capítulo 67: vinte anos no meu carro

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O quarto de Emilee estava ficando muito bom. Era um branco marfim com bolinhas roxas. Ela havia pedido um beliche para que Stella pudesse dormir em seu quarto, se quisesse. Seus brinquedos estavam cuidadosamente organizados em um baú branco. Uma mesinha no canto com um jogo de chá roxo. Stella estava sentada na cama, trançando o cabelo de Emilee. "Luna," Emilee disse docemente.

"Sim?" Stella respondeu aceitando facilmente seu novo apelido.

"Será que vamos gostar da nossa nova escola?" Emilee perguntou nervosamente.

"Claro," ela prometeu, embora ela mesma não tivesse certeza. Havia algo em ter uma irmã mais nova ou amiga, como Stella pensava atualmente, que a fazia se sentir uma cuidadora. Stella lutou por meses com amigos e agora parecia que tinha um amigo para toda a vida. Claro que ela era mais jovem, mas Stella gostava de ensinar-lhe coisas novas.

"Ok", Emilee sorriu. "Posso ir te encontrar se eu ficar com medo?"

"Sim," ela assentiu.

Pela primeira vez em meses ela se sentiu como se pertencesse. Emilee desejou momentaneamente que Stella soubesse que ela era sua irmã. Era uma sensação tão reconfortante ter alguém que a entendia como uma criança entenderia, mas era mais do que isso. Ela tinha um vazio antes mesmo de seus pais falecerem. Era como se ela soubesse que sua irmã estava lá fora e agora Stella finalmente preencheu esse vazio.

"Pronto", Stella deu um tapinha na cabeça de Emilee. "Tudo feito." A porta se abriu com um rangido, "Quase na hora de dormir garotas", cantava a voz de Ellen.

"Olhe Ellie," Emilee apontou para sua trança.

"Uau", disse ela com um sorriso. "Você está linda!" Ela atravessou a sala até elas. "E Stella, você fez um ótimo trabalho."

"Obrigada, mãe", Stella sorriu.

Mãe, a palavra parecia estranha para Emilee. Ela estava apavorada com isso e ansiosa para usá-lo novamente. Mesmo que ela quisesse, ela sabia que não poderia, ainda não.

Ellen voltou para a porta, "Dez minutos", disse ela com um sorriso. Ela observou as garotas balançarem a cabeça e rirem enquanto ela fechava a porta atrás dela.

Ela descansou o corpo contra o batente da porta e suspirou. Seu coração ainda batia forte de tanto repreender Patrick. Ela se perguntou por um momento se ela tinha sido muito dura. Este era um território difícil para todos eles navegarem. Na lista de coisas que ela achava que aconteceriam em sua vida, a co-parentalidade com ele era bem baixa. Apaixonar-se por ele novamente era ainda pior.

Ellen imaginou como os próximos 20 anos se desenrolariam. Patrick contaria a verdade a Jill e ela o "perdoaria" e aceitaria que Emilee fazia parte de sua vida agora. A aceitação de Jill colocaria uma tensão imediata em suas habilidades de co-parentalidade, o que acabaria levando a brigas de Ellen e Patrick. Um deles perceberia que ainda tinham sentimentos e então teriam que parar de co-parentalidade e deixar um tribunal decidir que Emilee pode ficar com a mãe durante a semana e em feriados alternados. Eles lutariam pelo resto de sua juventude e a deles dessa maneira. Então, algum dia isso parece distante, mas na verdade não é, Emilee se apaixonaria e decidiria se casar. Patrick e Ellen seriam, é claro, os pais que teriam que se sentar em lados opostos do local da recepção.

Não seria mais fácil aceitar o fato de que eles sempre podem estar um pouco apaixonados um pelo outro do que passar o resto de suas vidas no carrossel giratório? Por que os próximos vinte anos mudariam algo que os últimos vinte anos não mudaram? Ter parte dele seria melhor do que passar a vida sem ele? Mesmo que fosse uma parte compartilhada, uma parte secreta?

Eu acho que já tive o suficiente Where stories live. Discover now