Olivia Williams
Quarta-feira. Meu dia favorito. Gostava do jeito que quarta não era nem o começo, nem o final da semana; quarta era o meio. E eu amava o meio da semana.
Eu e Jenny assistimos Meninas Malvadas pela primeira vez quando tínhamos 8 anos, e desde então, virou uma tradição nossa assistir esse filme, em todas as festas do pijamas. E como boas fãs, em todas as quartas-feiras nós usamos rosa!
Estava sentada em uma mesa no fundo do refeitório, esperando Jenny aparecer. Em minha bandeja tinha um sanduíche recheado de sei lá o que e um refrigerante; em cima da mesa tinham dois livros de álgebra abertos em páginas aleatórias — precisava estudar o máximo que podia, já que infelizmente apaguei a foto que continha o conteúdo que precisava.
— Chegamos! — Jenny falou, sentando-se do meu lado — Trouxe o Ethan e o Philipe pra comerem com a gente hoje. — apontou para os garotos que se acomodavam em nossa frente. Sorri.
Philipe Laviolette. Pai francês e mãe brasileira. Ele não era muito alto. Seus olhos eram em um tom de azul da cor do oceano, seu cabelo era um loiro claro — quase platinado —, que brilhavam com o reflexo da luz, sua pele era branca, tão branca que assustava-me; era como se ele fosse um boneco de porcelana. Seus lábios vermelhos destacavam-se em seu rosto pequeno; em minha visão, ele era a Branca de Neve na versão masculina.
— Oi. — Philipe falou. Curto e grosso.
— Oi. — respondi, incomodada por sua presença.
— Oli, eu tava comentando com a abelhinha hoje cedo, sobre a gente do terceiro fazer uma festa. Todo mundo junto, o que você acha? — Ethan disse, tentando quebrar o clima desconfortável enquanto fazia carinho na mão de Jen. Fofos.
— Eu acho bacana. — dei uma mordida em meu sanduíche — Mas vocês já decidiram o local e o dia? Porque acho que ia ser legal numa sexta-feira à noite, aí a gente meio que podia relaxar, já que todo mundo vai tá de mau humor por causa da prova da Sra. Hunter. — sugeri, vendo os olhos do casal ao meu lado iluminarem.
— Perfeito! — falaram em uníssono.
— Oli, fica aqui que a gente já volta! — Jen disse, puxando Ethan pela mão e saindo correndo dali.
Agora estava sozinha com esse carinha, que definitivamente não foi com a minha cara.
— Então... — comecei, coçando minha garganta e estendendo meu sanduíche em sua direção — você quer um pouco? — sorri.
— Não. Se eu quiser, eu mesmo compro. — ironizou.
Já falei que ele é um chato, sem educação, grosso, narcisista, otário, idiota, sem personalidade, babaca, que se acha por ter dinheiro? Não? Então agora falei.
— Desculpa aí, riquinho. — respondi em um tom sarcástico, começando a guardar minhas coisas.
— Vê se não esquece nenhuma porcaria sua aqui viu, por que ninguém merece ter que ver essas coisas que valem no máximo 50 centavos. — riu.
Eu jurei para mim mesma que seria uma boa pessoa esse ano, mas é impossível quando um babaca começa a te provocar. Desculpa, pai!
Larguei minha mochila em cima da mesa e soquei a cara daquele moleque com tanta força — força essa que eu não sabia da existência. O agarrei pelos cabelos, e antes que pudesse fazer alguma coisa, senti duas mãos puxando-me para trás; comecei a me debater, gritando todos os xingamentos existentes enquanto mostrava o dedo do meio para Philipe, que olhava-me com um sorriso cínico em seus lábios. Idiota.
— Mãe de vovós, se acalme! — escutei a voz de Tom.
— Não vem se intrometendo onde você não é chamado, bobão! — gritei, tentando me soltar de seus braços — Eu ainda não terminei com você, seu narcisista idiota! Eu ainda te pego na saída! Tenta a sorte pra você ver! — ameacei, sendo arrastada dali a força.
Agora o rosto de porcelana de Philipe, teria um hematoma por um tempo.
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Estava sentada ao lado de Philipe novamente, não por vontade própria, mas sim porque a diretora mandou. E quem sou eu para ir por cima da palavra dela? Não quero mais problemas nas minhas costas não.
Meu pai saiu acompanhado da mãe de Philipe, ambos desculparam-se mil e mil vezes, falando a todo momento que aquilo não iria se repetir e blá blá blá. Coisa que todos pais fazem.
— Querida, desculpa pelo comportamento do Philipezinho. — a mulher, aparentemente mãe de Philipe, falou — Caso isso aconteça novamente, pode me ligar e contar tudo, okay? Aqui o cartão com o meu número. — sorri em agradecimento.
Ela era gentil, diferente do filho dela. Ela era um diferente bom. Pelo que estava escrito no cartão em miniatura, seu nome era Melise Monteiro — para os mais próximos, Mey —, mas todos em Ottawa e em outras regiões do Canadá, conheciam-a como Mulher Rosa.
A Sra. Monteiro era dona de uma linha famosíssima de cosméticos; de acordo com um site na internet, ela veio para o Canadá ainda muito nova, e com o passar do tempo, começou a demonstrar interesse em perfumes, maquiagens, produtos de skincare e tudo relacionado à beleza. Ela casou-se com um francês e após alguns meses do casamento, Philipe nasceu. Quando Philipe tinha 2 anos, eles se separaram da noite para o dia — Melise sempre negou-se a revelar o motivo do divórcio, e por incrível que pareça, a mídia respeitou sua privacidade e não foram atrás de mais detalhes.
Ela era linda. Seu cabelo era em um tom de loiro mais escuro, era cacheado e harmonizava com seu rosto marcante. Seus olhos eram a mistura de um castanho escuro e um castanho claro, na medida certa. Ela era alta. Vestia-se de rosa da cabeça aos pés. Parecia a própria Barbie na vida real. E antes que eu me esqueça, ela era como o arco-íris em um dia chuvoso.
— Eu digo o mesmo, Sra. Monteiro — meu pai falou, com um sorriso simpático em seus lábios, enquanto entrelaçou seu braço no meu — vou ter uma conversa séria com essa garotinha, para que isso nunca mais se repita.
Nos despedimos e saímos da escola.
— Essa é a minha garota. — meu pai sussurrou, fazendo um joinha — Dá próxima vez, faz isso fora da escola, Oli.
Ri, entrando no carro e ligando o som. Agora entendi porque meu pai obrigou-me a ir naquelas aulas de boxe.
Notas da autora
Sou eu dnv :)
Philipe é um dos personagens, que como eu falei no capítulo anterior, foi criado por duas amigas minha
Vou tentar não ficar tanto tempo sem postar, e se caso eu estiver com MTA criatividade em um dia só, provavelmente atualizarei a estória com 2 ou mais capítulos.
Só pra vcs saberem, sou #TeamMike!
Tchau <3
CITEȘTI
Diferente De Um Jeito Bom (Reescrevendo - HIATOS )
DragosteOlivia Williams não esperava que nada de especial fosse acontecer em sua vida, apenas achava que terminaria seu último ano do ensino médio com sua mesma rotina. Ela só não imaginava que Tom Hernández, Mike Cooper e Philipe Laviolette, fossem ser os...