No sábado (outro final de semana), Joe ligou.
- Oi!
- Olá! Como vai a sua viagem?
- Maravilhosa! Não poderia estar melhor! Vegas é incrível!
- Ah, é?
- Tem um monte de cassinos aqui, sem falar nos clubs...
- Ah, então você tem ido aos clubs, né?
- É, bem...
- E é legal?
- São os melhores!
- E... como vai o trabalho?
- Está indo bem também... quer dizer, já encontramos o que procurávamos, só nos resta fazê-lo falar.
- Você não deve ter nenhum problema com isso...
- Joe? Querido? – Era a voz de uma mulher do outro lado da linha.
- O que é que foi isso? – perguntei.
- O quê?
- Tem alguém aí com você?
- Pode me dar só um minutinho, por favor? - Joe disse para a tal pessoa, não dando atenção para minha pergunta, mas mesmo assim, respondendo-a.
- Eu não acredito!!! – falei.
- Lillian? Não, você não...
- Sai do quarto!
- O quê?
- Joe, sai daí!
- O quê? Por quê? Lilian...
- Sai daí! - eu dizia isso repetidamente alto, indo do meu quarto até a base do telefone. Ele falava algumas coisas que eu não entendia, então eu continuava a pedir que saísse do quarto. Mônica e Fernando, que estavam na sala, assistiam toda a cena.
- Você... Tudo bem, já chega!
- O que você está falando?! - Joe perguntava do outro lado da linha.
- Acabou! Estou terminando com você o que quer que tenhamos! Adeus! - E desliguei o telefone.
- Que é isso, Li! - falou Mônica.
- Sobre o que foi tudo isso? - completou Fernando.
- Nós vamos sair! - respondi.
- Pra onde?
- Não sei, só se arruma.
E fui para o meu quarto batendo a porta. Eu não estava realmente nervosa, apenas revoltada. Comecei a procurar roupa para sair, mas logo o telefone voltou a tocar.
- Eu não estou! - berrei do meu quarto, querendo dizer que não queria falar com ninguém, quem quer que fosse. Continuei a mexer nas minhas gavetas.
- Lilian... - disse Mônica, batendo na porta e logo em seguida, entrando. - É o Joe - concluiu em voz baixa.
- Eu não estou.
- Mas ele precisa falar com você.
- Eu não quero falar com ele. Agora, desliga esse telefone e vai se arrumar.
- Joe... - ela disse, voltando a falar no telefone. - Ela não quer falar com você... Eu sei, mas o que posso fazer? Quer dizer... ok... Vou falar para ela... só um segundo... Lilian? - ela voltou a chamar.
- O quê?
- Ele disse que era a Jill quem estava com ele. Disse que eles estão trabalhando juntos neste caso.
- Não interessa.
- Fala isso pra ele.
- Eu não quero.
- Lilian, você quer parar de agir como criança e pegar este telefone?
Olhei para a cara dela, nervosa, pois no fundo ela tinha razão, e peguei o telefone.
- O que é? - perguntei grosseiramente.
- Eu estou fora do quarto... mas deixa eu te falar... era a Jill quem estava falando, ela só...
- Que seja.
- Espera aí... Lillian? - Aí ouvi a voz da Jill do outro lado da linha.
- Jill? Oi.
- E aí, garota? Por que você está brava com o Joe? Eu só estava fazendo todas essas coisas para brincar com você, não pra acabar com seu relacionamento! Foi só uma brincadeira.
- Ok.
- Você pode me perdoar?
- Claro. Foi só uma brincadeira.
- Foi! Não fique estressada com isso. Ei, e não se preocupe, vou ficar de olho no Joe para você.
- Obrigada, Jill, mas não precisa. Joe e eu somos só amigos.
- Como assim só amigos? - falou Joe, tirando o telefone da Jill.
- É melhor assim, Joe.
- Ah, entendo! Por que eu nunca fui seu namorado, certo?
- Desta vez é pra valer. - E desliguei o telefone.
Fui até a sala e vi que os dois continuavam no sofá.
- Vocês não estão com vontade de sair? - perguntei.
- Hoje não, Li - disse Fernando.
- Mas eu, sim - falei e saí de casa, indo dar uma volta pelo condomínio. Precisava respirar.
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Real.Doc - O que veio antes - Parte 2
RomantizmParte 2 sobre o que veio antes. Livro quase que inteiramente dedicado ao Joe. Este livro foi escrito por uma pessoa.