Harry Peverell

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A maciez da cama do bebê Peverell era extrema. O pequeno corpinho ressonava lentamente enquanto sua mãe, Elisabeth, cantava uma canção de ninar.

Mary, sua elfa doméstica, líder dos elfos que trabalhavam na casa, entrou com uma jarra de água quente. Acompanhada de dois outros atrás que carregavam uma banheira pequena infantil. Iriam dar um banho gelado no bebê que ardia em febre.

— Vamos acorda-lo para o banho minha senhora? — Perguntou Mary baixinho para não acordar o bebê.

— Eu não sei se quero acorda-lo... Dormiu faz pouco tempo. Temos passado algumas horas da noite em claro, acho que levarei Harry para ver um medibruxo. Essa febre está alta desde ontem...

Mary afirmou e foi falar para os outros o desejo de sua senhora.

Assim que estavam arrumando o pequeno bebê, Elisabeth saiu do quarto deixando seu filho aos cuidados da elfa ao qual confiava muito. Cruzando o corredor em direção ao seu quarto, uma presença mágica lhe fez parar. Era algo forte então começou a andar rápido para olhar pela janela principal quem havia entrado nos territórios da mansão Peverell.

Não foi preciso chegar até o saguão para saber o que era. Um pássaro, do qual ela não sabia ao certo de que espécie, cor ciano veio em sua direção. Não era real, apenas um feitiço conhecido como Patrono. Era um mensageiro muito rápido e assim que Elisabeth percebeu que o pássaro começou a falar consigo suas pernas tremeram.

"Boa tarde senhora Peverell. Aqui quem lhe fala é o chefe de departamento dos aurores de Massachusetts. Venho lhe comunicar que seu marido, assim como outros cinco bravos bruxos, veio a falecer em batalha contra invasores do colégio de magia e bruxaria de Ilvermorny. Não sabíamos ao certo a identidade do inimigo ao enfrenta-los, foram menos aurores do que atacantes inimigos e tivemos mais baixas do que se é esperado. Sentimos muito. Mandaremos uma quantia em dinheiro para recompensar sua família pelo ato heroico de seu marido, que como sabemos, estava residindo temporariamente na Inglaterra junto da senhora.

Agradecemos. E damos as devidas condolências."

Lady Elisabeth passou uma semana inteira chorando. Por mais que soubesse que a batalha que seu marido iria travar era grande, não esperava que esse viesse a morrer. Oras, quantos bruxos atacaram o colégio para que um exército pequeno de aurores não dessem conta do recado? Ou quão bons poderiam ser para eliminar cinco aurores bem treinados?

Não sabia.

Não sabia de muitas coisas. Ethan nunca lhe contava tudo o que sabia, mas afinal, quem mandou se casar com um importante auror dos EUA?

Estava devastada.

Mary e os outros elfos viam com tristeza sua senhora se desfazer em lágrimas dia após dia. Não comendo nem dormindo direito. Era uma verdadeira figura de tristeza.

Harry estava sendo cuidado majoritariamente por Mary que lhe dava tudo o que precisava, só na hora de mamar que Lady Elisabeth segurava seu filho enquanto derramava grossas lágrimas ao olhar o rostinho do pequeno. Seus olhos, iguais aos do pai, esmeraldas verdes tão reluzentes...Era tão puro seu olhar... Não conseguia olhar para o pequeno e não se lembrar do amor de sua vida. Seu cabelo castanho escuro, uma mistura do seu com o de seu marido que era claro... Céus... Harry era tão parecido.

*

Aos três anos de idade, Harry via sua mãe fazer magias o tempo todo. Com uma tal de "varinha" que ela lhe explicou que ajudava a executar os feitiços. Disse que logo mais ele iria conseguir fazer também.

Caminhos do destinoWhere stories live. Discover now