Amizade

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Ser amigo de Tom era uma nova experiência para o pequeno Harry. Nenhuma criança parecia igual a ele.

Eles não brincavam juntos, pois Tom dizia que não gostava de coisas tão estúpidas quanto balançar um carrinho fazendo sons estranhos. Nem ao menos brincava de pique-esconde, coisa que o acastanhado amava fazer.

— Riddle! Os meninos do parquinho me expulsaram de novo!

O moreno revirou os olhos e olhou para um pequeno menino irritado batendo as orelhas do Sr. Pompas na grade da cama de solteiro que lhe pertencia.

Ele se perguntava quando o garoto tinha começado com o hábito de lhe contar tudo que acontecia em seu dia... Talvez por ser a única pessoa que se dava o trabalho de lhe ouvir.

Era irritante às vezes, Harry era um tagarela, e aumentou mais depois que disse que seriam amigos. Até agora não tinha conseguido tirar nenhuma informação do pequeno, mas iria ter paciência.

— Por quê? — disse com um claro tom de indiferença.

— Os meninos disseram que não querem os brinquedos levitando...

— Então os deixe em paz.

— Mas eu quelo blincar!!!

Tom suspirou e fechou o livro que lia. Era tão difícil agora terminar um capítulo sequer.

— Peverell, só os deixe em paz. Eles vão ficar pegando no seu pé pelo resto da semana se ficar insistindo.

— MAS EU QUELO!

— É "Quero". Com "R". — Tom falou devagar para o menino entender, esse que só lhe fez um biquinho emburrado e foi para sua cama irritado.

— Eles não iam pegar no seu pé... — disse o pequeno emburrado.

— Não são malucos o suficiente para fazerem isso. — O acastanhado deu um pulo e se pôs de pé na cama sorrindo largamente para o moreno que lançou um olhar curioso — O que foi?

— Vem comigo! Por favorzinho Riddle! Por favorzinho! Vem! Vem!

O garoto pulava na cama tentando animar seu colega de quarto a ir até o parquinho do local.

— Não.

— Vem! Vem! Vem! Vem!...

— Harry pare de pular.

— Vem! Vem! Vem! Vem! — O garoto falava compulsivamente enquanto via a paciência do outro ir se esgotando.

— CHEGA. — Harry se sentou calado, mas ainda continha um olhar esperançoso. — Se eu for... Você para de me encher?

— Sim!!

Tom suspirou e afirmou com a cabeça, fazendo Harry pular de alegria indo até a sua pelúcia e lhe abraçando.

— Brigado! Vamos!!

Antes de sair, Riddle se lembrou de pegar seu livro. Não iria ficar entediado pelo menos.

O parquinho não era lá essas coisas. Apenas tinha dois balanços, uma gangorra e um brinquedo giratório. E muita areia. Coisa que fazia Tom ficar o mais longe possível dali, afinal tinha crianças estupidas jogando-a umas nas outras por todo o espaço.

— Vou ficar por aqui. — Riddle se sentou na grama, na sombra de uma árvore que ficava próximo — Se eles te incomodarem me chame. Mas só se eles fizerem isso, entendeu? Não me incomode com qualquer coisa.

— Sim!

Harry saiu em disparada para brincar no balanço, seu brinquedo favorito.

Havia poucas crianças ali, a maioria entre seus quatro a nove anos. Havia Emilly e alguns garotos mais velhos lá perto. Conversando e comendo algo que não soube dizer o que seria.

Caminhos do destinoWhere stories live. Discover now