Quinze

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As línguas se encontraram com ternura e, ao contrário do que Freen pensava, Becky não pareceu sedutora e provocante, senão imersa e entregue àquele beijo. Freen sentiu seu peito inflar por uma sensação estranhamente boa e nova; como se seu estômago estivesse prestes a roncar, no entanto apenas vibrava sozinho e calado; um pouco acima de seu ventre a sensação era de mil pedras de gelo tocando o local; uma espécie de adrenalina tomou conta de todo o seu corpo e ela apertou mais os braços ao redor de Becky. A menor arfou na boca de Freen e separou o beijo, sentindo-se tímida por ter acabado de fazer algo que não deveria.

                     

-- Desculpe. -- Ela pediu abaixando a cabeça, meio aturdida ainda pelas sensações. Freen tocou o indicador e o polegar em seu queixo e guiou o rosto fino até encontrar seus olhos.

                     

-- A única a pedir desculpas aqui sou eu. -- Freen disse calmamente. -- E acho que preciso me desculpar por outra coisa agora.

                     

-- Pelo quê?

                     

-- Por isso. -- Ela sussurrou, voltando a tocar seus lábios nos de Becky. Os lábios gelados e macios eram deliciosos e Freen precisava provar mais deles.

                     

Por um instante ela esqueceu que a chuva caía sobre elas e que o frio castigava seus corpos. Seus sentidos estavam todos focados em Becky e nas reações que seu corpo sentia ao estar assim com ela. Havia meses que não beijava ninguém, mas ela tinha certeza que jamais provara lábios mais adocicados e suaves do que os da garota que naquele momento a beijava.

                     

Becky adentrou uma mão em seus cabelos e arrastou as unhas em seu couro cabeludo, tendo a outra mão apertando a camisa ensopada de Freen sobre a região da cintura. A mais nova sugou o lábio inferior de Freen e deu um longo selinho na maior, sorrindo de forma contida,  tendo seus olhos ainda fechados.

                     

-- Se eu pedir agora para voltar para o caminhão comigo você iria? -- Freen sussurrou e Becky mordeu a bochecha na parte interna, respirando fundo e assentindo. Freen entrelaçou seus dedos branquelos nos dedos finos e compridos de Becky e a puxou para o caminhão. Becky entrou no veículo e olhou sem graça para Freen.

                     

-- Eu disse que não queria molhar seu caminhão. -- Ela disse baixo. -- Poderia se virar? -- Freen bufou e Becky sorriu. -- A menos que não se importe. Eu já fiquei nua em sua frente e não me importo em...

                     

-- Eu viro. -- Freen disse quase em um resmungo e se virou. Becky retirou o vestido molhado de seu corpo e logo em seguida a calcinha. Procurou ali por trás o outro vestido e o vestiu sem calcinha mesmo. O clima dentro do caminhão era quentinho e Becky agradeceu mentalmente.

                     

-- Pronto. -- Freen se virou novamente e a encontrou já vestida. -- Agora você precisa se vestir com algo seco. -- Becky avisou e Freen entortou a boca.

                     

-- Não tenho nada seco aqui em cima. -- Reclamou. -- Vou ter que ir lá atrás e aquelas fofoqueiras vão querer saber o que houve. -- Becky sorriu.

FrᴇᴇɴBᴇᴄᴋʏ • UNCERTAIN PATH  • (ชะตากรรมที่ไม่แน่นอน) VisionOnde as histórias ganham vida. Descobre agora