Hogwarts

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Harry já estava se arrependendo de ter pensado que tudo ficaria bem. Tom estava muito aéreo, não escutava mais uma palavra que dizia, sempre lendo aqueles livros que explicavam sobre as coisas bruxas.

No dia 1° de setembro o grande malão de Riddle fora arrastado para fora do orfanato com ajuda de uma das auxiliares do local, enquanto o menino levava uma pequena mochila nas costas. Este vestira roupas confortáveis mas que transmitiam sua personalidade, eram cores neutras e um pouco apagadas. Ele não queria ser visto até se sentir confortável com as pessoas daquele novo mundo.

— Tommy, vai me escrever? — Harry, que vinha atrás de si agarrado ao seu coelho de pelúcia, perguntou com um bico choroso. O menino já tinha derrubado muitas lágrimas.

— Vou. — Tom estava muito apressado em sair logo daquele lugar, por ele já estaria fora.

— Vou aprender a escrevê' melhor.

O moreno parou no portão onde já viu Mike lhe esperando, deu um pequeno aceno com a mão e olhou para o menino que lhe seguia.

— O que eu já lhe disse sobre o uso do R?

— No fim dos verbos infinitivos... Ai Tommy, isso é tão difícil!!

— Não é. Fale corretamente da próxima vez em que nos vermos.

— Tá... — Harry viu que Tom ia lhe dar as costas para ir então correu até o corpo do moreno lhe dando um abraço já cheio de saudades.

— Não seja dramático, já conversamos que não vou morrer. É só um período.

— Eu sei!! Tchau Tommy... Me traz biscoitos!

Tom deixou um riso nasalado sair de suas narinas e bagunçou o cabelo rebelde do acastanhado. Separou seus corpos e olhou uma última vez aquelas orbes verdes antes de ir para o carro que já o esperava. Mike já estava olhando no relógio quando entrou.

O pequeno órfão, com aquela pelúcia já passada do ponto de lavagem, olhou triste o carro se afastar dos portões principais. Sua tristeza foi retirada de si assim que voltou para a residência, onde lhe esperava alguns dos órfãos zangados consigo.

— O-O que querem comigo? — engoliu em seco já com medo do que iria acontecer.

— Não sabe mesmo? — Houve algumas risadas debochadas após a fala de Emilly —... É hora de se vingar. Como não podemos tocar no idiota do Riddle, vai ser você, sua aberração! Vamos lhe mostrar o que acontece com quem se acha superior.

As crianças podem ser cruéis, por mais que em algumas não haja sentimentos falsos todos são muitos intensos. Quando uma criança sente raiva, ela extravasa, ou quando está triste, aquilo se vai em forma de grossas lágrimas e soluços, quando feliz, ela pula e sorri.

Aquelas crianças estavam com raiva, de tudo quanto tinham sofrido das mãos de Riddle, das vezes em que foram feitos de gato e sapato, da superioridade e egoísmo que aquele pequeno poço egocêntrico tinha. Não havia espaço para se sentirem culpados também, ali eles só viam que os dois residentes do quarto 27 eram estranhos, que faziam bizarrices, que lhes metiam medo. Mereciam punição, assim como os adultos faziam.

Tom estava confuso, atravessou uma parede de pedra que tinha com toda a certeza do mundo que iria bater, mas aconteceu!! Era a tão esperada plataforma 9 ¾ !

Não conhecia as outras estações de trem, então não poderia comparar com nenhuma outra, mas esta com certeza tinha muita magia. O trem vermelho com preto já aguardando o embarque dos passageiros, as inúmeras pessoas se despedindo de seus filhos e todos ali só falavam de uma coisa: Hogwarts.

Caminhos do destinoWaar verhalen tot leven komen. Ontdek het nu