Pra ser sincero

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" Um dia desses, talvez a gente se encontrer...
      Talvez a gente encontre a explicação."

Respiro fundo, pondo os pensamentos em ordem. Não é o momento mais fácil para isso, percebo. "Apenas fique calma, Raquel. Não vai desistir na primeira dificuldade, você não quer desistir por um medo irracional, quer? "

Vejo aquele Ratan ser colocado sobre a cama. Ele veste luvas de couro, tem um olhar malicioso por trás do semblante sério. Ou sou boa de mais em micro expressões, ou é coisa da minha mente fértil.

As luvas negras fazem um par maravilhoso com aqueles olhos..."Hades é fogo", todos dizem isso, Aline vivia-me dizendo: Ele não brinca, se você brincar com fogo, vai se queimar. As algemas metálicas me atraem, vejo o brilho do metal e respiro fundo sentindo uma certa satisfação, que sinceramente não sei se deveria.

Se deveria ou não, esta questão é quase filosófica. Dever ou não dever? Punição? Sim; Jogo? Também. É serio? Sim; Eu tenho total escolha de não fazer isso? Tenho. Dever gostar ou não dever. Belo momento para filosofar Raquel. Foco em Lara, respire, atenção plena. Só a forma que ele me olha derrubaria qualquer tentativa de levar tão plenamente a sério.

Ele coloca as algemas nos meus  pulsos, estou numa espécie de transe neste momento, pois cada som, cada detalhe, cada sensação. O olha sério, o imaginar do toque do couro. Se deveria estar com medo, esquece, já era no momento em que imaginei ele tocar-me com couro.

- Lara, Lara... Posso ver até no seu olhar que não entendeu a seriedade do que esta acontecendo. - Reflito em silêncio. Há algumas formas de ver a disciplina, pode ser um simples role play, pode ser uma dinâmica com busca em punições de brincadeiras ou podem ser sérias, no caso da visão de alguns.

Há quem diga que, um dominante se quer gosta de punir a submissa, isso diz que algo esta errado na relação, salvo os casos onde o objetivo da relação seja os castigos e punições.

Deveria antes, ter buscado entender esse detalhe quanto a ele. Quando me imaginei nas suas mãos, não imaginei ser punida de fato, pois sendo somente uma troca erótica de poder, onde sou dele apenas nestes escolhidos finais de semanas, ainda assim sou dele quando aqui estou, logo punições poderiam ser esperadas, ou não? Mas por algum motivo conversamos sobre e eu revelei o desejo de ser disciplinada por pequenos erros ou até em role plays. A verdade é que a ideia de punições e broncas, independentemente de pôr onde eu olhar, tem algo tão envolvente.

Ele abriu as minhas pernas com um separador, não estou imobilizada, mas na certa é difícil me mover assim, ainda mais com as algemas me mantendo mais presa ainda. Sinto ele sentar ao meu lado. O primeiro tapa vem de forma inesperada, me fazendo arfar e tentar mover as minhas mãos.

- Existe hora de brincadeiras, Lara, e também existem os momentos que devem ser levados a sérios. - A voz era ríspida e o segundo tapa-me acertou na outra lateral, tão áspero quanto o primeiro.

Não é como da outra vez, não há afago, é muito mais pesado, dolorido e concerteza ele esta sendo mais seco. Cada um destes dói por dois ou três se comparado ao outro spanking. Percebo que pode ficar pior, pois o terceiro tapa vem sobre uma área já ardida. Por impulso o meu gemido sai como um pequeno grito.

- Não! Por favor! - As palavras me sairam de forma automática, enquanto o quarto e bem-dado tapa foi depositado.

- O que há, Lara? Estamos apenas começando. - Ele depositou mais um tapa, já me arrancando as primeiras lagrimas. - Se quiser para, já combinamos isso no contrato, causo não diga a sua safe, aguente a sua punição.

CNC também estava no acordo, o que é uma maravilha! Poder implorar e resistir livremente, com ambos desejando essa brincadeira. Chorar era um objetivo, só não sabia que ele me levaria tão rápido a isso. Desconhecia a totalidade do impulso de pedir por parar, mas percebo logo o motivo de se usar safe e não simplesmente dizer "pare".

Conto BDSM: O submundo BDSM de LaraΌπου ζουν οι ιστορίες. Ανακάλυψε τώρα