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Rayssa

Sinto um incômodo chato na minha barriga, que me faz gemer baixinho de dor, sentindo uma sensação estranha, como se tivessem aberto minha barriga e arrancado tudo meu por dentro. Abro os olhos e demora um tempo até que eu me acostume com a claridade, olho para o lado e vejo a bolsa de soro, as lembranças de tudo que aconteceu vem com um flash e eu lembro que meu pai me trouxe para o hospital.

Levo minha mão até minha barriga e sinto o volume dela, porém também sinto algo como um curativo. Tento me levantar mas falho miseravelmente e sinto uma dor do caralho quando o faço, caio de volta na cama choramingando. Noto quando a porta é aberta e minha mãe passa por ela, sua cara não é das melhores e ela tem uma feição cansada, como se não dormisse a dias, me sinto culpada por isso, já que fui eu quem causei essa preocupação nela.

Andressa: Aí minha filha, graças a Deus você acordou, a mãe ficou tão preocupada com você meu amor.- Corre até mim e me abraça forte, me fazendo gemer de dor pelo aperto, meu corpo todo dói, principalmente a região da minha barriga.

Rayssa: Meu bebê....- É a primeira coisa que consigo perguntar quando encontro finalmente minha voz. Sinto que minha minha mãe fica meio estática no lugar, como se minha pergunta tivesse feito ela lembrar de algo. Minha mãe traz seu olhar para o meu e eu noto algo lá que a incomoda, como se ela sentisse dor, sinto uma pontada forte no peito já imaginando o porquê de ela estar assim.- Mãe, não me diz que...

Andressa: Não, seu bebê tá bem meu amor, ele tá bem.- Garante com sinceridade, mas noto que ela me esconde algo, que tem alguma coisa ali que ela não está me contando e franzo o cenho, confusa. Se meu filho está bem, porquê ela está daquele jeito, será que houve algo enquanto eu estava dormindo? Aí meu Deus, será que houve algo com o Tito? Pelo olhar qua ela me lança sei que sabe exatamente o que estou pensando, pois trata logo de negar com a cabeça.- Não, ele tá bem também, ele deve estar a....- Ela não termina de falar, pois a porta é aberta brutalmente e um Tito com a feição preocupada passa por ela feita um furacão.

Tito: Rayssa, porra Rayssa graças a Deus você tá bem.- Ele chega desesperado e quando dou por mim ele já está me abraçando, me fazendo mais uma vez resmungar de dor.- Desculpa diabinha, foi mal. Tá doendo? Aonde você sente mais dor? De uma escola de um 1 a 10, qual o nível da sua dor?- Ele pergunta todo preocupadinho comigo, e eu confesso que acho fofo, mesmo sentindo uma dor do cacete, não deixo de notar o quão preocupado ele está.

Rayssa: Tá tudo bem, eu só, porra, preciso de um minuto para controlar minha respiração, minha barriga tá doendo pra cacete.- Fecho os olhos respirando fundo, e quando os abro Marlon me encara com as íris escuras carregadas de medo e preocupação. Em um movimento involuntário eu capturo sua mão e aperto, passando a segurança que sei que ele precisa.- Tá tudo bem Marlon, de verdade, nosso bebê tá bem, não tá mãe?- Me viro em sua direção com um sorriso pequeno nos lábios, mas ele se desfaz quando encontro minha mãe com os olhos cheios de lágrimas.

Tito: Qual foi?- Ele se vira pra minha mão, sua mão ainda na minha, noto que ela treme um pouco, ele tá preocupado.

Rayssa: Mãe, tá tudo bem com ele não tá? Você disse que tava, não me deixa preocupada agora não, por favor.- Imploro buscando em seus olhos a resposta, mas minha mão não consegue nem me encarar, o que me faz temer pelo pior.

Andressa: Eu...- Ela começa a falar, mas não termina e começa a chorar. Começo a ficar preocupada e tento me levantar da cama, mas Tito não permite e me lança um único olhar de desaprovação.

Tito: Porra Andressa, meu filho tá bem não tá? Tá tudo bem com o bebê não tá?- Ele força mais uma vez, Tito está tão preocupado quanto eu, e essa reação da minha mãe só está fazendo como que nós dois fiquemos pior ainda.

Andressa: Ele....- Mais uma vez ela não termina de falar pois suas palavras são cortadas pelo soluço que deixa seus lábios. Não sei se fico mais preocupada com seu estado, ou em saber se meu filho está bem ou não.

Tito: Responde logo Andressa, porra!- Tito se estressa e eu aperto sua mão, fazendo ele abaixar a bola, gritar não vai resolver nada, minha mãe apenas precisa de um momento pra ela respirar e se acalmar.

Andressa: O bebê de vocês está bem, meu neto tá bem!- Respiro aliviada e noto que Tito também, graças a Deus, obrigada meu Deus.- O problema é só que, aí meu Deus, me desculpa filha, eu nem sei como contar isso pra vocês, eu... eu nem posso imaginar a dor que vocês irão sentir ao receber  essa notícia, mas...- Para de falar mais uma vez, me deixando nervosa novamente.

Rayssa: Mãe pelo amor de Deus você está me assustando, fala logo por favor, não me deixa no escuro, fala logo!- Suplico, agora sentindo minha voz falhar por conta do choro que está entalado em minha garganta querendo sair. Não entendo o porquê dela não falar de uma vez o que está acontecendo, já que meu bebê está bem afinal, qual é o problema?

Andressa: Você estava grávida de gêmeos, querida.- Encaro ela ainda sem entender nada, mas noto quando o aperto da mão de Tito na minha afrouxa.- Eram dois bebês, mas infelizmente um não resistiu por conta das pancadas e faleceu.- Cai no choro novamente.

Eu prefería mil vezes que ela não tivesse dito nada, que ela continuasse a falar coisa com coisa ao ter que ouvir aquilo. Porque jamais imaginei sentir tanta dor de uma vez só, ao ouvir pequenas palavras, palavras ao quais partiram meu coração em milhões de pedaços e me marcariam para sempre.

Oi minhas gatas, tudo bem? Tô vendo que tem muita gente me cobrando maratona, mas cara, namoral mesmo? Não tenho vontade nenhuma de fazer, pprt kkkkkk. É pq vcs sabem né, eu gosto mesmo é de soltar a bomba e sair correndo, não ficar postando 5 capítulos no dia. As vezes que me dá um pico de energia e eu saio soltando um monte de capítulo, mas toda vez que vou tentar fazer maratona dá merda. É isso, beijos de luz, Estevão Ferreira😘

Amor proibidoWhere stories live. Discover now