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NOAH.

CARAMBA, ESSA GAROTINHA É COMO A MÃE, ME CATIVOU DESDE O MOMENTO EM QUE COLOQUEI OS
olhos nela, embora de maneiras diferentes. Ela é fofa enquanto fala muito e rápido sobre bater na bola e pegá-la. Essa é a extensão do conhecimento dela, mas a maneira como ela fala, como se fosse uma pequena adulta, faz com que você acredite em cada palavra que diz, como se estivesse nos livros de regras do jogo.

— Posso ficar com você? — ela me pergunta, uma vez que nos juntamos ao grupo dela em um pequeno canto do campo.

— Oh, querida, eu não acho… — Sina começa, mas para quando eu me ajoelho e fico cara a cara com ela.

— Eu adoraria, Maya — digo baixinho. — Mas não acho que seria justo. Todo mundo precisa ter a vez e, como só eu e Josh estamos trabalhando com seu grupo, você terá que se revezar.

— Mas você disse que nós poderíamos brincar de pegar — diz ela, seu pequeno lábio tremendo.

Olho para Sina e a vejo nos observando. Levanto as sobrancelhas e ela me dá um leve aceno de cabeça. Eu sussurro “obrigado” e volto para Maya. De jeito nenhum eu negaria qualquer coisa a ela.

— Que tal, quando a tour acabar, você e sua mãe ficarem por aqui, e então seremos apenas você e eu? Combinado?

Ela olha para a mãe, a esperança brilhando em seus grandes olhos castanhos.

— Podemos, mamãe?

Sina acena com a cabeça.

— Por alguns minutos — acrescenta ela, mas não acho que Maya a ouça ou se importe. Ela obteve a resposta que esperava e corre para se juntar às suas amigas.

— Eu sinto muito — ela me diz.

— Sente muito, por quê?

— Ela parece querer toda a atenção para ela. Sei que você tem coisas mais importantes para fazer. Vamos ficar alguns minutos — ela me garante. De pé, eu paro na frente dela, tão perto que posso sentir sua respiração quente no meu queixo.

— Eu conheci uma garota — digo a ela. — Ela é linda, mas fechada. Eu esperava poder visitá-la no trabalho e vê-la, já que ela se recusa a sair comigo.

— A vida dela é complicada.

— A vida é complicada — digo. — Só penso nela, e sabe do que mais? — Espero a reação dela. Ela me estuda por vários minutos, a respiração acelerada antes de finalmente responder.

— O quê? — ela pergunta em um sussurro abafado.

— Descobri hoje que ela tem uma filha incrível, bonita como uma flor e que adora beisebol. — Dou uma piscadinha. — Eu gostaria que ela me desse a chance de conhecê-la, na verdade, conhecer as duas.

— Ela se preocupa — diz ela, mordendo o lábio inferior.

— Com o quê? — Estendendo a mão, coloco uma mecha solta de cabelo atrás da orelha.

— Tudo.

— Quem se preocupa com você?

Sua respiração engata. Ela abre, em seguida, fecha a boca, mas as palavras não saem.

— Ei, Urrea, você está pronto? — Josh grita para mim.

Eu levanto a mão no ar, meu dedo indicador levantado, pedindo-lhe por mais um minuto.

— Obrigado por ficar depois. Nós podemos conversar então. — Dou um aperto suave na sua mão, em seguida, viro e me afasto, um sorriso estampado no rosto. Não porque estou aqui no estádio Blaze, minha casa longe de casa, mas porque, pela primeira vez, sinto que posso chegar em algum lugar com ela.

Além das Bases | Noart Where stories live. Discover now