- O que seria?

- O seu amor. – Depois de ouvir as palavras de Ana prendi minha respiração, engolindo seco, enquanto suas palavras ecoavam em minha mente.

- Eu amo a Luiza...Ela é minha melhor amiga, apenas.

- Não, gata...Não. Você ama esta garota de um jeito mais intenso...Um dia irão acabar ficando juntas...É uma questão de tempo. – Ana discursou, parecendo tristonha e senti-me incomodada, por falar de uma possível relação entre Luiza e eu, com uma mulher que, neste momento, era o mais próximo de uma namorada.

Nunca havia mencionado da minha melhor amiga com nenhuma mulher, a qual, estava conhecendo e, essa conversa já estava extremamente estranha.

- Duvido que isso aconteça, Ana. – Respondi – Luiza e eu já tivemos muitas oportunidades de ficarmos juntas e nada aconteceu. Sempre seremos melhores amigas. – Busquei encerrar o assunto e ela assentiu, recostando-se na cabeceira da cama.

- Um dia...Poderei conhecê-la pessoalmente? – Sorri mediante sua pergunta, sentando ao seu lado.

- Quem sabe... – Falei, beijando seu rosto e ela sorriu.

- De acordo com a maneira que você descreveu, Luiza dever ser uma pessoa incrível e adoro conhecer pessoas com este perfil. – Declarou e sorri outra vez.

Luiza era incrível, mas, não ficaria confortável em apresentá-las. Minha relação com Ana estava ficando séria demais e isso não era legal. Não estava preparada para assumir um relacionamento duradouro com ninguém e como não queria magoá-la, o melhor seria me afastar.

Provavelmente, Ana e Luiza jamais se conheceriam, mas, como não queria chatear esta mulher que sempre fora carinhosa comigo, o melhor era não acabar com suas esperanças de um dia conhecer todas as pessoas importantes da minha vida, como meus familiares e melhor amiga.

Isso não aconteceria, mas não lhe magoaria com esta verdade.

Hoje, queria apenas curtir sua companhia.

....................

Aprisionei minhas memórias no fundo da mente e respirei fundo, encarando mais uma vez, a caixa ao lado de Luiza.

- Ana me enviou um presente? Como isso é possível? – Perguntei para minha namorada, sentando no chão ao seu lado e, ela sorriu fracamente.

- Aparentemente, ela te enviou há vários meses, mas só agora esta encomenda chegou até você.

- Você abriu minha encomenda? – Questionei, tentando fingir estar zangada e ela sorriu, olhando-me divertida.

- Não achei que fosse se importar, Sartori...Afinal, dividimos uma vida e na minha concepção, cartas e correspondências estão inclusas. Não adianta ficar brava, caso sua namorada recebesse um presente de alguém que deveria estar morta, duvido muito que você conteria o ímpeto de não o abrir, mesmo que não estivesse endereçado para você. Então, me deixe em paz. – Falou, empurrando meu ombro e soltei um riso, abraçando-a de lado e beijando seu rosto.

- Tudo bem, Castelli. Você pode abrir minhas correspondências, não tenho nada para esconder, mas, afinal, o que tem nesta caixa? – Perguntei toda curiosa e Luiza movimentou os ombros mais uma vez.

- Veja você mesma. – Luiza pegou Léo dos meus braços e suspirei, agarrando a caixa e colocando-a sob meu colo.

- Isso é... – Busquei uma fotografia de dentro da caixa e Luiza respirou fundo, recostando a cabeça em meu ombro.

Mi Persona Favorita - ValuWhere stories live. Discover now