.

- Então isso é um adeus? - indaga ele erguendo os olhos para encará-la.

- Parece que sim.

Adrian aproxima-se colocando uma mecha dos cabelos negros de Freya atrás da orelha dela encarando-a fixamente enquanto deslizava sua mão pela face da bruxa e acariciava sua bochecha; seu pescoço; seu queixo e passa, delicadamente, o polegar por seu lábio inferior, como se quisesse memorizar o rosto dela com a ponta dos dedos.

Em seguida a beija com sofreguidão envolvendo os braços em torno do corpo dela e abraçando-a fortemente. Freya o enlaça pelo pescoço apertando seus lábios contra os dele enquanto uma lágrima solitária rolava por sua bochecha. Adrian, ainda a apertando em seus braços, beija a ponta do nariz da bruxa, depois a testa e, então, apoia seu queixo no alto da cabeça dela, que desliza suas mãos pelas costas do cavaleiro e o abraça pela cintura com sua fronte encostada no peito dele.

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Oliver, após receber a notícia por Diana que iriam partir do Castelo Real naquela noite, volta para o quarto que dividia com Beatrice encontrando-a sentada à frente da penteadeira escovando os cabelos dourados.

- Tenho algo para te contar.

- O que foi? - pergunta ela pousando sua escova na penteadeira e virando-se para ele, que estava parado em pé a sua frente.

- Os bruxos resolveram regressar para o mosteiro esta noite - comunica ele olhando-a nos olhos - e eu vou com eles. Definitivamente esse castelo não é lugar para nenhum bruxo.

- Nós vamos com eles - corrige ela erguendo-se à frente dele.

- Bea, assim que partimos, não voltaremos mais - avisa ele -, isso significa que você não veria mais a sua família.

- Eu sei disso, mas não é apenas os bruxos que não tem lugar aqui, eu também não tenho mais. - Ela sustenta o olhar dele. - Fui deserdada, lembra-se?

- Claro que lembro, mas não me sinto bem em saber que por minha causa, você vai estar se afastando da sua família, do seu mundo.

Beatrice pega na mão dele entrelaçando seus dedos aos do bruxo olhando, brevemente, para o anel de pérola em seu dedo anelar.