[ α β Ω ] A dor não se apaga, é combustível para incendiar as curvas do destino

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— Sabe por que a omma ama lírios vermelhos, pequeno lobo? — perguntou, mudando de assunto. 


O pequeno Jeongguk franziu a testa, levantou-se e sentou-se na cama, olhando para a mãe, negou devagar, os cabelos lisos se espalhando para os lados enquanto balançava a cabeça, na verdade, o garoto sabia exatamente o porquê, Ye-ji sempre lhe contava a mesma história, ela nunca se lembrava de suas conversas, e o menino nunca se cansava de escutá‐la em seus ligeiros momentos de lucidez. 


— Por que é o seu cheiro, meu pequeno lobo — falou amavelmente, notando quando a criança esboçou um sorriso — Tu és muito amado por mim, Jeongguk, eu gosto de ti. Quem se importa com o rei? — brincou, esboçando um sorriso também — Um dia, um outro alguém também irá lhe amar, meu filho, você ainda será muito amado e terá uma bela família, não se esqueças disto.  


Jeongguk sorriu ainda mais, as bochechas cheias completamente coradas, quando lágrimas quentes passaram a descer de seus olhos escuros.


— Eu... eu amo você, omma, n-não preciso de mais ninguém — sussurrou, chorando ainda mais. 


Uma lágrima escorreu por uma das bochechas da mulher, ela segurou o lírio vermelho em uma das mãos, fechou os olhos e levou a flor até as narinas, inspirando, suspirou, Jeongguk assistiu seus movimentos em silêncio, e quando a mulher abriu os olhos escuros novamente, eles pareciam sem foco. 


O coração do lobinho doeu no peito. 


Jeongguk puxou a mão da mãe para acariciá-la, no entanto, ao sentir o toque quente da mão tão pequena, Ye-ji se afastou, um pouco surpresa. 


— Q-quem... quem és tu, criança? — perguntou, a voz sussurrada e perdida. 


Os lábios de Jeongguk tremeram, as pequenas mãos apertaram o tecido da calça de montaria, negou com a cabeça, desesperado, como em todas as vezes. 


— N-não... não omma, não se esqueças de mim — suplicou, tentando tocá-la outra vez. 


Mas Ye-ji se afastou outra vez, levantando-se da cama, a mulher usava apenas uma camisola, os cabelos estavam soltos e quase tocavam seus pés, em grossas e longas ondas negras, andou de um lado para o outro, perturbada, bateu com os dois punhos fechados na parede. 


— Quem é... quem és... tu... lobo... não sei... o-o rei...o rei... beta... beta... beta... maldito... v-ventre maldito... — repetiu, levando as mãos até o ventre, a mulher pareceu recordar-se algo importante — F-filho? Onde? Onde está... onde está... onde está... o meu filho!? — gritou, puxando a camisola com as mãos, olhando ao redor, desesperada. 


— Omma! Estou aqui, omma! — Jeongguk gritou de volta, saltando da cama, indo para perto da mulher. 


Ela se afastou, espasmos faziam a cabeça dela tremer, de um lado para o outro. 


— N-não... não... m-meu filho... meu filho é um bebê... um bebê... um bebê lindo... meu pequeno lobo... eu preciso... preciso protegê-lo... 


Garras, presas e ossos Where stories live. Discover now