Quatro

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Os olhos castanhos se abriram cautelosamente, pois os raios fortes de sol atingiam-lhe o rosto. Soltou uma longa respiração e se espreguiçou, levando uma de suas mãos até seu olho esquerdo e o coçando.

                     

Era, decerto, muito cedo ainda; seu relógio biológico soava sempre junto com o nascer do sol, fazendo-a acordar mesmo se tivesse dormido bem tarde na noite anterior.

                     

O frio era ainda mais intenso do que pela madrugada, Freen achava o frio daquele horário do dia o pior de todos os horários. Ela pegou sua escova de dentes e, junto com uma garrafa de água, sua toalha de rosto e um copo plástico, ela saiu do caminhão. Se debruçou sobre a beira da estrada e começou a escovar seus dentes. Resmungou algo quando vestígios de água respingaram em sua roupa e ao terminar sua higiene matinal deu uma olhada no cenário ao seu redor.

                     

-- Bom dia! -- A moça que dormia na cabine, aparentemente, havia despertado, dando um leve susto em Freen.

                     

-- Dia! -- Freen respondeu cética. -- Se quiser escovar seus dentes eu tenho uma escova extra no meu porta-luvas.

                     

-- Faria mesmo a gentileza de me ceder sua escova nova? -- Rebecca perguntou contente e Freen acenou, indo buscar o objeto. -- Oh, céus, obrigada. -- A garota agradeceu assim que Freen lhe entregou a escova de dentes.

                     

-- Desculpe ter esquecido a porta do caminhão aberta. Tenho o hábito de acordar só e...

                     

-- Não se preocupe. -- Rebecca disse após terminar de escovar seus dentes e jogar um pouco de água em seu rosto. -- Eu já estava acordada, de todo o modo.

                     

-- Certo. -- Freen disse, caminhando outra vez para o caminhão. Rebecca entrou no mesmo e se sentou ao seu lado, esperando Freen ligar o caminhão, no entanto, ela não o fez.

                     

-- Não irá dirigir agora? -- A garota perguntou curiosa.

                     

-- Não. Esperarei as garotas acordarem. É proibido transportar pessoas na parte de trás. Só faço isso à noite e mesmo assim nem sempre. É perigoso.

                     

-- Oh. -- que expressou, vendo Freen pegar algumas coisas no isopor.

                     

-- Sirva-se. -- Ela disse séria e Rebecca sorriu sem graça antes de pegar um sanduíche para si e uma garrafinha de suco. -- Dormiu bem? -- Freen perguntou de repente. -- Eu sei que não é um lugar muito confortável, mas infelizmente é o melhor que posso te oferecer.

                     

-- Dormi muito bem na verdade. -- Respondeu com um sorriso puro. -- À propósito, não deveria me ceder sua coberta. Acordei de madrugada e te vi encolhida em seu banco, desculpe. -- Disse, dando uma mordida no sanduíche.

                     

-- Não se preocupe, sou mais acostumada do que você a esta vida de estrada. -- Freen disse sinceramente. -- Esta noite dormiremos em um hotel; precisamos de uma noite descente de sono e de um bom banho. -- Rebecca empalideceu ao ouvir aquilo.

FrᴇᴇɴBᴇᴄᴋʏ • UNCERTAIN PATH  • (ชะตากรรมที่ไม่แน่นอน) VisionWhere stories live. Discover now