𝐖𝐈𝐋𝐋 𝐆𝐑𝐀𝐘𝐒𝐎𝐍 𝐈𝐈𝐈⁺¹⁸, devil's night

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𝐏𝐄𝐃𝐈𝐃𝐎 𝐏𝐎𝐑 @IrisMartins131 @miya_marques 

Fecho a porta do meu pequeno estúdio de dança e respiro fundo, completamente aliviada por me afastar do barulho infernal que o meu irmão e os amigos delinquentes e extremamente gostosos causavam na sala de estar. Nossos pais não estavam em casa e Michael aproveitava esses momentos para trazer os amigos para cá. Deixo a garrafa de água em um dos banquinhos em frente a parede espelhada e ando até o centro do lugar, me preparando para um breve aquecimento.

O estúdio foi um presente do meu pai e de Michael, que insistiu muito até que nosso pai cedesse. Senti interesse pela dança quando ainda era pequena e a minha paixão nunca morreu, meu irmão sabia disso e gostava de me apoiar. As últimas semanas foram intensas, mas, apesar do cansaço, eu estava feliz. Finalmente consegui realizar um dos meus maiores sonhos, entrar em uma das melhores faculdades de dança do Canadá. Ainda não tinha contado para ninguém, mas Michael seria o primeiro a saber.

Comecei o aquecimento, esticando braços e pernas e movendo o pescoço. Para algumas pessoas, dançar não passa de movimentos aleatórios com uma música no fundo, mas para mim dançar é vida. Quando danço consigo esquecer e fugir dos meus problemas e sinto como se eu fosse a única pessoa viva no mundo.

Dançar é como respirar e não consigo imaginar como minha vida seria sem isso.

Ajusto minha calça de moletom no corpo e também a regata preta, dando o aquecimento por encerrado e pronta para continuar a coreografia que estava criando. Apertei o botão do play no controle do rádio e Copines, da Aya Nakamura, soou pelos alto falantes. Felizmente todas as paredes eram cobertas com revestimentos acústicos e ninguém conseguia ouvir nada que acontecia ali.

A coreografia não era complicada, mas ainda precisava modificar alguns movimentos que não estavam me deixando totalmente satisfeita. Comecei a dançar e repassei a coreografia algumas vezes, mudando alguns gestos durante a dança, aprimorando algumas coisas e definindo todos os passos que seriam fixos. Conseguia observar cada movimento pelo espelho enorme que ocupava completamente uma das paredes do pequeno estúdio, ficando muito satisfeita com a evolução da coreografia.

Coloquei meu celular para gravar e o posicionei no tripé, ficando no centro do vídeo. Dei play na música que rapidamente voltou a tocar do início e então comecei a coreografia novamente, dessa vez seguindo a versão modificada. Meu corpo se movia com precisão e a sensação de realização borbulhou dentro de mim quando me dei conta de que finalmente tinha conseguido criar minha própria coreografia. Movi braços, pernas, cintura e meu cabelo esvoaçava nas minhas costas. Fechei os olhos, aproveitando a sensação incrível atravessando minhas veias e apreciando o momento divino no meio daquele pequeno estúdio.

— Você evoluiu muito, pequena Crist. — A voz de Will me despertou do meu transe. Pausei a música e o observei enquanto fechava a porta atrás de si.

— Não deveria estar aqui — andei até o banco onde tinha colocado minha garrafa de água e a peguei, bebendo um pouco e sentindo o líquido gelado atravessar minha garganta com rapidez. — Meu irmão vai sentir sua falta se não voltar para cima.

— Eu não ligo, prefiro estar aqui — se aproximou, me segurando pela cintura e juntando nossas bocas. Deixei a garrafa cair no chão e joguei os braços na nuca de Will, aproximando nossos corpos. A sensação que os beijos de Will me causavam eram parecidas com as que eu sentia quando estava em uma pista de dança, a diferença é que eu não podia beijar Will sempre que sentia vontade. Nossos corpos, assim como nossas bocas, se encaixavam perfeitamente e saber disso fazia algo dentro de mim borbulhar. Segurei os fios curtos do cabelo de Will com força, aproveitando cada segundo do beijo caloroso. — Estava com saudades — disse, assim que nos afastamos um pouco.

𝐈𝐌𝐀𝐆𝐈𝐍𝐄𝐒, universo literário [EM REVISÃO]Место, где живут истории. Откройте их для себя