Clima

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Se Pailiu queria jogar um jogo acho eu também jogaria junto com ela, ela é irritante, se acha demais e eu com toda certeza falaria com o James para não ensinar mais ela depois de sexta, eu não ia aguentar essa garota.

- Não sabia que você sabia dirigir. Ela diz depois de uns segundos e eu troco de marcha.

- Só porque eu não vou de carro para escola não quer dizer que não sei dirigir ou que eu não tenha um carro. Sinto seu rosto se virar para mim e eu suspiro baixinho.

- Você sabe que não precisa de toda essa pose não é?. Olho de canto de olho para ela e vejo ela jogar os cabelos para trás, sim, eu acho Pailiu muito gata e se fosse em outras circunstâncias que não a conhecesse, acho que com toda certeza eu ficaria com ela. O problema era que eu a conhecia muito bem e ela já fez muitas coisas para mim. - Temos um mês juntos, faremos isso e depois fingimos que nunca nos falamos. Paro com tudo em frente a minha casa e vejo meu irmão em cima do telhado. - Você tá maluca?. Pailiu pergunta ao meu lado e eu pego minha mochila no banco de trás e vou saiu do carro deixando a porta aberta e vou até o porta mala vendo minha bicicleta metade para fora metade para dentro do porta malas, sorte de Pailiu que não moro tão longe do colégio East Bridge assim.

- Está com o pneu furado de novo?. Note gritou de cima da casa. - Mamãe vai de novo ao East, estou até vendo. Ele diz e eu tiro minha bicicleta do porta malas colocando no chão.

- Ela não precisa fazer isso. Seu olhar foi para o meu lado e vi ele arquear a sobrancelha. - O que você está fazendo aí?. Pergunto atraindo sua atenção.

- Papai me pediu para ver de onde estava vindo o vazamento. Ele olha para mim e depois para Pailiu. - Quem é essa?. Sinto ela chegar ao meu lado.

- Vamos fazer um trabalho... do colégio. Falo tentando tirar sua atenção dela.

- Oi, sou Pailiu Kamonwalai. A boca grande atrás de mim fala e meu irmão desce rapidamente a escada e eu fecho os olhos com um pouco de força, lá vem a merda. Ele fica de frente para ela e a olha de cima a baixo, eu conto tudo ao meu irmão, somos bem cúmplices quando o assunto é segredos. Ele me conta tudo dele e eu conto tudo meu.

- Então é ela?. Ele fala sem desviar seu olhar de Pailiu. - O que está fazendo com ela Nack?. Engulo seco.

- O professor James me obrigou a isso, uma sempre e eu me livro dela. Seguro seu braço tentando o afastar de Pailiu, ela não titubeou nenhum um pouco, meu irmão poderia parecer inofensivo, mais ele não era, eu consigo ver no olhar de Note que ele não ia recuar só porque ela Pailiu Kamonwalai. Ele enfrentaria e falaria poucas e boas para qualquer pessoa que me ameaçasse.

- Uma semana, se eu souber que por algum motivo você magoou a minha irmã. Ele olhou dentro dos olhos de Pailiu e ela apenas sustentou seu olhar. - Vamos ter outra conversinha e pode ter certeza que não tenho medo do brutamontes do seu irmão. Pailiu sorriu, ela deu um sorrisinho mínimo.

- Pode deixar, prometo que não vou magoar sua irmã. Ela disse simples, em nenhum momento ela demonstrou sentir medo. E era por isso que ela me dava medo.

- Pronto, estão de acordo. Seguro no braço de Pailiu dessa vez e puxo ela enquanto ela olhava para trás, ainda olhando para Note enquanto tinha o sorriso em seu rosto.



Chegamos até meu quarto e ligo o computador, jogo minha mochila na cama e coloco o celular para carregar.

- Gostei do seu irmão. Pailiu fala divertida olhando para todo meu quarto, ela me irritava em uma proporção descomunal.

- Ele te odeia. Digo e tiro alguns livros da minha mochila, coloco as mãos na barra da minha camisa e quase o puxei para cima, parei e engoli em seco, por uns segundos eu fiquei a vontade demais na frente de Pailiu e senti seus olhos grudar no meu ficando envergonhada.

- Eu sei que ele me odeia. Ela respondeu de volta e continuou me olhando. - Quer que eu espere no corredor até você se trocar?. Balanço a cabeça lentamente e então ela sorri pequeno, esse era um sorriso diferente, mas ainda estava bem irritante. - Okay. E então ela deixa sua mochila em cima da poltrona e sai do quarto, em seguida, sinto meus ombros caírem e olho para porta fechada a minha frente por uns segundos. Espanto meus pensamentos e começo a me trocar.

- Oi!. Minha mãe entra no quarto depois de um tempo e paro o que estava explicando. - Tudo bem com vocês? Trouxe alguns lanches. Ela sorri o mais gentil que consegue e eu conto até dez.

- Não precisa mãe, já estamos terminando e a Pailiu já vai. Ela sorriu ainda mais e olhou para garota ao meu lado.

- Claro que vou querer senhora Ajcharee. Pailiu disse atrás de mim e eu a olhei incrédula, não acredito que estava ouvindo isso. - Muito obrigada. Ela diz me driblando indo até minha mãe que sorriu e entregou a bandeja a Pailiu.

- Deveria ser mais gentil com as pessoas Snack. Olho para ela incrédula. - Você quase não traz ninguém aqui além da Aoom e a Piay. Pailiu me olha por cima do ombro e coloca a bandeja em cima da mesinha. - Enfim, vou deixar vocês terminarem o trabalho em paz. E ela sai do mesmo jeito que entrou, como um furacão.

- Sua mãe é bem mais legal que você. Ela pega um dos biscoitos e coloca na boca.

- Da para você focar no que tem para aprender. Sinto meu coração acelerar, eu estava brava, Pailiu me deixava assim, com raiva dela e de tudo que ela fazia.

- Eu vou comer as comidas que sua mãe trouxe agora. Ela da de ombros. - Depois a gente continua isso. Sinto meu sangue ferver.

- Você acha que isso tudo é brincadeira, Pailiu?.

- Você leva os estudos a sério demais. Ela coloca mais um biscoito na boca e eu dou dois passos na sua direção.

- Você não sabe o quão irritante é, sinceramente você deveria ser um pouco menos idiota e se achar um pouco menos.

- Você fala como se fosse melhor que eu. Ela diz e se aproxima mais de mim, estávamos cara a cara, nossas respirações do mesmo jeito, eu poderia matar Pailiu nesse momento.

- Isso nunca vai dar certo. Falo olhando em seus olhos e ela faz o mesmo, meu coração acelera mais, minha respiração ainda estava totalmente desequilibrada.

- Nisso nos concordarmos. Sua voz saiu tão suave, parecia que todo seu corpo tinha acalmado e vejo seus olhos descerem para minha boca, faço o mesmo que ela e vejo sua língua passar devagar sobre seus lábios e volto a subir o olhar para o seu. - Acho que... Parecia que ela não sabia formular uma frase coerente.

- Acho melhor você ir embora. Seus olhos voltam até os meus e ela assente devagar e eu me afasto completamente dela, eu não sei exatamente o que tinha acabado de acontecer, mas era algo bem estranho e surreal e me dava ânsias de vômito.

- Terminamos isso amanhã. Ela disse passando por mim e olhei para trás vendo ela colocar os materiais de todo jeito dentro da sua mochila, ela parecia apressada para ir embora e sinceramente eu estava apressada do mesmo jeito para que ela fosse. - Snack?. Nego assim que ela para a minha frente. - Okay, já vou indo. E então ela rouba alguns biscoitos da bandeja e começa a sair do quarto, sinto o ar sair de uma só vez e sento na minha cama. Bastaram apenas alguns segundos que Pailiu sair e eu ouvir o ronco do motor de seu carro lá fora e ao mesmo tempo vi o rosto da minha mãe aparacer na porta.

- Que garota linda e educada Snack, espero que vocês se tornem amigas. Ela abre o maior dos sorrisos, não diz isso, mãe, ela é a pior pessoa daquele colégio. Quis falar isso no mesmo momento, mas parecia que o que aconteceu há minutos atrás e a alegria de minha mãe por mim ver com uma amiga diferente das demais me fizeram ficar quietas, eu não vou aguentar uma semana e com toda certeza não aguentaria um mês com Pailiu.

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