É melhor tomar cuidado

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Um pouco de juízo, tomar mais cuidado com o coração. A gente é assim mesmo. Meninas são apaixonadas, desejam tudo sem medir consequências, julgam que o sol gira em torno delas.

Não é a flor mais bela, não ache que pode chegar e fazer tudo do seu jeito. Droga! Foi tudo tão perfeito, ele é tão bom. O que há comigo? Jogo mochila em qualquer canto do quarto, tranco a porta e por fim busco um canto qualquer para escorrer ali.

A sexta a noite, o sábado e o dia de domingo... Bastava eu ser menos curiosa. A curiosidade matou o rato.

Ele é perfeito, joga bem, eu amo a compania dele, ele me chamou para daqui dois fins de semana... Mas esse acabou? Não quero sair de dentro desse apartamento, só quero chorar tudo o que estou sentindo.

Aline bate na porta, eu só pedi para ela não se preocupar, não estou com nada machucado além do meu coração, apenas quero um tempo para assimilar.

Caixas, nomes... nicks conhecidos. Porque eu fui mexer nas coisas dele? Eu procurei exatamente isso e sabia que existiria lá. Não contei nada a ninguém ainda e me pergunto se deveria contar para a Aline.

Após algumas horas, eu resolvo sair e ir lavar a cara, quando vou à cozinha encontro Aline que logo vem e me abraça. Não queria chorar mais, mas no abraço eu desando.

- Oh, coração... Queda, amiga? Eu cuido de você. Já passou! - Ela me abraça forte e esfrega as minhas costas.

- Não é queda não Aline, eu que sou problemática. - Começo a chorar de forma tão compulsiva quanto estava no quarto. - Eu me machuquei, eu gostei mais do que deveria...

- Como assim Quequel? Se gostou é só brincar mais, ora? - Ela não me soltou do abraço, sabia o quanto eu precisava disso. - Ele não marca mais do que duas ou três vezes com quase ninguém, só umas cinco meninas... Se ele te dispensou, é normal.

Eu entendo a tentativa dela de me acalmar, mas isso piora tudo ainda mais. Mas ela esta tentando.

- Quequel, não se sinta assim, ele não  é o único dominador do mundo. Se foi legal, guarda no seu coração. - Eu respirei buscando repor o fôlego.

- Ele marcou para daqui duas semanas. - Ela se separou de mim e me olhou nos olhos.

- Então, o que tem de mais? - Ela olha o meu rosto e parece-me entender. - A, você não fez isso, Lara...

- Eu não mando no meu coração, ja estava apaixonada muito antes do primeiro encontro real. Qual o meu problema? - Soluço algumas vezes, mas me forço a parar e respirar

Aline me serviu um copo de suco e esperou eu me acalmar e parar de chorar.

- Raquel, eu te avisei. O BDSM é assim. Dominantes querem jogar, é normal eles terem varias submissas. É normal que, mesmo em relação com uma, eles tenham outras. Exclusividade e relacionamento conjugal não é a regra, são alguns dos casos, mas não é com ele com que você conseguiria isso. - Eu escuto, pela milésima vez. Se ter ouvido antes não adiantou, talvez agora de coração machucado, sirva de algo. - Você tem que ser mais madura do que isso Raquel. Ele não é seu, você tão pouco é dele fora do jogo. Aproveita, beija, sai, brinca com outras pessoas. Vive um pouco.

- Eu não queria assim... - Respirei pesado. - Mas eu sei que estou errada.

- Talvez você ganhe uma coleira dele, possa jogar mais vezes. Mas guarda e protege esse coração. Se você algum dia for misturar amor nisso, vai ter que ser ainda mais madura e autossuficiente. Não erra onde eu errei, não acredite que ele vai amar só a você, não acabe quebrada... Não mate o brilho do seu coração.

- Eu sei, juízo... Até posso ser dele, mas ele não é meu, isso não é baunilha. - Respiro fundo. - É de mais sonhar com alguém que queira ser baunilha e brincar com BDSM?

Conto BDSM: O submundo BDSM de LaraМесто, где живут истории. Откройте их для себя