𝐀𝐙𝐑𝐈𝐄𝐋, acotar

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𝐏𝐄𝐃𝐈𝐃𝐎 𝐏𝐎𝐑 @AnaFlaviaMedeiros0

Observo o pequeno bebê illyriano com cautela, as mãos pequeninas seguravam as barras do berço com uma força surpreendente, e as asas se movimentavam de um lado para o outro, ansiosas para entrar em contato com o vento e o céu estrelado de Velaris.

— Então... Como vamos fazer isso? — Direciono a pergunta a Azriel, que está parado ao meu lado.

— Você deveria saber disso melhor do que eu — rebate, me encarando. — Cuidou do seu irmão por anos.

— Faz muito tempo, eu perdi o jeito. — Cruzo os braços. — Pelo que eu me recordo, não é tão complicado dar banho em um bebê.

— Ótimo — meu parceiro anda até a cama, se jogando sobre o colchão. — Você pode fazer isso enquanto eu espero aqui.

Me viro lentamente, encarando-o com uma expressão de descrença. Ele me observa atentamente enquanto cerro os punhos com força e arqueio uma das minhas sobrancelhas. Ele levanta da cama sem dizer nada, caminhando apressadamente até o banheiro.

Pego Nyx no colo, seguindo o mesmo caminho de Azriel, que já estava enchendo a banheira com água morna e sabão. O pequeno bebê balbuciava algumas palavras desconexas enquanto observava algumas bolhas de sabão flutuarem pelo banheiro. Ele tentou segurar uma com as mãozinhas, mas ela acabou estourando.

— Joga ele aqui — Azriel diz, apontando para a banheira cheia.

— Calma — respondo, entre risos. — Precisamos tirar as roupas dele antes. E nada de jogá-lo na água, entendeu?

— Tenho certeza que o pequeno Nyx ia gostar, mas nós podemos fazer do seu jeito.

Reviro os olhos, retirando todas as roupas do pequeno, colocando-o na banheira após checar a temperatura da água com a mão.

— Fique com ele por alguns minutos, vou pegar os brinquedinhos lá no quarto. — Peço a Azriel, que obedece sem questionar.

Saio do banheiro, indo até o quarto e pegando um mini Suriel de borracha e um patinho azul do mesmo material. O cômodo estava um pouco desorganizado, Nyx era pequeno, mas tinha uma energia inexplicável e bagunçava tudo o que via pelo caminho. Também pego uma toalha branca e jogo sobre os ombros, voltando para o banheiro rapidamente. Azriel percebe a movimentação e vira em minha direção, me encarando com os olhos arregalados e o rosto pálido.

— Bruxinha, eu juro que não fiz nada, ele subiu até lá sozinho. — Ele gagueja, enquanto aponta para um canto do banheiro próximo ao teto.

Direciono meu olhar até lá e congelo assim que me deparo com a cena. Nyx estava voando, estourando todas as bolhas de sabão que flutuavam acima de nossas cabeças, e suas pequenas asinhas escuras batiam freneticamente no ar.

Ele estava voando e, infelizmente, Feyre e Rhysand não estavam ali para ver.

— Isso é normal? Nunca vi um bebê illyriano voando. — Pergunto a Azriel, que parecia prestes a desmaiar.

— Eu não sei, talvez ele tenha alguma habilidade especial ou algo assim. — Rebate, com nervosismo presente no tom de voz. — Faça alguma coisa, você já foi babá.

— Meu irmão não tinha asas. — Grito, assustando Azriel.

— Manda ele descer — Azriel também grita, com a voz trêmula. — Desce Nyx, por favor. — Pede, com a voz entrecortada, enquanto faz esforço para respirar.

Estico os braços para Nyx e ele voa até mim desajeitadamente, batendo as asinhas escuras atrás de si. Assim que pego o pequeno no colo, dou um beijo em sua testa, levando-o até a banheira e entregando os brinquedinhos. O garotinho não perde tempo, afundando o Suriel de borracha na água morna cheia de sabão.

Depois de longos minutos, finalmente encerramos o banho.

— Acho que está pronto. — Meu parceiro diz, colocando o menino no berço novamente. As sombras aproveitaram a proximidade dos dois para brincar ao redor dos pézinhos de Nyx, que parecia curioso com a fumaça escura circulando ao seu redor.

Os braços de Azriel rodeiam minha cintura, aproximando nossos corpos e aproveito a oportunidade para descansar minha cabeça em seu ombro.

— Você ficou bem apavorado quando ele voou. — Me viro, passando os braços ao redor do pescoço dele. — Não sabia que uma criança podia te desestabilizar tanto... Isso é interessante. — Deixo uma risada alta escapar.

— Não tem graça.

— Cassian vai rir muito quando ficar sabendo disso — ameaço e sinto os braços de Azriel apertarem minha cintura com mais força que o necessário.

— Não se atreva a contar. — Sibila, parecendo apavorado com a ideia do irmão descobrir sobre o pavor que Nyx o fez sentir.

— O que vai fazer se eu contar? — Provoco, passando os dedos por suas enormes asas.

— Vou te punir da pior forma possível. — Responde, convencido. Por um segundo, consigo perceber a malícia presente em seu tom de voz.

— Talvez eu queira ser punida.

Um sorriso malicioso ilumina o rosto dele após o meu comentário e me aproximo ainda mais, juntando nossas testas e iniciando um beijo rápido. Assim que nos separamos, andamos até o berço, monitorando Nyx e observando-o brincar pelo resto da tarde.

𝐈𝐌𝐀𝐆𝐈𝐍𝐄𝐒, universo literário [EM REVISÃO]Où les histoires vivent. Découvrez maintenant