• Quatorze •

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Não sei descrever ao certo o que estou sentindo, desde o momento em que abri a porta do carro e toquei meus pés no chão da fazenda de mamãe. Ainda não tinha entrado em casa e a tarde já estava indo embora, o céu alaranjado com alguns tons de rosa fez-me escorar na cerca de madeira branca e observar aquela maravilha por cima da plantação de milho, o que deixava tudo ainda mais lindo do que já era. Que cenário.

— Eu não vou levar suas malas - ouvi meu irmão dizer, ele tinha ido deixar o carro dentro do celeiro - pensei que quando voltasse você já teria entrado.

— Não teve como - ele me olhou como se perguntasse o motivo e eu de braços cruzados apenas indiquei a paisagem a minha frente com a cabeça - senti falta dessa vista...

— Nada como estar em casa - Camilo disse erguendo ambos os braços com as mãos abertas como se pudesse pegar o pouco do sol que ainda tinha ali - nada como essa vista e nada melhor que o colo de mãe.

— E nada como esse cheiro de natureza, meus pulmões agradecem - ambos demos risadas.

O clima, o silêncio, e tudo de bom que a fazenda me proporcionavam fez bastante falta quando decidi ir embora com Camilo, por vezes eu pensei que ele fosse me deixar na primeira parada ou então me jogar de qualquer ponte de tanto que eu reclamava do barulho da cidade grande, do cheiro ruim e da poluição, da falta que um leite quente vindo diretamente das testas de nossa vaca mais antiga pela manhã, do abraço de minha mãe e do meu cantinho no celeiro, foram sete anos torturantes.

Meu cabelo cresceu bastante e eu até que gostei de como ficou, embora eu sentisse falta de como ele era curto e mais fácil de cuidar, principalmente na parte de pentear. Vivia mais com ele amarrado do que solto, a vontade de cortar de novo é grande, mas acabei me apegando a como ele se encontra no momento, que por falar nisso, está amarrado em um coque mal feito.

— As duas donzelas vão entrar ou vão criar raízes na porteira de casa? - me virei assustada dando de cara com Eme nos encarando com uma das mãos na cintura - mamãe esta impaciente para vê-los.

— Já estamos indo - falei sorridente por ver minha irmã ali, a vontade era correr e pular em seus braços assim como fazia quando era criança - estávamos apenas apreciando essa obra de arte da natureza que só aqui tem.

Apontei a vista das cores no céu por cima do enorme milharal e ela ergueu a vista e vi seu sorriso.

— Privilégios...

Concordei com o que ela disse e abri o pequeno portão branco de madeira e fui ao seu encontro, como se soubesse o que eu iria fazer minha irmã afastou alguns passos para trás e abriu os braços. Andei em passos apressados em sua direção e a agarrei pelo pescoço logo enlaçando minhas pernas ao redor de sua cintura e ela me apertou com força contra o seu corpo enquanto eu empurrava meu rosto em seu pescoço sentindo o seu cheiro e sentindo também meus olhos lacrimejarem.

My Impossible LoveOnde histórias criam vida. Descubra agora