Erros, acertos, comunicação e família

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Ouço três batidas na porta, Aline não mora mais aqui, mas ainda tem a chave e deve ter vindo me ver. A porta se abre, ouço o som dos passos.

- Eu estou na cozinha. Me acompanha até a casa da Nona? Estou em meu limite, me sinto suja com tudo isso. - Confessei acreditando ser minha amiga.

- Raquel? Desculpe entrar sem te avisar, mas você fingiu que não estava, desligou o celular, me bloqueou em todas redes sociais e me enviou para não te procurar mais? Então eu procurei a Aline... - Ele se explicava, mas eu não queria se quer o ver mais.

- Sai daqui! Eu não quero falar com você e nem quero a tua presença! - Deixei as malas onde estavam e me afastei simbolicamente dele. Eu não sou uma dessas garotas, porém eu agi como uma idiota, eu sei.

- Raquel, me escuta, só vamos conversar e eu te explico. - Ele falou simples, mas algo nele dizia nervosismo, talvez por ser dez horas em uma segunda feira, talvez o cabelo um pouco bagunçado e a roupa amarrotada.

- Não há o que conversar. Eu fiz tudo. Eu te conheci, eu me apaixonei por você, eu fui atrás de você, eu saí com você, eu me entreguei para você, eu criei sonhos e mentiras e eu quebre a cara sozinha! - Disse sentindo o.choro me consumir e um tremor nas mãos. - Eu amo a mentira que eu criei e eu adorava estar ao seu lado enquanto escondia de mim mesma que eu era só mais uma brincadeira de seu fim de semana. Minha mãe me dizia, quer ser tratada como princesa, não se comporte como a bruxa. Espero que tenha se divertido com aquela garota, mas saí do meu apartamento, porquê eu não preciso de você para me lembrar que não tínhamos exclusividade, quer saber, eu nem quero mais nada!

- Raquel! - Ele aumentou o tom tentando ter algum lugar de fala. - Não é assim, me escute e não foi divertido.

- Não gostou, então eu estou aqui para o seu tédio? - Disse desabando enquanto ele me abraçou forçadamente.

- Me perdoa, droga, olha eu não posso perder você, dizem que a felicidade não bate na porta duas vezes. Eu não imaginava, no passado, que iria conhecer uma garota que valesse a pena. - Percebo o olhar dele para o meu rosto, mas não me esforço para o olhar. - Nunca fui exatamente o príncipe, se estive mais para o sapo. Eu perdi meus pais muito cedo, meu irmão me criou, mas nunca me ensinou a ser assim como eu me tornei. Eu vi ele tentar alguns relacionamentos e as suas princesas virarem cobras e então eu simplesmente nunca nem tentei

- Que seja! - Iria tentar sair mas ele não parecia disposto a deixar.

- Deixa eu terminar, em todos esse anos eu foquei na carreira e na vida pessoal, sai com meu irmão nesse eventos privados e acabei construindo uma lista de contatinhos, Raquel, são mulheres solitárias que só querem brincar e homens solitários que só querem brincar, eu sempre fui esse tipo de pessoa. Já havia muito tempo que eu não saia com alguma garota tão jovem e então você chegou.

- E o que há de diferente no que fui, afinal? - Me soltei dele e passei o olhar para minhas próprias mãos, minhas agitadas mãos.

Sinto ele tocar o meu queixo e finalmente olho para o rosto dele por alguns segundos, os olhos dele se encontram com os meus e naquele instante sinto que posso sentir seus sentimentos, uma bagunça maior do que mim mesma simplesmente toma todo o sentido de tudo, afinal o que eu sou para ele?

- Você virou o meu mundo, Raquel você mudou tudo com o seu jeitinho fofo, com sua doçura, sua meiguice, simplicidade e seu jeitinho agitada de ser. Quando dei por mim, estava pensando em teus detalhes e querendo estar mais vezes ao seu lado, só por estar. Quis poder te ter só para mim. Você bagunçou minhas certezas, senti que queria fazer qualquer coisa para te agradar, então pensei estar indo longe de mais. - Sinto que ele solta meu rosto, e me deu um beijo na testa antes de voltar a falar. - Você é tão linda quanto uma princesa dos contos de fadas, seus olhos de ébano, sua pele alva, sua bochechas e lábios que sempre ficam rubros quando se agita ou está emocionada... Não haveria porque para você me querer e decidi dar um tempo para a cabeça antes de ficar obssecado por você. Marquei para sair e a última coisa que imaginei é que você iria desacompanhada naquele encontro, na minha cabeça você teria outros caras. Você é linda por dentro e por fora, você é uma garota perfeita de mais, ninguém tropeça em tanta sorte assim.

- Eu nunca quis ninguém que não fosse você... - Confessei baixinho. - Tudo que fiz foi para ganhar a sua atenção e tentar ter... os seus sentimentos.

- Eu sei, me perdoe. Eu não te vi lá, eu saí logo em seguida e deixei o celular de canto. Quando meu irmão me ligou que fui atender. Eu entendi o que é gostar tanto de alguém a ponto de sofrer quando ouvi meu irmão dizer que tu saiu de lá apressada, que não queria companhia de ninguém, ele resolveu te seguir até o Uber e te viu chorar sozinha enquanto esperava eu senti a pior coisa que lembro-me de sentir e foi ali que percebi o quanto eu te quero, o quanto eu te amo. - Ele se pôs em minha frente e segurou minhas mãos entre as suas. - Logo te enviei as primeiras mensagens, mas o problema já estava feito.

- Eu pensei que você estaria no evento, então apenas fui... - Disse, observando-o e tentando assimilar tudo o que estava acontecendo.

- Me perdoa, deixa eu te compensar por tudo isso, me dá uma chance de te fazer feliz e de ser feliz contigo. Raquel, foi em você que eu encontrei amor e paz. Você vale mais do que mil garotas, minha pequena, porque você é a garota certa!

Impulsivamente o abracei, senti o me abraçar de volta e suas mãos passar por minhas costas. A vida me surpreendeu mais uma vez, afinal há pouco tempo atrás estava decidida a ir embora e agora só queria ficar nos braços dele para sempre.

- Eu sou tão viciada em você que o que mais penso é em você ou querer estar com você... Mas não entendo, você pediu para ser sua parceira baunilha e para viver com você? - Senti ele afundar a cabeça em meu cabelo enquanto acariciava minhas costas.

- Eu agi bem errado, pequena, desculpa por isso. Hoje eu sei que, mesmo que mil pessoas digam que algo errado é certo, aquilo continuará sendo errado.

- Eu te amo Nat, mesmo quando te odiava ainda te amava, me odiei por te amar enquanto não te tinha comigo.

- Vamos para a minha casa, assistir algo, passar um tempo juntos? - Neguei com a cabeça.

- Liguei chorando para minha irmã mais velha, mas minha nona atendeu. Disse que chorava de saudades é queria queira os ver. Eu iria contar para minha irmã, Nona quase chorou ao telefone dizendo que já tinha mais de um mês que eu não ia os visitar e que todos estavam com saudades de mim também. - com um sorriso conformado, ele confirmoi.

- Eu entendo, mas eu vou com você. - Ele disse e me olhou buscando afirmação.

- É segunda feira e você teria que trabalhar... - Lembrei, ao mesmo tempo não saberia explica-lo par minha família.

- Já avisei que este início de semana não poderei ir. - Apenas afirmei com a cabeça, ele é daqui, espero que entenda os modos de minha família.

- Minha família não sabe muito de você, não sei como irão reagir, são todos de uma cidade mais ao interior, mas da para ir de trem.

Segui contando um pouco sobre minha família e de como Aline acabou morando com a gente por algum tempo. Sobre meu tio, meus nonos, minha mãe e como perdi meu pai. A Cultura Italiana e o cultivo de uvas faz parte do dia a dia daquele lugar, conhecer tão bem a cultura italiana e regional do Sul ajudou muito ao Nat para se situar no querer estava o contando.

Seguimos um trajeto tranquilo, passamos na casa dele e após fomos para a estação e de lá algumas horas de viagem. Dado momento até esqueci que a tão pouco tempo estava tão transtornada pelos fatos acontecidos.

- Filha! - Minha mãe disse que me avistou,  em seguida noto a minha irmã caçula me olhando alegremente. - Quem é este belo rapaz que trás contigo? Es teu noivo?

- Não, mãe... é que... - Ele logo interrompe e estende a mão para minha mãe.

- É um prazer conhecer a senhora que criou a moça mais doce desse mundo. - Minha mãe sorriu para ele. - Eu vim pedir a sua bênção.

Meu queixo caiu, ele tinha noção do que estava fazendo? A expressão de minha mãe seguiram leves e contete enquanto nos convidou para ir, mas nem imagino o que meu tio e nonos iram pensar disso.

No caminho, minha mãe advertiu que queria conhecer família, ele logou explicou sobre o irmão e os tios , me senti uma observadora e de fato fiquei muito impressionada contudo.

Conto BDSM: O submundo BDSM de LaraWhere stories live. Discover now