25
As estrelas brilhavam alto no céu e o vento frio sacudia as bandeiras cravadas no chão, algumas rasgadas, outras chamuscadas, e ainda haviam aquelas pesadas demais para se moverem. O sangue vermelho tingia de carmesim o brasão em forma de lua minguante.
—Parece que o trabalho aqui está feito...
Olhei para a criatura que batia as asas membranosas mantendo-o acima do chão, longe das inúmeras poças de sangue.
—Avisarei o futuro Imperador.
O corpo esguio subiu em direção às nuvens sumindo de vista.
—Por...q...
Em meio a montanha de asas, braços e cabeças, alguma coisa se arrastava até mim.
—P.or...
Uma mulher de cabelos compridos cravava as unhas na lama. O corte em seu pescoço fazia com que o sangue jorrasse aumentando ainda mais a poça carmesim onde estávamos.
—P...
Observei seus olhos se tornando opacos enquanto refletia pela última vez a imagem de duas estrelas brilhando na escuridão.
Acordei com o gosto de sangue na boca.
Onde eu estou?
Uma fraca luz irradiava pelo quarto fazendo com que a sombra de Eylef se estendesse até mim.
—Vamos logo preguiçosa!Ou vou te deixar aí.
Tive vontade de ignorar sua voz, me virar de lado e continuar dormindo, porém, o som dos seus passos me fizeram pular da cama.
—Eu estou indo...estou indo...
Vestida na minha capa nova segui Eylef pelo corredor até sairmos pelo fundo da taverna.
O céu continuava escuro mas já conseguia ver um leve tom rosa tingir a linha do horizonte. Eylef e eu atravessamos a praça principal, viramos esquinas e mais esquinas até que uma placa de madeira anunciasse o fim da cidade.
—Para onde vamos?
Espiei Claredon uma última vez antes dos telhados vermelhos ficarem para trás.
—Em frente.
Contive a vontade de revirar os olhos.
—E o que vamos encontrar seguindo em frente?
Eylef ficou quieto por um tempo.
—Se eu estiver certo...
Porém, antes que ele pudesse terminar, ouvimos o som de alguma coisa correndo pelos arbustos até que um cachorro de pelagem azul saltasse na minha direção.
—Ei!
O animal era grande, muito grande; sua cauda sacudia de um lado para o outro incessantemente como um espanador felpudo.
—Oi!Está perdido rapaz?
—Já terminou com a brincadeira?
A voz de Eylef alcançou meus ouvidos.
—O que vamos fazer com ele?
—Deixá-lo aí.
—Mas...
—Sem mas — os olhos da raposa brilharam — Toda vez que você decide ajudar alguém ou qualquer coisa que se mexe algum problema surge!
Acariciei o pelo macio admirando a cor azul.
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Corpo e alma, a pior das maldições (Projeto em fase de criação)
Fantasy"O monstro do poço", foi assim que Sophie o conheceu, através das terríveis histórias que passaram de geração em geração, um lembrete a quem fosse esperto o suficiente para ouvir e acatar as ordens de quem detinha o poder, no entanto, quando ela mes...