39 - O Dia em que nos Conhecemos (Parte 5 - Final - Visão Dele)

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Bom, começo dizendo que eu amei esses últimos dias. O passeio e o ambiente novo me fizeram muito bem. Sabe, depois de tudo que passei, isso me fez abstrair e sair do cenário caótico e problemático em que a minha cabeça estava.

Não imaginava que a vida me daria uma segunda chance depois de algum tempo. Estava totalmente pessimista quanto a isso, mas quando eu pus meus olhos naquele monumento de mármore, reconsiderei. Sabe quando temos um rascunho mental do que seria ideal na nossa cabeça e isso simplesmente surge diante dos nossos olhos? Foi o que aconteceu comigo no saguão do hotel.

Naquele momento, eu travei com o impacto da aparição dela. Espero que ela não tenha percebido isso. Não foi minha intenção compartilhar o quarto com ela. Foi uma grata surpresa, em contrapartida. Isso permitiu que nossa relação se desenvolvesse até esse ponto.

Eu ainda me pergunto o que se passou na minha mente em alguns momentos, para que eu tomasse atitudes que não me são comuns. Como demonstrações de ciúmes. Aquele momento em que nos dirigíamos à festa, por exemplo. Não suportei aqueles caras de olho na mulher que eu senti desde o começo que deveria estar comigo. Isso me fez ferver de raiva e acionar o instinto de competição e proteção.

Até que a oportunidade que eu esperava surgiu: aquela onde ela me dava a chance de mostrar que eu poderia fazê-la feliz. Acabamos tendo um envolvimento mais físico, coisa que não havia sido planejada, pelo contrário, foi espontânea. Foi muito satisfatório para ambos, pelo visto. Acordei me sentindo o homem mais maravilhoso do mundo. Um dos muitos efeitos que ela me causa.

Acordei-a cheia de carinho, como eu gostaria de tratar a mulher que seria minha esposa. Voltei a ter o desejo de casar-me novamente. Deus, que o sonho não acabe e que ela não se arrependa de termos dormido juntos.

Parece que ela acordou bem. Levantou da cama e foi tomar banho. Claro que eu não perdi a chance e entrei com ela. Namoramos um pouquinho e então nós arrumamos e descemos para o passeio. Fomos conhecer outra praia, hoje é o penúltimo dia.

No saguão do hotel, os amigos estavam curiosos para saber se rolou alguma coisa. Maldita pressão, só faz a gente ficar nervoso. Mas, pensando bem, tenho muito a agradecer a eles. Logo deram um jeito de me tirar de perto dela para perguntar sobre isso. Ela percebeu e deu um aceno de cabeça, comigo que aprovando que eu dissesse.

Seguimos um dia bem legal. Estou mais feliz que o normal. Estive ao lado dela o dia inteiro. O olhar de aprovação dela me fazia querer arriscar mais, sabe? Meu coração apertou quando eu percebi o quão próximo a viagem estava de acabar.

Tenho pouco tempo e pouco espaço de manobra. Não posso demorar muito tempo pensando. Até porque esse é um recurso escasso agora. Sabe, acho que é hora de conversar com ela. Vou esperar uma hora mais apropriada para isso.

Quando voltamos para o nosso quarto, pude sentir o carinho da minha companhia de novo. Conversamos um pouco sobre o futuro, ideais de vida e etc. Até aqui, compatibilidade alta. Está tudo dando certo. Só não tive coragem de propor algo a ela ainda.

O último dia finalmente chegou. Tivemos uma festa de despedida da escursão na parte da manhã e nossa partida será às 14hs. Então, subimos para arrumar as malas. Eu estou ficando nervoso já com a minha trava.

Então, chega a hora da partida. Estamos em ônibus diferentes, então eu dei uma mão a ela com as coisas dela e nós despedimos. Droga, se eu não me pronunciar agora, talvez eu não tenha mais a chance disso. Então, inflei os pulmões, tomei aquela coragem e a chamei quando ela estava prestes a embarcar. Apressei o passo até ela e fiz a proposta: "quer namorar comigo?" E graças a Deus, ela aceitou! Nos despedimos com um beijo e um abraço.

Sussurros do QuartelWhere stories live. Discover now