Olivia Williams não esperava que nada de especial fosse acontecer em sua vida, apenas achava que terminaria seu último ano do ensino médio com sua mesma rotina. Ela só não imaginava que Tom Hernández, Mike Cooper e Philipe Laviolette, fossem ser os...
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Kyle Williams
Estou acabado. Meus olhos estão pesados, minhas costas doem e minhas pernas estão dormentes, estou trancafiado nesse escritório desde as 08:00h da manhã, nesse exato momento são 22:30h da noite e para vocês terem noção, não consegui comer nada ainda, apenas bebi um copo de café aguado que a secretária do sr. Collins me trouxe.
Recentemente, tenho ficado até mais tarde aqui na empresa, graças a incompetência de um dos estagiários juntamente com um veterano na área de marketing. Trabalho na área de finanças da empresa, mas fui designado pelo sr. Collins, para dar um jeito no erro gigantesco de digitação do slogan escolhido.
Bom, percebe-se que o pessoal do marketing fez tudo na correria, sem se importarem muito, já que foi um erro pequeno que arruinou nossas vendas na última semana. Como sempre, David Collins deu um jeito de fazer com que eu fosse responsabilizado pelo erro de terceiros e como sendo azarado do jeito que eu sou, levei uma bronca dos chefes de departamentos de todas as áreas e ainda por cima, me deram o prazo de duas semanas para dar um jeito em tudo e para que eu conseguisse recuperar as vendas que perdemos.
Um absurdo!
— Não é possível! — falei comigo mesmo, agrupando os papéis em cima de minha mesa, afastando os fios que estavam caídos em minha testa — Como eles querem que eu recupere tudo isso? É muito dinheiro! — resmunguei.
— Kyle? O que você está fazendo aqui? — era ela.
— Hm? Leonor? O que você faz aqui a essa hora? — perguntei, escondendo o meu cansaço com um sorriso em meus lábios.
— Eu perguntei primeiro, então me responda por favor. — seu tom era sério, mais sério que o normal para falar a verdade.
— Ah, ocorreu um problema nessa última semana, o pessoal da área de marketing acabou divulgando nossas campanhas com um erro em nosso slogan, o que fez nossas vendas caírem drasticamente — tossi — mas pode ficar tranquila! Já estou resolvendo esse problema! — assegurei, desamassando um pouco minha camisa social e analisando o rosto inexpressivo da mulher.
— Disso eu sei, mas eu não entendi o motivo do porque é você que está cuidando disso. Eu deixei bem claro para o pessoal do marketing de que eles teriam que solucionar tal quesito. — explicou, apoiando uma mão em sua cintura, fechando os olhos por uns segundos.
David Collins, você me paga! Eu não acredito que estou fazendo tudo isso por causa da imaturidade de um homem de 48 anos.
— Organize tudo isso e vá para casa, amanhã irei ter uma conversa séria com os chefes de departamentos. — suspirou, virando-se para ir embora, o que acabou não acontecendo, já que após dar pelo menos uns cinco passos, ela virou-se para mim novamente — Você conseguiu jantar, Kyle? — neguei — Quero lhe compensar por estar trabalhando fora de sua hora, então arrume suas coisas e desça. Estarei te esperando no estacionamento.
Ela sorriu, finalmente saindo do cômodo.
Estou parado na mesma posição, olhando para a porta e tentando raciocinar o que havia acabado de acontecer. Leonor Tremblay acabou de, mesmo que indiretamente, me convidar para jantar com ela? Uau! Então quer dizer que realmente somos amigos agora.
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Quando Leonor disse que iria me pagar um jantar que pudesse compensar o meu esforço, eu estava esperando que fosse em um restaurante que vendesse uns hambúrgueres e não em um restaurante cinco estrelas no centro de Ottawa!
Eu estou lendo e relendo esse cardápio de cabo a rabo, mas parece que as letras estão embaralhadas, para piorar eu sinto que ela está me encarando, esperando eu escolher o prato que irei pedir.
— Leonor. — sussurrei, o que fez com que ela se aproximasse um pouco — Que tal irmos em outro lugar? Isso aqui é muito caro e eu não faço a menor ideia do que o nome de cada prato significa. — admiti com um sorriso fraco em meus lábios.
— Kyle, que tal fazermos o seguinte — começou — dessa vez eu posso escolher o que eu acho que você vai gostar, e da próxima vez, você me leva para comer alguma coisa que você acha que eu vou gostar. Que tal? — sugeriu com um sorriso maroto em seus lábios.
Como dizer não para ela? É simplesmente impossível!
— Pode ser então.
— Certo! — riu — Garçom, iremos querer o especial da casa, por favor.
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Estamos caminhando lado a lado nesse exato momento. Para ser sincero, estou me sentindo um pouco culpado de estar fazendo a Leonor andar, mas eu tenho meus motivos e eu posso explicar! Eu não queria ser um incômodo para ela, então eu disse que poderia ir para casa sozinho, dando a desculpa de que não era tão longe dali — bom, era muito longe dali — e insistia que poderia ir de a pé, que chegaria rapidinho.
Como vocês já sabem, não funcionou.
Eu saí andando sem olhar para trás e antes que eu pudesse raciocinar direito, Leonor estava do meu lado, segurando seu salto alto e com seu blazer apoiado em seus ombros — estava me sentindo um lixo por fazer com que ela estivesse desse jeito.
— Kyle, tem certeza de que sua casa é perto daqui?
— Na verdade, é um pouco longe. — ri fraco.
— Então por que você mentiu para mim?
— Ah, Leonor — olhei para ela — eu não queria ser um incômodo ainda maior pra você. Você já fez tanta coisa por mim hoje, que eu me senti um pouco mal. — suspirei.
— Saiba que você nunca vai ser um incômodo pra mim, Kyle Williams. — parou em minha frente, dando um beijo no canto de minha boca e saindo correndo.
Um sorriso involuntário surgiu em meus lábios. O que havia acabado de acontecer? Ela conseguiu me deixar sem palavras. Céus!
— Kyle! Agora que você me fez andar tudo isso, vamos aproveitar que o tempo está bom! — falou, me chamando com suas mãos.
Ela estava certa, o clima realmente estava bom. O céu estava estrelado, a luz da lua refletia na rua asfaltada, a brisa gelada me fez arrepiar, mas também fez os fios azulados da sra. Tremblay voarem. Ela estava com um sorriso enorme em seus lábios, e nem se incomodava com os carros que passavam ao seu lado gritando para ela sair do meio da rua.
Leonor Tremblay era uma mulher que me fazia ficar curioso quando estava em sua presença.
