Eu acho que já tive o suficiente

capítulo 38: de um sussurro a um grito

Ellen estava na frente dele, seu vestido branco flutuando suavemente na brisa do oceano. Seus pés descalços afundaram ligeiramente no terreno arenoso abaixo dela. Havia um brilho mágico em seus olhos. "Por que você não me contou?" ele perguntou a ela sem razão.

Ela olhou para ele com as feições frágeis, "Eu queria... mas..."

"Mas o que?" ele a questionou rapidamente.

"Eu não queria te perder Patrick," ela disse olhando profundamente em seus olhos.

"Você estava me perdendo de qualquer maneira," ele disse firmemente.

"Eu não queria saber o que você diria."

"Ellen," ele disse suavemente, olhando profundamente em seus olhos. Ele não estava tão zangado como nas outras vezes que tiveram essa conversa.

Ele se sentia estranhamente calmo. "Eu estava apaixonado por você."

"Eu ainda estou apaixonada por você", disse Ellen puramente.

Foi que ele ouviu o som de gritos ao longe. Ele se virou rapidamente, examinando a praia em busca da origem. Não havia nada por quilômetros, ele voltou para encontrar Ellen. Ela se foi. Ele girou em círculos. Parecia que o chão estava começando a tremer. O grito estava ficando cada vez mais alto. O medo estava crescendo em seu peito.

Havia poucas coisas na vida de que Patrick realmente temia. Alguns podem até dizer que ele gostava de atividades perigosas. Ele não se assustava com filmes ou casas assombradas, era preciso muito para fazê-lo pular. Mas o grito cortante de sangue que veio a seguir o sobressaltou de seu sono profundo e sonhador.

Ele sentou-se instantaneamente, com o coração disparado. Levou um segundo para conectar o grito a Emilee. Patrick podia ouvi-la soluçar enquanto percorria a pequena distância entre sua cama e o quarto dela. "Emilee," ele disse com medo quando ele entrou pela porta dela.

Emilee estava sentada em sua cama, seu cabelo dourado uma bagunça encaracolada. Ela parecia atordoada e aparentemente indiferente ao fato de Patrick ter entrado na sala. Suas mãos agarraram o cobertor debaixo dela. Ela balançou suavemente para frente e para trás enquanto sua respiração saía em soluços. Lágrimas escorrendo por seu rosto. Com os lábios inchados e vermelhos de emoção, ela claramente chorou mesmo durante o sono. Deve ter sido um pesadelo, mas acordar não aliviou seu medo.

"Emilee," ele se sentou na cama dela e falou com firmeza tentando chamar a atenção dela. "Foi apenas um Sonho." Ela começou a chorar mais forte. Ele se aproximou dela e estendeu a mão para tocar seus braços frágeis.

"Não me toque", ela gritou. "Não me toque.."

"Ei," ele disse suavemente, "Está tudo bem." Ele estendeu a mão para ela novamente.

"Afaste-se", Emilee gritou mais alto, "Afaste-se de mim."

Patrick sentiu a emoção começar a crescer em sua garganta. O medo em seu peito estava se transformando em pânico. Ele se levantou e andou por um segundo. Ele limpou a garganta, "Em", ele disse com firmeza, "sou eu, Patrick. Você está bem..."

"Saia," suas lágrimas estavam brotando e derramando sobre suas bochechas mais rápido agora, "Eu não quero você." Sua respiração era superficial e ela tossiu, "Eu quero minha mamãe." Seus soluços estavam ficando mais pesados e difíceis de entendê-la através de "mamãe".

Patrick deu um passo para trás começando a sentir as lágrimas se acumulando em seus olhos. Ele olhou para o relógio pela primeira vez desde que saiu da cama. Os números eram uma confusão azul borrada enquanto ele tentava se concentrar através das lágrimas que estava segurando. Sua mão tremia enquanto ele discava o número dela. Tocou apenas algumas vezes.

"Ei," sua voz estava grogue e preocupada. "Ellen," sua voz estava cheia de emoção.

"O que está errado?" o pânico de repente se instalou em seu tom. Ele limpou a garganta, "Emilee teve um pesadelo e eu não consigo fazê-la parar de chorar... pode."

"Já estarei aí," ela respondeu antes mesmo que ele pudesse terminar a pergunta.