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Olivia Williams

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Olivia Williams

Eu estou começando a odiar segunda-feira. Motivo? Nunca gostei muito desse dia e agora, para piorar, ainda estou na escola — tudo culpa daquele incidente que aconteceu semana passada.

Lembram do Philipe Laviolette? O mimadinho que se acha por ter dinheiro? Que é um babaca narcisista que quer ser melhor que o mundo todo? Bom, é com ele que estou trancada nessa biblioteca por três horas consecutivas a pedido da diretora. Ela veio com aquela conversa de que ainda estava decepcionada com nós dois e que passaria alguns trabalhos para fazermos juntos — como por exemplo, organizar as prateleiras da biblioteca e limpar a quadra de esportes —, esperando que de alguma forma, possamos nos aproximar. E a resposta é óbvia: é impossível nos aproximarmos.

E tenho meus motivos para ter tal certeza; primeiro, quando tentei ser gentil com ele, ele foi um idiota e nem pediu desculpa pelo que disse! Segundo, somos de mundos e estilos de vida totalmente diferentes, já que enquanto ele paga para estudar aqui, na East Pole High School, eu tenho que me esforçar para não perder a vaga que ganhei, graças as minhas notas do ensino fundamental — eu, Tom e Jenny, tínhamos as melhores notas em toda a escola.

— Eu não acredito que você ainda não terminou a sua parte! — falei, jogando um livro em sua direção, mas não precisam comemorar, porque ele agarrou o objeto.

— Vem fazer aqui no meu lugar. — retrucou, mostrando-me o dedo do meio. Dai-me paciência!

— Se você não tem nada para fazer, eu não tô nem aí! Mas eu preciso ir para minha casa, Philipe! — reclamei.

— Eu tô te impedindo por acaso? — retrucou, empilhando alguns livros — Se quiser, é só você terminar tudo por aqui sozinha. Não vou nem reclamar! — ironizou, esbarrando em meu ombro de propósito.

Eu acho que isso é falta de amor de pai e de mãe — talvez não seja falta de amor de mãe, já que a Sra. Monteiro faz de tudo por ele. E agora parando para pensar, Philipe nunca gostou de falar muito do pai, o empresário Laviolette. O Sr. Laviolette sempre foi muito reservado, segundo minhas fontes — Jenny McCarthy — ele nunca demonstrou qualquer tipo de emoção em público, até mesmo no dia de seu próprio casamento, ou no dia do nascimento de seu único filho! E as poucas vezes que sorria, era como se estivesse seguindo algum tipo de roteiro. Bizarro.

A família Laviolette em si é bizarra.

— Crianças, ainda não terminaram? — a bibliotecária apareceu, com um copo de café em uma mão e seu celular na outra.

Olhei incrédula para a mulher. Não sei se é por querer ou não, mas às vezes a Sra. Harris faz umas perguntas um pouco sem noção, sabe? Eu estou literalmente segurando uns livros enormes, enquanto Laviolette está inspecionando uns papéis soltos nas prateleiras — não que isso ajude — e ela ainda pergunta se a gente não terminou? Era só analisar o ambiente.

— A gente terminou sim, só que gostamos tanto daqui que resolvemos passar mais um tempinho juntos! — Philipe respondeu, com um sorriso falso em seus lábios, voltando a fazer suas tarefas.

Odeio admitir isso, mas o mimadinho disse alguma coisa sensata agora. E olhem pelo lado positivo, não precisei me comprometer ainda mais! Obrigada Philipe por ter dito exatamente o que ela precisava escutar!

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— Então quer dizer que você estava até agora com o Philipe? E não brigaram? — Jen falou — Nossa, eu acho que o fim do mundo tá chegando. Você e o Philipe estavam no mesmo ambiente por horas e não brigaram. Incrível. — deu uma mordida em seu picolé, batendo seus pés no chão enquanto fazia uma careta. Cérebro congelado, provavelmente.

— Até eu não acredito nisso.

— Você realmente vai continuar caminhando com a gente?

— Sim, ué. — respondeu andando atrás de mim, com suas mãos apoiadas em meus ombros. Sim, Tom está onde você menos espera! Mas não tem do que reclamar, a companhia dele é até que agradável.

Desde pequena, sempre voltei para casa com Jenny; nossa escola não era tão longe de casa, por isso preferíamos ir andando ao invés de ir com o ônibus. Por um bom tempo, éramos apenas nós duas, mas no quinto ano Tom mudou-se para cá e sim, morava — ainda mora — perto de nós. Ou seja, Tom passou a voltar para casa junto com a gente. Era divertido e ainda é divertido. Hernández fazia o caminho ser divertido, contando tudo o que acontecia no grupinho dos meninos — ele ainda conta as fofocas do mundo masculino para nós, isso nos entretém bastante.

Talvez tenha sido por esse motivo que, inconscientemente, não desgrudamos. Temos até um nome para o nosso trio: o tagarela e as malvadas. Sim, o nome é um pouco vergonhoso mas na época, Jenny e eu amávamos "Meninas Malvadas".

— Olivia!

Puta que pariu. Não pode ser ele.

— Oi, Mike! — Jen o cumprimentou animada. Apenas sorri.

— Você deve estar muito ocupada, não é? Porque ainda nem visualizou as mensagens que te enviei no domingo. — ele falou, olhando feio para Tom que segurava o riso.

Vocês devem estar muito confusos, já que eu sou apaixonada por Mike Cooper há anos e quando descubro que ele sente o mesmo por mim, o ignoro. Mas calma! Eu vou explicar detalhe por detalhe!

Sim, eu estou ignorando ele de propósito — mas tenho os meus motivos. Depois dele ter me perguntado logo após o nosso beijo que deveríamos tentar entrar num relacionamento, um sentimento estranho cresceu dentro de mim e não era de alegria — a Olivia do passado deve estar me odiando agora. Eu me assustei com a proposta dele. Não era como se ele tivesse me chamado para um encontro ou algo do tipo, que é normalmente o que dois jovens fazem para se conhecerem melhor, ele já pulou direto para a parte do relacionamento.

Pareço uma idiota para vocês agora, que devem estar achando que eu sou cu doce, mas eu não consigo me sentir confortável com alguém que apressa demais as coisas. Eu gosto de dar um passo de cada vez, em um ritmo moderado.

— Ah, desculpa! É que como passei o domingo com meu pai e meus irmãos, nem tive tempo para ficar no celular direito. — expliquei, rindo sem graça.

— Sem problema! Que tal a gente se ver amanhã, então? Sem a presença de mais ninguém, só nós dois? Hum? — sorriu.

— Por mim tudo bem!

— Ótimo! Então até...

— Que pena! Sinto muito mesmo viu, Mike? — o mexicano entrometeu-se, agarrando minha mão e me puxando para longe — Infelizmente não vai dar para ela ir. Ela combinou de revisar a prova de álgebra comigo amanhã. Mas quem sabe em uma próxima? Aí nós todos podemos sair juntos, que tal? — sugeriu, com um sorriso sacana em seus lábios.

Eu ainda te mato, Tom Hernández.

Notas da autora
Demorei mais voltei! :)
De todos os capítulos até agr esse é oq explodiu minha cabeça. Não conseguia pensar em literalmente nada, por isso demorei bastante pra atualizar.
É isso. Tchau <3

ps: a Oli, a Jen e o Tom sempre foram alunos exemplares!

Diferente De Um Jeito Bom (Reescrevendo - HIATOS )Where stories live. Discover now