Emoções

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No último dia do ano geralmente o orfanato era agitado. As comemorações do Réveillon eram cheias de programações para os órfãos fazerem. Como ajudar a limpar cada centímetro da gigante casa, como uma espécie e faxina invernal. Também havia as maravilhosas comidas que os mais velhos de lá ajudavam a cozinheira a preparar. Sem contar nas várias visitas caridosas que apareciam para presenteá-los.

O fiasco do Natal sem presentes daquele ano tinha sido reportado nos jornais de toda a Inglaterra, não fora apenas no Wool que as crianças ficaram sem os mimos. Em compensação, no ano novo, vários ricos visitaram esses orfanatos a fim de serem noticiados como pessoas bondosas. Algumas realmente não tinham interesse em aparecer, mas era a minoria.

Tom passou a virada de ano quieto. Apenas com Harry em seu pé como sempre.

No fim do dia, quando todos se preparavam para o grande evento de virada que passariam na lareira festejando, Riddle suspirou alto enquanto ajeitava sua gravata.

— O que foi Tom? Está difícil? — a voz curiosa de Harry não se controlou.

— Nada.

— Mas... parece que tem alguma coisa.

— Não é nada Harry. — Falou terminando de ajeitar sua gravata azul marinho. Tinha ganhado de um velho rico que viera presentear as meninas com laços e os garotos com gravatas.

— Hoje foi muito divertido! O John falou comigo! Ele falou que eu não sou tão luim' quanto ele pensou!!

— Que ótimo... É "ruim". — Falou o moreno sem paciência enquanto esperava o outro a terminar a arrumação. Mas o pequeno Peverell parecia perdido com os cadarços dos tênis. Que por acaso foram um presente também. — Termine logo isso.

— E-Eu não consigo... Eles não podem ficar soltos?

— Não. Tem que dar um nó.

— Não quero.

— Você só não consegue. Admita logo isso.

— Não quero. Vão ficar assim mesmo.

Harry desistiu de seus cadarços e foi andando com passos mais largos que os de costume, a fim de não tropeçar.

— Está parecendo um pato. — revirou os olhos — Não que não pareça sempre... Ah, deixe. Vamos.

Os dois saíram para ir ao pátio principal onde todos estavam reunidos. Havia um grupo de voluntários fazendo brincadeiras com todos, para passar o tempo e se divertirem.

Antes de alcançarem de fato as escadas veio um grupo de garotos maiores apressados conversando alto. Passaram pelos dois sem importância, mas assim que Arthur olhou para Tom deu uma risada.

— Feliz aniversário monstrinho. Com quantos anos de idade as aberrações morrem? Já tem 10! Cara, isso é muito tempo...

Tom sentiu seu coração se encher de fúria. Mas manteve a calma.

— Bem mais que você. Acredite.

Com muito controle emocional, apenas seguiu seu caminho um pouco mais rápido do que antes.

— Como assim? É seu aniversalio? — Harry vinha confuso atrás de si, andando a passos mais avexados, quase tropeçando nos cadarços que estranhamente se jogavam na frente de seus sapatos, ele tinha certeza que estavam vivos. — É surpresa?

— AniversáRio. — Corrigiu.

— Então... É?

— Sim.

Caminhos do destinoWhere stories live. Discover now