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Noah.

15 MESES DEPOIS...

Levei dois meses, desde o dia em que a pedi em casamento, para convencer Sina a desistir de sua casa e morar comigo. Maya aceitara desde o primeiro dia, é claro que ajudou o fato de eu ter um dos quartos de hóspedes transformados em um quarto de princesa para ela. Com a princesa M no meu time, nós vencemos.

Levei mais quatro meses para que ela marcasse uma data e mais seis para que ela se tornasse minha esposa. Cada dia com as duas é melhor que o anterior. Há risadas que enchem o que costumavam ser os quartos silenciosos da minha casa, que agora é um lar. Um lar com minhas garotas.

Hoje é um dia especial de muitas maneiras. É nosso aniversário de casamento de três meses, e pode apostar que vou comemorar. Cada dia é uma celebração, com as duas na minha vida. É também o aniversário do dia em que minha adoção aconteceu, quando me tornei um Urrea. Não passa um dia em que não sou grato por tudo que meu pai trouxe para nossas vidas. Ele é o homem que eu quero ser, espero ser, para minha esposa e minha filha.

Mencionei que a partir de hoje também sou oficialmente pai?

Hoje minha princesa tornou-se oficialmente uma Urrea. Assinamos os papéis no tribunal esta manhã, depois saímos para o café da manhã para comemorar. Já era um dia especial, o dia em que ganhei meu pai. O homem que sempre esteve lá por mim. Agora, eu sou esse homem. Posso mostrar a ele o que me ensinou. Como ser homem, como amar. Como lutar por aqueles que você ama. Ele me ensinou a ser pai. Não que algo tenha mudado por causa de um pedaço de papel assinado. Maya começou a me chamar de papai no dia em que propus a elas e nunca mais olhei para trás. No meu coração, ela é minha. Não preciso de um pedaço de papel para provar isso.

Minha filha.

— Então, senhorita Urrea — digo à minha filha. — O que diria se eu te dissesse que vamos fazer uma viagem hoje? — pergunto enquanto ela espeta outro pedaço de suas panquecas de Mickey Mouse. Seus olhos se iluminam com empolgação.

— Para onde? — ela pergunta com a boca cheia, fazendo-me rir e minha esposa se encolher.

— Atlanta.

— Sério? — ela pergunta, largando o garfo.

— Sério.

— Eba! — ela comemora, chamando a atenção de quem está sentado ao nosso redor. Ela se agita em sua cadeira quase tombando; felizmente, a avó dela está lá para pegá-la.

— Calma aí — diz minha sogra, Helen, pegando a cadeira e firmando-a.

— Você vem com a gente? — Maya pergunta a ela.

— Ela vai — digo, sabendo que não está convencida de que é o melhor. Faz duas semanas que insisto e ela continua dizendo que não quer se intrometer.
Ela é da família, e precisamos que ela esteja lá.

— Quando vamos? — Maya pergunta, colocando o copo de leite de volta na mesa. Ela tem uma linha no lábio superior e parece um daqueles comerciais de leite.

— Depois do café da manhã, então precisa terminar — Sina diz a ela. Com um aceno de cabeça, ela mergulha de volta em seu café da manhã com entusiasmo, fazendo todos rirmos.
O voo para Atlanta é curto. Papai está nos esperando no aeroporto e, assim que Maya o vê, corre para os braços dele.

— Vovô — diz ela, animadamente. Eu vejo como meu pai a pega e a coloca em seu quadril. Ela está ficando grande demais para isso, mas ele não a vê com tanta frequência quanto ele e minha mãe gostariam.

— Ei, princesa M — diz ele, beijando sua bochecha.

— Você sabia que hoje eu sou uma Urrea? — ela pergunta a ele. Seus olhos enevoados me fazem engolir minhas próprias emoções.

Além das Bases | Noart Where stories live. Discover now