ೋ°|𝗖𝗵𝗮𝗽𝘁𝗲𝗿 𝟏𝟓

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2016.

Há muito tempo atrás, minha vida foi destruída e tirada de mim, perdi tudo que eu tinha em um piscar de olhos, sem poder fazer nada a respeito para impedir. Em minha mente estão gravadas cada momento daquela maldita noite, e com isso sou incapaz de esquecer.

A ferida que o passado causou se curou aos poucos, e com o tempo, se tornou uma cicatriz, uma marca que não pode ser vista ou sentida por outra pessoa, uma marca que mesmo curada, ficará em mim até o último dia da minha vida e a dor que senti causada por ela sempre será lembrada. Mas mesmo com um passado doloroso, o que ele me tirou, o presente construíu, possuo poucos amigos que considero próximos, e que sei que sempre poderei confiar.

Muita coisa aconteceu depois que entrei na Escola Tecnica Jujutsu de Tóquio, e mais aconteceu depois dela.

Basicamente me formei e me tornei uma Feiticeira jujutsu. Apenas precisei ver os Zenin algumas vezes em que minha presença era solicitada pelo alto escalão. Mas as coisas estavam ficando mais complicadas, aqueles que estavam no topo do mundo jujutsu estavam mais difíceis de lidar, tudo porque são um bando de fracassados medrosos.

Apenas me livrava do estresse que eles causavam quando me permitia sumir. Mesmo que não valesse de nada, o que mais desejava encontrar estava mais complicado de achar. Contar todos os graus de areia que tinha na praia em um dia, seria mais fácil. Ele é praticamente invisível, e isso é um saco.

Mas tenho que pensar nisso uma outra hora.

Havia chegado em Okinawa, um lugar bem distante de Tóquio. Graças aos arquivos do meu clã, tenho acesso a todos os imóveis da família, e com isso, venho seguindo os rastros dele que seguia por boa parte deles, por quase todo o país. Como um padrão interminável e indecifrável que ele conseguiu me prender.

Parei bem em frente do prédio que procurava, tinha uma aparência de que ninguém entrava lá a anos. Bom, obviamente, já que os Uchihas estavam quase todos mortos, então é de se esperar que algumas construções esquecidas de Raijin estivessem nessas condições.

O que eu estava fazendo ali? Simples. Recebi informações de que, um certo alguém, andava por aquelas bandas. Não tinha mais nada de melhor pra fazer, estava por perto, então resolvi verificar.

Levei minha mão até o bolso da minha jaqueta verificando mais uma vez se minhas lâminas douradas estavam lá e segui até a entrada, mas fui barrada por uma voz arrastada bem atrás de mim.

- Se eu fosse a senhorita, eu não entraria aí dentro.

Franzi a testa me virando. Um homem que se eu chutasse, diria que tem mais ou menos cinquenta anos. Ele me observava não tão distante de onde eu estava. Tinha cabelos quase totalmente grisalhos, olhos castanhos que tinham uma aparência mais clara com a luz do poste batendo diretamente neles naquela noite fria.

- E o senhor, quem seria? - Levei minha mão até minha jaqueta discretamente, não deveria confiar em ninguém. Principalmente porque o desconhecido mostrava não ter tanta energia amaldiçoada, mas o suficiente para não ser totalmente inofensivo.

- Shin Tanaka. - Ele respondeu com os olhos estreitos me analisando de cima a baixo - Como eu disse, é melhor não entrar.

- Por causa da maldição de primeiro grau lá dentro? - Perguntei vendo o homem arfar e arregalar os olhos espantado - Você é um Xamã?

- Então... você sabe. - O mais velho murmurou dando uma breve olhada no prédio, logo voltando sua atenção para a mulher novamente - Não, eu não sou um Xamã. Sou o que vocês nomeiam como janelas, pessoas que veem maldições, mas não são feiticeiros.

𝐁𝐋𝐎𝐎𝐃𝐘 𝐄𝐘𝐄𝐒 | 𝑺𝒂𝒕𝒐𝒓𝒖 𝑮𝒐𝒋𝒐Where stories live. Discover now