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Rayssa

Marlon me estressa, simplesmente não aguento esse filho da puta e essa cara de sonso dele, me irrita ao extremo esse viado do caralho. Olho bem a ceninha ridícula a minha frente com os olhos semicerrados pro viado que não fala nada sobre a piranha ter uma de suas mãos na perna dele. Tito tirou ela do colo dele, mas parece que a mona não entendeu o recado pra vazar pois continua aqui na mesa pertubando, e ele dá confiança pra ela porque fica de papinho os dois filhos da puta.

Arqueio uma sobrancelha e bato palmas discretamente pra ele, é isso aí vovô, só não pode surtar depois quando eu fazer pior nessa porra. Levo o canudo até minha boca e sugo minha bebida sentindo o gosto docinho da caipirinha com leite condensado, uma delícia inclusive cara, quem inventou isso tá de parabéns.

Lorena: Rayssa, como anda o salão? Fui lá hoje, mas não achei tudo isso não, ainda acho os fora da favela melhor.- Pela primeira vez desde que chegou ela fala diretamente comigo, já que a bonita vem me ignorando e eu fazendo o mesmo, não vou forçar simpatia com essa piranha.

Rayssa: Fazer o que, né? Nem todo mundo tem bom gosto, se nem Deus agradou a todos, quem dirá eu. E outra, se não gostou é só não ir mais, não é bem vinda lá mesmo de qualquer maneira.- Abro um sorriso falso sem mostrar os dentes pra ela que me olha fazendo careta, noto um sorrisinho na cara do Tito, mas ignoro o filho da puta, tô puta com ele.

Lorena: Nossa grossa, que isso, também não é pra tanto, só falei a verdade.- Jogou o cabelo e eu revirei os olhos, brancas.

Tito: Tá na hora de tu meter o pé já, né? Já apertou muito minha mente, pode vazar, vai lá receber teus convidados que estão chegando, não pediu festa nessa porra? Então vai, vai.- Falou num tom grosso e Lorena fez careta, mas levantou da cadeira e foi recepcionar os convidados que tinham acabado de chegar. Eu voltei minha atenção pro celular e respondi a mensagem confirmando a pessoa que tinha colocado o endereço certo.

Levantei da cadeira e fui para um canto mais afastado do lugar pra mandar áudio, encontrei um espaço debaixo da escada da laje que tava sem barulho, e não dava pra ninguém ficar enchendo a porra do meu saco também. Já tô arrependida de vir, o idiota do Weverton ainda fica me mandando mensagem não sabendo nem pegar a porra de um Uber, cara. Me encosto na parede e mando o áudio pra ele explicando tudo e ainda confirmo com paçoca, vapor que vai trazer ele aqui pra mim.

Mando a localização para Weverton e sinto braços rodearem minha cintura, nem preciso levantar a cabeça pra saber quem é, reconheço só pelo perfume esse filho da puta. Olho para os lados confirmando que não tem ninguém por aqui a não ser eu e ele e só então volto minha atenção pro celular. Claro que não ia ter ninguém, Tito sabe bem como fazer as coisas no sigilo, homem chegar é paranóico, manda eu desligar localização, nada de trocar olhares em público, milagre até ele tá aqui, se arriscando agora, acho que é porquê ele tem certeza que ninguém vai ver.

Igual lá em cima, geral tava tão bêbado que nem notou a gente conversando, fora quê, quem vai botar maldade ao ver uma adolescente conversando com seu padrinho? Que viu ela nascer e crescer? Ninguém!

Tito: Qual foi, tô falando contigo, Rayssa.- Saio do meu transe com sua voz rouca no meu ouvido, me fazendo arrepiar todos os pelos corpo.

Rayssa: Oi?- Tiro minha atenção do celular e olho pra ele.- Fala de novo, não ouvi não.

Tito: Tá falando com quem aí? Não para de digitar e tava até sorrindo po, quem é?- Pergunta todo grosso e eu arqueio uma sobrancelha pra ele.

Rayssa: Não tô te entendendo Tito, tava de papinho gostoso com tua ex mulher aí agorinha, bancou festa pra ela, se é que ainda é ex, né? Porque do jeito que vocês se estavam juntinhos aqui na minha frente não parecia ex nem fudendo.- Falo puta já olhando bem pra cara do indivíduo, que só faz sorrir debochado da minha cara.- Eu devo ser alguma otária mesmo, só pode, tá escrito bem grande aqui na minha testa, "Rayssa é uma otária, façam ela de palhaça!"

Tito: Larga de neurose meu amor, tem nada não, tá tirando?- Vem todo sonso dando um cheirinho no meu pescoço, mas eu bato no braço dele, filho da puta do caralho, sabe que é meu ponto fraco quando ele me chama por apelidinho fofo e fica nessa, fudido.

Rayssa: Neurose é o caralho Marlon, tá achando que sou alguma otária? Fala que não quer se envolver com criança, enche a boca pra falar que sou infantil e os caralhos a quatro mas quem tá agindo igual criança é você nessa porra. Falou que ia ser só a gente por enquanto, sem mais ninguém e pá, super entendi e tô ficando só contigo pra isso aqui dar certo, mas parece que você não quer quê vá pra frente cara, parece que tu quer voltar com Lorena e eu sou só um passatempo.- Encaro bem aqueles olhos escuros dele que me deixam fraca só de lembrar como é quando ele tá no meio das minhas pernas.- Primeiro tu dá uma casa pra tua ex aqui no morro, até aí tudo bem, super entendi porquê os dois tem uma história, não posso me meter nisso. Depois eu descubro da boca dos outros que tu tá bancando casa, roupa de grife, viajem pra isso, pra aquilo, o que eu falei? Porra nenhuma, até porquê o dinheiro é teu, ex é tua, tu faz o que tu quiser, tô nem aí pra dinheiro seu. Mas agora bancar festa de luxo e dia de princesa na porra do meu salão, Marlon? Aí não, vai tomar no cu, não sou otária caralho, é muito esculacho com minha cara, tudo tem limites! Sei que não temos nada, mas você encheu minha cabeça sobre a porra de uma foto com um amigo, mas aí tu me pega e faz isso tudo.- Aponto pra festa lá em cima, que o som está até o talo e não dá nem pra ouvir direito nossas próprias vozes.

Tito: Rayssa cara, tu tem que entender que eu tive uma relação de anos com a Lorena cara, fiz a garota largar tudo pra vir morar comigo, menina não tem nada, tá com uma mão na frente e outra atrás, não tem uma base e muito menos estruturas pra se virar, tá ligado? Família largou, ninguém quer ajudar, eu sou a única pessoa que ela tem, querendo ou não, tive uma vida com ela porra, sou grato pelo que ela fez por mim quando mais precisei.

Rayssa: E a bonita não pode trabalhar que vai cair a mão? Ah tá, me poupe né, Marlon, é grato e tem pena dela? Então fica com ela nesse caralho também!- Jogo maturidade pra puta que pariu, ih, tenho cabeça pra isso não, vai ser trouxa na casa do caralho.

Tito: Tá vendo cara? Tu é muito infantil, criançona, não dá pra conversar contigo namoral, tu quer gritar e sempre tá certa, não entende o lado dos outros! Não tenho cabeça pra ficar com criança não, namoral, ih, tô muito velho pra ficar sendo pai de adolescente.- Fala e eu olho pra ele puta, que ódio desse homem, que ódio!

Rayssa: Ah vai se fuder também!- Saio de lá puta e subo pra laje, pego uma garrafa de Smirnoff no caminho e viro a metade em uma golada só, tacando o foda-se também pra esse velho filho da puta. Encontro minha mãe no meio da muvuca dançando e aproveito pra ficar um pouco com ela e dançar também. Minha mãe segura em minha cintura e começamos a rebolar, sigo o ritmo dela e não demora muito já estamos dançando até o chão, eu segurando o vestido pra não pagar calcinha e ela com uma latinha de Brahma na mão.

...

Weverton já chegou tem um tempinho e agora a gente tá aqui dançando, ou melhor, tentando né, porque o bixinho não tem malemolência tadinho, todo torto, sou mais meus favelados. Sarro minha bunda nele, que segura minha cintura e tenta seguir meu ritmo, rio do bichinho, mas pelo menos ele tá tentando, né?

Weverton: Cara, tu tá muito gostosa com esse cabelo liso, uma delícia.- Fala no pé do meu ouvido e eu sorrio jogando a cabeça pra trás, meu olhar bate no do Tito, que semicerra os olhos na minha direção, eu só pisco pra ele que nega com a cabeça. Não é bom Marlinho? Sentir o gosto do próprio veneno?- Bora lá pra casa depois? Mó tempão já, saudades.

Rayssa: Não vai dá bê, deixa pra outro dia, tá?- Dou um beijinho na sua bochecha e continuo dançando, mas nada muito ridículo pra não passar vergonha, até porque sei que tô de vestido e acho ridículo pagar calcinha assim de graça.

Weverton: Tranquilo então, mas bem que eu queria te provar hoje, tá tão gostosa nesse vestido.- Leva uma de suas mãos até meu seio esquerdo e aperta de leves, dou um tapa na sua mão e olho pra ele feio, tudo tem limites garotinho.- Que foi?

Rayssa: Falei que hoje não, nada de mão boba, só na cintura e cabo.- Falo curta e grossa e ele assente. Rum, também não sou filha da puta ao ponto de ficar com alguém, o combinado foi só eu e Tito, e até que ele quebre o acordo vai continuar assim

Amor proibidoNơi câu chuyện tồn tại. Hãy khám phá bây giờ