A tentativa do Jud

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No outro dia de manhã, Cesar finalmente passou lá em casa para me levar para o treino.

Como todo treino, voltei cansada para casa, tomei um banho e fui almoçar. E também, como de costume, não tinha mais ninguém em casa. Estava todo mundo no bar do Anthony.

Tinha acabado de terminar o almoço e escovado os dentes. Estava me arrumando para ir ao bar também, até que alguém bateu na porta. Não sei quem era, mas só o fato de não ser um imortal já consolava o suficiente.

- Jud! - eu disse, sorridentemente, abrindo a porta e cumprimentando-o à la brasileira.

- Oi, Li, tudo bem?

- Tudo, e você?

- Tudo, e vai ficar ainda melhor.

- Ah, é? Que bom, então. Mas entra! Fica à vontade - eu dizia enquanto fechava a porta. - Senta aí e não repara na bagunça, não.

- Olha que eu reparo, hein?

- Seu chato - brinquei. - Mônica e Fernando foram no bar do Anthony, vo...

- Eu sei. - Essa resposta dele me pegou de surpresa, pois se ele sabia que eu estava sozinha e decidiu vir até o apartamento, coisa boa não era.

- Eles te mandaram aqui pra me buscar? Porque aqueles dois safados levaram o meu carro...

- Também...

- Também?

- É. Na verdade, eu vim aqui pra ter uma conversinha com você a sós.

- Sobre?

- Sobre nós dois.

- Que nós? Jud, sobre o que você está falando?

- Lilian, eu sei que você está com o Joe e...

- Jud?!

- Eu sei, é horrível, mas eu preciso dizer que... eu sou a fim de você.

- Bem... obrigada, mas...

- Só essa semana que o Joe está viajando.

- Só essa semana o quê? - Isso estava ficando cada vez mais estranho.

- Só essa semana, fica comigo. Quando o Joe chegar, aí você decide entre nós dois e eu aceitarei a sua decisão, seja ela qual for.

- Não, Jud. Eu acho que isso não vai dar certo... - Ainda tentei ter um pouco de educação.

- Ninguém precisa ficar sabendo - ele dizia, aproximando-se de mim.

- Acho melhor não... Jud... - Eu tentava me afastar ao passo que ele se aproximava.

- Vai, Li... - ele disse, me agarrando à força e tentando me dar um beijo. Lutei com ele da mesma maneira com que lutei com o Les, e a minha sorte é que ele era mais fraco e logo me soltou. Fiquei com tanta raiva que dei um tapa na cara dele, e daria outro se não voltasse a si a tempo.

- Sai da minha casa.

- Me desculpa...

- Sai!!! - berrei. E então, ele saiu como se fosse um coitadinho. Que raiva!!!

Fui para o meu quarto e, em seguida, fui para a cozinha... Eu não parava de andar de tanta raiva. O que eu pude decidir em meio a tudo isso é que eu não queria mais nem falar com Jud. Mesmo quando fôssemos almoçar, eu não lhe dirigiria a palavra em um só momento. Como ousava?!

Pelo resto do dia, permaneci em casa. Quando o pessoal ligou, pedindo para que eu fosse até o bar, recusei. Eu não queria ver nenhuma dessas mesquinharias hoje: não queria ver a Marianne com o Jason, a Verônica com o Cesar, e muito menos o Jud. Assim, achei melhor ficar em casa.

~ ~ ~

Durante a semana, Jud até que dirigia algumas palavras a mim, mas eu me fazia de surda. Quando ele insistia muito, eu sempre dizia: Não sei, ou você que sabe...

Qualquer coisa para cortar o assunto logo.

Real.Doc - O que veio antes - Parte 2Onde as histórias ganham vida. Descobre agora