29 - Consulta de Emergência - Parte 1

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Sabe, tenho estado muito em repouso ultimamente. Esses três primeiros meses tem sido meses difíceis por causa dos sintomas da gravidez em si, tenho tido muitos enjoos, sentindo náuseas, dores e etc. Além disso, nada fora do normal. Estou até entediada. Estive inclusive colocando outras coisas em dia, lendo e até fazendo novos cursos. Estou com um certo medo de, depois que o processo que estou passando terminar, ser rejeitada pelo mercado de trabalho. Não estou preocupada com o nosso sustento, pois sei que o meu noivo dará conta.

Um novo dia começa. Tive alguns pesadelos essa noite e, por isso, dormi um pouco mal. Entro no banheiro, me preparo para começa o dia, começo a sentir um pouco de dor. Entro em contato com a minha médica, e ela diz que isso é normal. Pode ser do próprio desenvolvimento do feto. Deixo as preocupações de lado e me concentro em outras coisas.

Duas horas depois, do nada, sinto uma forte dor na barriga, tão forte que me deixou tonta. Sinto algo quente escorrer entre as minhas pernas e no banheiro descubro um pouco de sangue. Meu emocional me deixa mais tonta ainda, enquanto meu racional grita: Hospital. AGORA! Ligo para o meu noivo, que, de imediato não atende o telefone. Deixo uma mensagem para ele: "Algo errado com o bebê. Se puder, me encontre no hospital."

Coloco um absorvente mesmo, peço um Uber e me dirijo para lá. Mando a minha localização para ele assim que chego. Dou entrada no hospital como emergência, e sou atendida depois de alguns instantes. Não tomei nada por medo de fazer algo de errado e piorar a situação. Alguns exames depois, volto ao consultório, e meu celular vibra. "Cheguei aqui. Onde você está?". "Dentro do consultório." Escuto uma voz nervosa já conhecida fora da sala. Ele entra.

Nossa conversa com o médico começa. Graças a Deus, nosso filho está bem! conversamos com o médico, que nos fez várias perguntas, como o que aconteceu e eu explico para ele. Sucede-se, então, um diálogo:

Médico: Você tinha sintomas antes?

Eu: Algumas dores, náuseas e enjoos, só.

Médico: Pode ser comum da gravidez. Algum sangramento antes desse?

Eu: Não. Primeira vez.

Médico: Houve algum aborrecimento, vocês brigaram ou algo assim?

Nós: Não.

Eu: quer dizer, houve um incidente que nos aborreceu, mas nada entre nós.
Coisa externa.

Meu noivo confirma.

Médico: Pergunto isso porque seus exames estão normais, você só teve um leve descolamento de placenta. Calculei que, se não há causa física, poderia ser emocional então. No mais, tome esses remédios aqui, não faça esforço e tente não se aborrecer. - Ele lembra - Já fez consulta pré-natal?

Eu: Eu tinha uma agendada para daqui a 2 dias.

Noivo: Então está realmente tudo certo? Estou preocupado.

Médico: A princípio não há o que se preocupar, - aponta para mim - mas faça acompanhamento com obstetra, ok?

Saímos de lá e, no carro, ele tenta me animar. conta piada para me fazer rir e tudo o mais. chegamos em casa. "Eu precisei pedir permissão para sair de lá. Preciso voltar o mais rápido possível. Estou pensando aqui se alguém pode ficar com você." "Não precisa. Eu consigo ficar bem até você voltar para casa." "Tem certeza?" "Tenho." "Se der algo errado, me liga na hora." Nos despedimos até à noite.

Chega ele em casa à noite, com pontualidade. Ele nunca me deixa na mão. Pedimos delivery, para que eu não tivesse que fazer esforço e nem ele, cansado. Ele se arruma no banheiro e depois volta. Não deixou meu lado um minuto sequer. "Amor", diz ele, "Quais as chances de você ter passado por isso por causa do nosso não-convidado nas festa"?


Sussurros do QuartelWhere stories live. Discover now