Aniversário revelação

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No final de semana seguinte, seria o aniversário do Joe.

Liguei para Jill e deixei tudo combinado para que os amigos do Joe que não conhecíamos também estivessem lá. A festinha seria sábado, no bar do Anthony.

Nós, lá de casa, chegamos no bar ao meio-dia e ficamos sabendo que Anthony já tinha arrumado tudo. Depois, chegou o trio parada dura e a namorada do Carlos. Ele a apresentou somente como amiga, mas já sabíamos da história.

- Lilian, posso falar com você? - perguntou Jud, discretamente.

- Claro. O que é?

Ele pegou na minha mão e me levou para a ponta do balcão, perto da porta.

- Lilian, lembra daquele dia que eu te chamei pra sair?

- Lembro. O que tem?

- Na hora, pode ter parecido uma brincadeira, mas não é... - Ele baixou a cabeça, depois me olhou nos olhos e segurou nas minhas mãos, dizendo: - Eu gosto de você. No começo, achei que fosse ser uma coisa boba, mas não é. Esse meu sentimento fica mais forte a cada dia que passa. A cada dia mais que eu vejo você...

- Jud...

- Deixa eu terminar de falar. Eu sei que você pode gostar de mim só como amigo... Eu não sei quais são os seus sentimentos... Ou até se gosta de alguma outra pessoa, sei lá. Mas o que eu te peço é uma chance... Sei que você não vai se arrepender.

- Desde quando... quero dizer... Como?

- Desde a primeira vez que eu te vi.

- Jud... Não vai dar.

- Não, Lilian, espera... Eu sei que você precisa de um tempo para pensar, e eu vou te dar esse tempo. Não fica preocupada em me dar a resposta agora. Eu só te falei essas coisas porque não dava mais para aguentar... Eu... eu... tinha que desabafar, Li...

Senti alguém chegar e assim que a porta se abriu, Verônica foi a primeira a entrar, toda sorridente. Como eu e Jud estávamos perto da porta, fomos os primeiros a ser cumprimentados.

- Oi! - Ela veio, toda feliz.

- Oi - respondeu Jud, com um sorriso na cara. Mais um ponto a menos. - Você parece feliz hoje. O que aconteceu?

- É... - ela começou a responder e então, olhou para a cara dele e os dois começaram a dar risada.

- Você deveria sorrir mais, pois fica linda assim... Não dizendo que você já não seja... porque você é praticamente uma deusa... - Agora foram 1000000 pontos a menos para ele. Acabou de torrar a última chance de esperança.

- Oi, Lilian! - ela disse, sorridente. Eu levantei as sobrancelhas. Daí surgiram Richie e Cesar.

- Você! - Eu apontei para Richie. - Eu gostaria de ter uma conversinha com você...

- Ah, não se preocupe, Lilian, eu já cuidei de tudo! - disse a "happy" Verônica.

- Tudo bem, então. Agora, se me der licença... - falei ao sair de lá. Juntei-me ao grupinho da Mônica, Fernando e Marianne, que estavam sentados em uma mesa.

- Cadê o Carlos e a namorada dele?

- Estão em algum lugar, lá fora.

- Legal - eu disse. Aí o resto do pessoal se juntou a nós. Enquanto o trio foi falando oi para todo mundo, sentimos alguém mais chegar. Nos entreolhamos, porém não avisamos nada a ninguém. Não achamos que fosse importante. Aí, alguém tapou meus olhos e ouvi a Mônica dizer:

- Adivinha quem é, Li?

Isso me pegou. Pois era óbvio que o Rony tinha chegado, mas também podia ser o Jason. E ainda tinha o detalhe do Joe, pois sempre andava junto do Rony, mas e se eu errasse?

- Não sei... Quem é?

- Não. Você tem que adivinhar primeiro.

- Ok. Então é um homem, certo?

- É...

- Posso sentir o cheiro dele?

- Lilian! - exclamou Fernando.

- O que posso fazer? Eu tenho dois amantes, e a principal diferença deles é o perfume de cada um.

- Ele está dizendo que é o perfume que sempre te deixa louca.

Joe nunca falaria uma coisa dessas!

- Rony! - eu disse, tirando a mão dele.

- Oi, Poodle! - falou, abaixando-se do meu lado. - Agora, me conte mais sobre essa coisa de dois amantes... - disse Rony, me abraçando. Enquanto isso acontecia, via todo mundo se levantando e desejando feliz aniversário pro fantasminha atrás de Rony. Eu não dei atenção ao Rony e também me levantei. Vi que todo mundo estava dando abraços no Joe, e lá ia eu também.

- Parabéns! - eu disse, abraçando-o.

- Obrigado - ele disse, como se fosse para todo mundo. Nessa hora, o negócio do segredinho apertou, pois de certa forma, ele pareceu seco e também queria abraçá-lo mais ainda.

Bom, o resto do dia foi bem festivo, com bastante bebida e animação. Na hora dos parabéns, nós, os brasileiros, cantamos em português (com uma continuação elaborada pelo Jud e pelo Carlos), e depois cantamos todos em inglês. Assim que começamos a cantar os parabéns em inglês, Joe me puxou para ficar do lado dele. No final, ele me abraçou e me deu um selinho, deixando o pessoal agitado.

- Eu não acredito! - dizia Mônica.

- Ótimo! Agora não preciso mais esconder - falou Rony, fazendo com que o pessoal começasse o interrogatório. Resultado: pelo resto do dia, eu e Joe não nos desgrudamos mais, porém, apenas estávamos brincando de namorados, pois não rolou nenhum beijo mais sério.

Real.Doc - O que veio antes - Parte 2Where stories live. Discover now