O hotel era organizado de tal forma que todas as portas do quarto davam para um único corredor de vidro. Então, se o quarto ficava no meio (que era o meu caso), você tinha que ir andando até uma das extremidades do hotel e assim, voltar até o carro. Bem, na minha caminhada pelo corredor, vi a porta do quarto do trio aberta, e eles arrumando tudo lá dentro.
- Êêê, Lilian. Finalmente você acordou! - disse Marianne.
- É, Lilian, nem o beijo do príncipe encantado te despertou? - Jud jogou uma indireta.
- Ooohhh... - brincou Carlos.
- Você tá mesmo namorando com o Joe, Li? – perguntou Marianne.
- Ainda não – respondi.
- Mas por... por que não? Você não quer namorar com ele? – perguntou Jud.
- Lógico que ela quer! Até parece que ela ia desprezar um monumento daquele... Não estou certa, Lilian? - falou Marianne antes que eu pudesse dizer qualquer coisa.
- É... – respondi.
- Será? - perguntou Jud.
Nesse momento, eu achei melhor sair dali. Estava muito estranha aquela conversa.
Ao me dirigir para o estacionamento, fui direto falar com Joe. Segurei o rosto dele e dei um caloroso beijo de bom dia.
- Oi, Joe - eu disse. - Oi, Ron. - O que vocês estão fazendo?
- Estamos organizando as malas, senhorita! Algo que você deveria ter começado a fazer cerca de uma hora atrás... - respondeu Rony
- Desculpe.
- Não me peça desculpas. Volte lá e faça as malas! Estaremos na estrada em cerca de uma hora. Então, vai, vai, vai!
Sem dizer mais nada, fui arrumar as minhas coisas. Algo que me perturbava era o fato de Joe ter dito absolutamente nada enquanto eu estava lá. Ele não podia ter ficado nervoso por conta de ontem... Depois eu conversaria com ele.
~ ~ ~
Eu estava terminando de arrumar as minhas coisas quando ele entrou no quarto. Passou direto e foi beber água. Quando voltou, não teve perdão.
- Joe... - eu chamei, fazendo-o parar.
- Sim? - ele respondeu secamente.
Fui chegando perto, perto, perto, até uma hora que eu comecei a empurrá-lo para trás, e finalmente, ele caiu na cama. Eu o fiz deitar na cama e engatinhei até ficar em cima dele.
- O quê? - Ele ainda teve tempo de perguntar antes de cair.
- Nada... - eu disse.
- Bem, então... - Joe tentou se levantar, mas eu não deixei. Segurei as suas duas mãos na altura da sua cabeça. Ele não resistiu. Aí eu fui chegando mais perto, até o ponto de nossos lábios ficarem muito próximos. Enrolei um pouquinho e então, dei um selinho. Continuei a dar selinhos pensando que, em algum momento, o selinho iria se transformar num beijo. Mas antes disso, ele reagiu. Colocou suas mãos nos meus ombros como se fosse se afastar, e agora, com raiva, eu peguei as mãos dele e novamente as segurei sobre a sua cabeça.
- Eu preciso descer as malas.
- Espera! - respondi, agora segurando seu queixo. Fui para o ataque. O beijo dele foi maravilhoso, como sempre, mas Joe não fez questão nenhuma de me abraçar.
Senti-me muito mal. Parecia uma galinha me comportando daquele jeito. Rapidamente saí de cima dele e disse:
- Tudo bem, vai lá.
Sem dizer uma única palavra, ele se levantou e saiu do quarto. Naquele momento, eu o odiava. Como ele pôde ser tão mesquinho, tão bobo?! Que ódio!
Arrumei todas as minhas coisas e fui levar tudo de uma vez. Quando eu estava saindo, encontrei Mônica.
- Nossa, que tromba, Li.
- Pois é - respondi.
- O Richie me contou o que aconteceu ontem à noite. É por isso que você está nervosa?
- Mais ou menos.
- E então, é esse cara que te mandava as flores?
- É.
- Cuidado c...
- Eu sei! - falei. Nessa hora, já estávamos no final do corredor, então eu me apressei para chegar até o carro do Rony. Ele me ajudou a guardar minhas malas.
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Real.Doc - O que veio antes - Parte 2
RomanceParte 2 sobre o que veio antes. Livro quase que inteiramente dedicado ao Joe. Este livro foi escrito por uma pessoa.